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domingo, 30 de janeiro de 2011

Onde está o Ministro da Saúde?


Queremos manifestar nossa indignação contra a omissão de socorro aos portadores de hepatites virais, bem como as vitimas das enchentes da região serrana do Rio de Janeiro.

Recebemos relatos de uma médica moradora e testemunha da tragédia vivida no Brasil, corta-nos o coração sabermos que mais pessoas poderão ser vitimas, por omissão de socorro do governo. Abaixo a médica relata parte da situação caótica que os sobreviventes vivem na região.

“...as hepatites virais sempre ficam em último lugar..nesse País, tudo é muito ruim; moro em Petrópolis, e encerrei minha participação como voluntária na recente catástrofe
; tudo  era euforia do momento! O exército, marinha e aeronáutica bateram em retirada dos Municípios e se instalou o caos; surto de leptospirose em Friburgo com número insuficiente de médicos para tratar os pacientes...”

“...Começa o surto de hepatite A... não há vacina no protocolo do MS em virtude do veto de 5 vacinas assinado pelo agora Sr. Lula e, uma delas hepatite A...o que vamos esperar? Petrópolis tem uma população de 60% de idosos e, hepatite A em idoso é uma situação séria...” (Dra Kycia Maria Rodrigues do Ó)

Nós, dos Grupos de Apoio que lutamos contra as Hepatites Virais no país, confessamos que estamos desiludidos, o Ministro Padilha é médico infectologista, portanto conhecedor da gravidade da situação tanto das hepatites quanto da leptospirose.

Passaram-se  meses de falecimento do Programa Nacional de Hepatites Virais no país, e as atenções voltaram-se para um única patologia, o HIV/AIDS que já possui um Departamento muito bem estruturado e completo com suas medicações.

Já para os portadores de Hepatites Virais, precisamos de tudo, não há opções de medicamentos apesar delas serem aprovadas pela ANVISA, o governo compra somente a mais barata que não surte o resultado nos tratamentos.

Todos nós sabemos que cada organismo é único e necessita ser cuidado como tal, porém, os gestores de saúde ignoram o fato, e o Ministério da Saúde insiste na compra de uma só medicação, tornando desta forma monopólio de um laboratório o tratamento de todos os pacientes de hepatites do país. Isso quando conseguimos a liberação dos medicamentos.

Na justiça chovem processos com pedidos de medicações e tratamento , direitos negados aos pacientes com hepatite através do SUS. O que transforma o Poder Judiciário Brasileiro o MELHOR HOSPITAL do país.

Nós portadores de hepatites, trabalhamos como voluntários, sem ganharmos um tostão, e jamais deixamos de atender um caso que precisa de ajuda, fazemos o que podemos. Muitas vezes sacrificamos nosso própria saúde para ajudarmos outro ser humano. Esse deveria ser o papel de um médico e não de pessoas leigas, mas o fazemos porque também não temos médicos, falta-nos tudo. Onde estão os médicos do SUS e o Ministro da Saúde agora?

Quando o MInistro da Saúde marcará uma audiência com os portadores de hepatites e escutará nossos apelos?
 
Telma Alcazar
Coordenadora do MegLon

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Secretaria da Saúde capacita 750 profissionais para diagnóstico e tratamento da dengue

Terminaram nesta quinta-feira (20) as capacitações de 750 médicos, enfermeiros e bioquímicos das redes pública e privada para o diagnóstico e tratamento da dengue. As capacitações foram realizadas em Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina e envolveram profissionais de saúde de 221 municípios. O treinamento serviu para relembrar conceitos sobre a doença, uma vez que os sintomas da dengue são semelhantes aos de outras doenças.

A principal orientação da Secretaria da Saúde foi que os profissionais avaliassem o perfil epidemiológico e o histórico do paciente nos municípios que já apresentaram casos confirmados da doença. “A capacitação foi um sucesso em todas as cidades”, disse médico responsável pelas capacitações da Secretaria da Saúde, Enéas Cordeiro de Souza. A presença e o empenho dos profissionais em discutir os casos de dengue foi o que mais a chamou a atenção do médico.

Das cidades em situação de alerta máximo, apenas Jacarezinho não recebeu a capacitação. O evento está marcado para o dia 25 de janeiro, às 14 horas. Informações pelo telefone: (43) 3511-1100 – 19ª Regional de Saúde.

NÚMEROS – Nos primeiros 15 dias de janeiro foram notificados 925 casos de dengue em 17 regiões do Estado. Os municípios que mais notificaram casos foram: Londrina (294), Foz do Iguaçu (108) e Florestópolis (53).

Dos 925 casos, sete foram confirmados (seis autóctones e um importado), sendo todos no município de Londrina. Um destes casos foi informado como dengue com complicação (DCC) com evolução para a cura.

Secretário da Saúde leva reivindicações do Paraná a ministro

O secretário da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, apresentou na tarde de quarta-feira (19) ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os projetos e reivindicações do Estado. O secretário foi a Brasília para participar da primeira reunião do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) que teve como tema a política nacional de combate à dengue.

Segundo Michele, o encontro foi muito proveitoso, não só com o ministro, mas com os secretários de Vigilância à Saúde, Jarbas Barbosa, e com o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda. “Eu tive a oportunidade, com o secretário Jarbas Barbosa, que trabalha a questão da Vigilância à Saúde, de apresentar as reivindicações do Paraná com relação ao nosso plano de combate à dengue, plano que já estamos fazendo mesmo neste curto período de nossa gestão. Acredito que pela eficácia do nosso programa de emergência e pela sintonia que temos com o gestor federal, nós devemos ter êxito com relação aos pedidos que estamos fazendo” disse.

A reunião do Conass priorizou os 16 estados considerados de alto risco, o que não inclui o Paraná, que é considerado de risco moderado. Segundo o secretário, isso não significa ausência de risco. “Pude me manifestar na reunião falando inclusive em nome dos estados que não estão nesse elenco dos 16, e tive grande apoio dos demais secretários e do próprio ministro para que a política de combate à dengue seja de abrangência nacional”, ressaltou Caputo Neto.

SUS - Após o encontro nacional, o secretário Michele pôde conversar com o secretário nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda, para relatar a situação preocupante do estado quanto ao estouro do teto do SUS, provocado por serviços que foram autorizados sem ter o correspondente financeiro. “Um acúmulo do governo passado que chega a um estouro em torno de R$ 6 milhões/mês”, disse. “É muito importante entrar em composição com o governo federal pra gente evitar desasistência, evitar prejuízos aos prestadores e para que não tenhamos que deixar de ofertar serviços a nossa população” relatou.

Foram solicitadas informações adicionais e a equipe técnica da SESA já está em contato com a equipe do Ministério para encaminhar as reivindicações do Estado. Além das reivindicações, o secretário da Saúde do Paraná apresentou projetos importantes como o Mãe Paranaense, de atenção materno-infantil, que deverá ser implantado no segundo semestre deste ano.

O programa paranaense vai ao encontro do programa federal da presidente Dilma, o “Cegonha”, também de atenção materno-infantil. “Há inclusive a possibilidade do programa federal começar por Curitiba, mas essa é uma questão que ainda iremos discutir com o prefeito da capital, Luciano Ducci”.

Nesta quinta-feira (20) o secretário Michele ainda participa de reuniões com a diretoria do Conass e à noite participa da solenidade comemorativa do Dia do Farmacêutico, onde haverá a entrega da Comenda do Mérito Farmacêutico, homenagem a personalidades que contribuem para o fortalecimento da atividade farmacêutica. Entre os homenageados da noite está a servidora aposentada da SESA, Maria Aída Meda.
http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=61609&tit=Secretario-da-Saude-leva-reivindicacoes-do-Parana-a-ministro

Beto Richa salda dívida de R$ 6 milhões na área da saúde

20/01/2011 15:49

O governador Beto Richa determinou nesta quinta-feira (20) a liberação de R$ 6.051.404,21 em recursos do Fundo Estadual de Saúde para o pagamento de valores atrasados e regularização de serviços médicos hospitalares, compra de medicamentos, manutenção de hospitais e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em vários municípios.

“Mais uma vez demonstramos o nosso compromisso firme de redobrar os esforços para atender com prioridade as áreas de impacto social como a saúde e a educação”, afirmou o governador.

Em vinte dias é a segunda vez que o governador autoriza a liquidação de restos a pagar não contabilizados na gestão anterior. Em 10 de janeiro, Richa liberou R$ 41,3 milhões em verbas rescisórias para 32.517 professores e funcionários contratados por Processo Seletivo Simplificado (PSS) e não pagos ao fim do contrato. Mais uma vez o pagamento será feito com recursos do orçamento de 2011.

SITUAÇÃO CRÍTICA — A Santa Casa de Paranavaí vai receber R$ 651 mil referentes às parcelas não pagas em outubro e novembro pela prestação de serviços médicos hospitalares de média e alta complexidade. Com 180 leitos, o hospital é referência na região no Noroeste, para atender uma população aproximada de 258 mil habitantes. Em média são feitas 700 cirurgias mensais.

“Esta é uma excelente notícia, porque nos tira do sufoco. Estávamos na UTI e agora voltamos a respirar”, disse o coordenador geral da Santa Casa, Heracles Alencar Arrais. “O atraso sobrecarregou o hospital, que fica em débito com médicos, funcionários e credores. Em dez dias a situação ficaria insustentável. O apoio do governador foi fundamental”, disse.

O Consórcio Intergestores Paraná Saúde, responsável pela a aquisição de medicamentos do programa Farmácia Básica para os municípios consorciados vai receber duas parcelas de R$ 1.082.809,30 cada uma.

OPERAÇÃO VERÃO — A Fundação Universidade Federal do Paraná (Funpar) vai receber R$ 1.322.242,40. Os valores são devidos ao Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, responsável pelo atendimento da população de sete municípios da região litorânea, que chega a triplicar durante o período da temporada de verão. “Esse pagamento representa a garantia da sustentabilidade do atendimento de saúde durante a Operação Verão no litoral”, afirma o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.

A Funpar também está recebendo outros R$ 460.000,00 referentes à parceria para manutenção do Hospital do Trabalhador, em Curitiba.

O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar), responsável pelos hospitais da Zona Norte da Zona Sul, em Londrina, vai receber R$ 300.000,00.

O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro, responsável pela gestão do Hospital de Santo Antônio da Platina, vai receber R$ 120.000,00. Ainda no Norte Pioneiro, o Hospital da Associação Filantrópica Humanitas, de São Jerônimo da Serra, referência em tratamento de doenças dermatológicas, vai receber duas parcelas de R$ 25 mil.

O Consórcio Metropolitano de Saúde do Paraná (Comesp), responsável por consultas e exames especializados para atendimento da população de 29 municípios que compõem a Região Metropolitana de Curitiba, receberá uma parcela R$ 100.000,00, para operacionalização e manutenção da estrutura do Centro Regional de Especialidade – CRE Kennedy. A unidade atende faz quase 100 mil consultas mensais.

SAMU — O atraso nos pagamentos também estava comprometendo o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em diversos municípios. Esse lote de pagamentos atende o Fundo Municipal de Saúde dos municípios de Maringá, Cascavel, Castro, Apucarana, Ponta Grossa, Arapongas, Foz do Iguaçu, Campo Largo, Guarapuava, São José dos Pinhais e de Curitiba. Somente para a capital, o pagamento soma R$ 129.250,00.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cientistas descobrem 'interruptor' de célula imune a inflamação

Proteína age como 'chave mestra' para glóbulos brancos aumentarem ou diminuírem processo

17 de janeiro de 2011 | 22h 17


LONDRES - Cientistas encontraram uma proteína que age como uma "chave mestra" para determinar se certos glóbulos brancos do sangue são capazes de aumentar ou diminuir uma inflamação, descoberta que pode ajudar na busca de novos medicamentos para a artrite reumatoide.

Muitos pacientes com a doença são tratados com uma classe de drogas conhecida como fator de necrose tumoral (TNF, na sigla em inglês), inibidores fabricados por laboratórios como Abbott, Merck & Co, Pfizer e Amgen.

Mas cerca de 30% dos portadores não respondem aos medicamentos anti-TNF. Por isso, segundo especialistas, há uma necessidade urgente de desenvolver opções de tratamento mais eficazes.

No estudo, os cientistas do Imperial College de Londres descobriram que a proteína IRF5 atua como um interruptor molecular que controla se determinados glóbulos brancos, conhecidos como macrófagos, vão promover ou inibir uma inflamação.

Em um relato publicado na revista científica Nature Immunology, no último domingo, os autores disseram que os resultados sugerem que bloquear a produção da IRF5 em macrófagos pode ser uma forma eficaz de tratar uma ampla gama de doenças autoimunes, como artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal, lúpus e esclerose múltipla.

Os pesquisadores também sugerem que impulsionar os níveis de IRF5 pode ajudar a tratar pessoas cujo sistema imunológico esteja fraco, comprometido ou danificado. "Nossos resultados mostram que a IRF5 é a chave mestra de um conjunto importante de células do sistema imunológico, o que determina o perfil dos genes ativados nas células", afirma Irina Udalova, pesquisadora sênior do trabalho.

"Isso é realmente animador, porque significa que, se conseguimos projetar moléculas que interferem na função da IRF5, é possível conceber novos tratamentos anti-inflamatórios para uma ampla variedade de condições", acrescenta.

Os pesquisadores disseram que a IRF5 parece funcionar pela substituição de genes que estimulam a resposta inflamatória e pelo amortecimento dos que a inibem. A proteína pode fazer isso por meio da interação direta com o DNA, ou por meio da interação com outras proteínas que controlam quais genes serão ativados, explicaram os autores.

A equipe de Irina está estudando agora como a IRF5 trabalha no nível molecular e com quais outras proteínas interage, a fim de planejar maneiras de bloquear seus efeitos.

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que atinge cerca de 1% da população mundial e ocorre quando o sistema imunológico ataca por engano as articulações de todo o corpo.

Além das articulações, a doença pode atingir a pele, o coração, os pulmões, os rins e os vasos sanguíneos. Muitos chegam a sofrer deformidades nas mãos e nos pés, prejudicando habilidades e movimentos. 

Santa Casa de Curitiba – Transplante de Órgãos

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ONGs acionam o MPF para evitar o monopólio no fornecimento de medicamentos para o tratamento da hepatite C


Grupos de portadores de hepatite C apresentaram nesta quinta-feira representação no Ministério Público Federal solicitando a instauração de um inquérito civil, em face do Ministério da Saúde. O objetivo é obrigar a pasta a manter, na rede pública, o fornecimento de dois tipos de interferon peguilado - principal droga usada no tratamento da doença.

Existem dois medicamentos para o tratamento da hepatite C, o Interferon Alfa 2a - comercialmente conhecido como Pegasys fabricado pela Roche - e o Interferon Alfa 2b - chamado Peg-Intron, da Merck Sharp & Dohme. Os dois medicamentos constam da Portaria de tratamento estabelecido no SUS e foram normalmente adquiridos por meio de compra centralizada no ministério da saúde nos últimos cinco anos.

Sem discutir o assunto com as associações de pacientes, principais interessados nos medicamentos que serão utilizados no seu tratamento, o Departamento DST/AIDS/Hepatites comunicou no final do ano a sua intenção de adquirir somente um dos dois interferons, recaindo a escolha para o que for mais barato.

Embora tenham o mesmo princípio ativo, os dois medicamentos apresentam farmacodinâmicas diferentes, sendo ainda um metabolizado no fígado e outro nos rins, e considerando que cada infectado detém características individuais o médico, após avaliação, prescreve a melhor opção terapêutica, por isso o  acesso deve ser para ambas apresentações. 

Ainda em 2011 estarão chegando dois novos medicamentos, chamados inibidores de protease, que por terem uma ação direta no vírus da Hepatite C, aumentam os índices de cura de 50 para 75%. A intenção dessa diminuição do arsenal terapêutico também preocupa as ONGs nessa questão, pois esses novos medicamentos foram testados com utilização em associação a um ou a outro interferon peguilado, sendo que a retirada de um dos dois, também exclui automaticamente um desses dois novos medicamentos, que ficará excluído da licitação de compra e como conseqüência, da distribuição pelo SUS.

Os fatos levam a suspeita que a pequena economia a ser realizada na licitação dos peguilados estará perdida, em valores muito superiores, quando da compra dos inibidores de proteases sem poder se fazer licitação, pois existirá já estabelecido um monopólio de fornecimento por somente um fabricante. A solicitação ao MPF é para que o Ministério da Saúde seja notificado para “não inovar” até que todos os interessados sejam ouvidos e uma audiência pública seja realizada, mantendo por enquanto, nesta licitação, a aquisição dos dois medicamentos.

É por essa forma de tratar os brasileiros que dependem do SUS que as ONGs estão recorrendo ao Ministério Público Federal.

Consideram as ONGs, tratar-se de uma atitude discriminatória, principalmente porque em outras doenças, a exemplo da AIDS, todos os medicamentos legalmente registrados  e autorizados para comercialização no Brasil estão disponíveis para tratamento, tendo o médico liberdade para indicar os mais adequados para cada paciente.

O estabelecimento do monopólio reverterá em prejuízo à saúde dos pacientes, quando muitos não estarão recebendo o tratamento mais adequado para suas particularidades, bem como ao próprio SUS, que poderá em um futuro breve pagar uma conta mais alta por ficar refém das regras de um só fabricante.

A HEPATITE C

A hepatite C é causada por um vírus de transmissão pelo sangue que ataca e destrói lentamente, sem sintomas, o fígado.  No Brasil é estimado que mais de três milhões de pessoas estejam infectadas de forma crônica, mas por não apresentar sintomas e falta de campanhas de alerta, esclarecimentos e testagem, segundo dados do ministério 97% dos infectados ainda não sabem que estão doentes, caminhando para a cirrose, câncer de fígado e muito provavelmente a morte prematura, em média aos 56 anos.

O TRATAMENTO

O consenso internacional, também aplicado no Brasil, utiliza a combinação dos medicamentos Interferon Peguilado e Ribavirina, com possibilidade de cura de aproximadamente 50% dos tratados.  A duração do tratamento pode ser de 24 ou 48 semanas, apresentando fortes efeitos colaterais.

OS MEDICAMENTOS

Existem dois interferons peguilados, o alfa 2-a, fabricado pela empresa Roche e o alfa 2-b fabricado pela Merck Sharp & Dohme.  São medicamentos equivalentes, porém atuam de forma diferente no organismo, tanto na sua farmacodinâmica como na sua metabolização, devendo o médico indicar o mais adequado para cada caso clínico.  No fracasso do tratamento com uma das marcas pode se tentar o retratamento com a outra marca, com relativas e comprovadas possibilidades de sucesso.

Em defesa dos infectados a representação no MPF foi apresentada conjuntamente pelo Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, pela ONG C Tem que Saber C Tem que Curar e pelo Grupo Esperança de Apoio ao Portador de Hepatite.

Carlos Varaldo

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Depressão influencia desejo sexual feminino

Quando se está deprimido não se percebe o mundo através dos cinco sentidos da mesma maneira.

A depressão é uma das condições mais deletérias na vida de uma pessoa, e muito difícil de enfrentar. As pesquisas sobre saúde mental mostram que mais mulheres sofrem de estados depressivos do que homens.

A depressão produz alguns aspectos que influenciam muito a sexualidade. Quando se está deprimido não se percebe o mundo através dos cinco sentidos da mesma forma. Sob a depressão percebe-se a diminuição do desejo, um desinteresse pela vida, as cores ficam esmaecidas, não achamos que as coisas são tão bonitas ou que tragam prazeres. As sensações táteis, tão importantes para a vida sexual e para o prazer erótico, ficam enfraquecidas, não tem a mesma importância que em outras oportunidades.

Sob depressão pensamos de modo errado, negativo. Achamos que não valemos a pena, não consideramos que o mundo e as outras pessoas são válidas e não existe um futuro que possa ser bom.

Sob estas circunstâncias o desejo sexual fica alterado. São duas formas viáveis de se exercer o desejo sexual.

A primeira é a mais reconhecida: usamos o pensamento para nos conduzir para percepções eróticas. Usamos idéias, fantasias, lembranças que já sabemos nos erotizam e isso fortalece nossa ações sexuais.

A segunda forma exige a disponibilidade inicial de estarmos na situação de possível entrosamento. Então a estimulação sobre os cinco sentidos produz o desejo e a motivação para dar continuidade ao contato erótico.

Então, como se nota, as duas formas de expressão do desejo sexual podem ser comprometidas quando existe um quadro depressivo.

O desejo sexual ainda será comprometido por mais um fator. A depressão afasta as pessoas dos contatos interpessoais, faz com que elas desejem ficar quietas, em casa, paradas. Não têm vontade de conversar, de realizar atividades físicas. E o que é o sexo se não uma atividade física, a dois.

Mesmo quando alguém deprimido faz sexo, o prazer será comprometido de tal forma que não haverá um registro de que a atividade sexual valeu a pena. Isto favorece a piora do desejo sexual. A depressão não permite desejo sexual, e ainda dificulta mais a vivência de sexo.

Oswaldo M. Rodrigues Jr - psicólogo do Instituto Paulista de Sexualidade (SP)

sábado, 8 de janeiro de 2011

PG integra esforços para a ampliação de transplantes

 Central de Transplantes do Paraná comemora avanço nas estatísticas, mas reconhece necessidade de realizar mais ações para conscientizar a sociedade.

Ponta Grossa é uma das cidades paranaenses escolhida pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA) para receber uma Organização de Procura de Órgãos (OPO) para funcionar no Hospital Regional Wallace Thadeu de Mello e Silva. Dentro dessa política, o município deverá ser uma das bases, na região, para ampliação na realização do número de transplantes no Estado. Nesta semana, por ocasião da comemoração de 15 anos de criação da Central Estadual de Transplantes, a SESA divulgou que em todo este período já foram realizados mais de 13 mil transplantes no Paraná. Hoje, estima-se que mais de 3,2 mil paranaenses estejam na fila por uma doação de órgão. Em mais de 50% das situações, a vida destas pessoas depende da realização do transplante.
Conforme as últimas estatísticas divulgadas pela Central, o Paraná registrou aumento de 62% nos procedimentos realizados entre 2000 e 2010. Esse índice foi puxado principalmente pelas operações de córnea, que registraram aumento de 69%, passando de 492 cirurgias, realizadas em 2000, para 832, em 2010. No total, no ano passado foram realizados 1.199 transplantes.
 
http://jmnews.com.br/noticias/ponta%20grossa/1,5408,09,01,pg-integra-esforcos-para-a-ampliacao-de-transplantes.shtml

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

SOLICITAÇÃO DE AUDIÊNCIA COM URGÊNCIA


Brasília, 05 de janeiro de 2011.


Exmo. Sr. Ministro da Saúde
Dr. Alexandre Rocha Santos Padilha


REFERÊNCIA: HEPATITES VIRAIS – SOLICITAÇÃO
DE AUDIÊNCIA COM URGÊNCIA


Sr. Ministro, seja bem-vindo!

                                   Nós, abaixo assinados, representamos a Sociedade Civil infectada com hepatite, em outras palavras, o povo, de quem o poder emana e a ele deve servir.

                                   Representamos mais de cinco milhões de brasileiros que sofrem e, cada vez mais, morrem, em decorrência das complicações das hepatites virais, tais como cirrose hepática e câncer de fígado, pela mais absoluta omissão.

                                   Estamos em missão de paz.

                                   Em paz, porque acreditamos em vossa vasta experiência como conciliador,  articulador e  negociador, que caracterizaram seu cotidiano como Secretario de Relações Institucionais do Governo Lula,  cargo que V. Exa.  ocupou com louvor.

                                   Agora, como bom médico que V. Exa. é, tendo formação humanista e especialização em Infectologia, tendo aprendido com mestres tão importantes na história da lide contra as hepatites virais, nossa esperança se renova para que atentamente  V. Exa.  nos ouça, e atue!

                                   Reconhecemos que sua tarefa é árdua. As demandas enormes. Mas, mesmo assim, legitimamente, nos colocamos como prioridade.

                                   As estatísticas, por diversas razões, inclusive propositais, captam de forma errática o que se demonstra real: hepatites virais (C e B, em especial) e suas conseqüências, cirrose hepática e câncer de fígado, são cada vez mais freqüentes, cada vez mais complexas e, acima de tudo, cada vez mais letais. E ninguém fala nada...

                                   Converse com seus colegas e procure obter as seguintes informações:

- qual o percentual de atendimentos nos diversos Serviços de Infectologia, a sua especialidade, são hoje ocupados pelos portadores de hepatite C, hepatite B?

- qual o impacto da co-infecção do HIV com a hepatite C?

- quais as principais dificuldades em lidar com o número crescente de cirróticos, de novos nódulos de fígado diagnosticados?

- qual o impacto da crescente demanda por transplante hepático?

                                   Com toda essa problemática, ninguém faz nada...

                                   O governo do Presidente Lula se encerrou com uma dívida conosco.

                                   Isto, após um início promissor, quando avanços ocorreram, como a adequação dos procedimentos e métodos diagnósticos, a atualização de Protocolos terapêuticos, a promulgação da Lei 11.255/05 que instituía a obrigação da existência de ações programáticas para enfrentar as hepatites virais e, até mesmo, a inserção junto a OMS, que culminou com o reconhecimento do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites. Posteriormente entramos em um período de trevas...

                                   A atual área técnica (Departamento de DST/Aids/Hepatites) que lida com o tema, hepatites virais, carece de legitimidade! Carece de conhecimento técnico!! Carece de democracia!!!

                                   De forma açodada, incorporou o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV) ao Departamento de DST/Aids...Pior, ACABOU com o PNHV, hoje descaracterizado em meio a uma “matriz” (seja lá o que isso representa...) programática de ações do Departamento de DST-Aids/Hepatites...

Por que?

                                   Será que não se vislumbra que o problema direto e as conseqüências das hepatites virais são numericamente dez vezes maiores e muito mais complexos que as questões da AIDS com que lida tal Departamento?

                                   Será que não se vislumbra que o planejamento estratégico para prevenção, diagnose e assistência demandam medidas de longo prazo, estudo, equipe dedicada e coordenação?

                                   Será que não se percebe que discutir no varejo Portarias, Normas, diretrizes, com interlocução viciada e ilegítima de técnicos e /ou Sociedades Científicas que só digam “Amém” e não representem legitimamente o rigor científico necessário e a opinião de seus associados?

                                   Será que não se vislumbra que o Departamento tenta impor uma agenda para 2011 assegurando a sua continuidade na ocupação dos cargos?

                                   Marcam reuniões com quem não os reconhece legítimos (Coordenadores de Hepatites Virais em diversos Estados da Federação já se manifestam negativamente contra o atual estado das coisas); encaminham Notas Técnicas prontas para ser endossadas pelas Sociedades Científicas; apregoam transparência e participação, mas omitem informações e cerceiam a participação da Sociedade Civil legitimamente constituída; elaboram documentos técnicos em que expressam sua falta de familiaridade e preparo para lidar com a integralidade das questões das hepatites, tal a primariedade de seu conteúdo... sem falar na gestão precária de estoques de medicamentos de uso contínuo que, se já era ruim em relação ao HIV agora se estendeu a hepatite B com o episódio recente de desabastecimento de uma antiviral específico (Entecavir) e a esdrúxula recomendação “técnica” (completamente carente de respaldo científico) imposta aos médicos para lidar com essa situação. Pior ainda, contrariando inclusive as Sociedades Médicas pretendem adquirir somente um dos dois interferons peguilados existentes no mercado e com isso outorgar o monopólio do fornecimento para o SUS a um só fabricante, privando os infectados de serem tratados com aquele melhor indicado a seu caso clínico.

                            Mas não vamos nos ater ao varejo. Seu tempo é nobre!

                                   Sr. Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Rocha Santos Padilha, V. Exa.  pode fazer a diferença!

                                   Esperamos que V. Exa. nos ouça.

                                   A presidente Dilma pode realizar, por seu intermédio, uma gestão que sirva de paradigma de resposta para a questão global das Hepatites Virais.

                                   É necessário, para tanto, uma visão estratégica, de estadista. Não se iluda com a busca de resultados imediatos. Eles não virão em sua plenitude. Semeamos hoje a redução na morbi-mortalidade para daqui a, pelo menos, uma década.

                                   Mas já podemos criar um grupo técnico competente, focado e que melhore a diagnose, o acesso, o monitoramento, a terapia e a prevenção em um contexto moderno e inovador que inclua fomento à pesquisa e questões ligadas à farmacoeconomia. Isso é ainda mais necessário em face da iminente chegada de uma nova possibilidade de terapia contra a Hepatite C com antivirais de ação direta. Essa nova era que se vislumbra, dos antivirais e da farmacogenômica, será dinâmica e complexa. Um grande número de compostos será colocado à disposição dos médicos e a prática assistencial será revestida de novos desafios (regras de monitoramento e interrupção, evitar e lidar com a resistência viral aos novos compostos, efeitos adversos), mas também de maior sucesso na erradicação do VHC.

                                   Mas não é só isso! Esse grupo vai ter que, imediatamente, melhorar a abordagem do crescente número de cirróticos, de portadores de câncer de fígado e dos não-respondedores à terapia atual. Terá que pensar na sociedade globalmente onde, na falta de uma vacina preventiva para a hepatite C, grupos socialmente excluídos têm que ser abordados, sob pena de ser em um futuro próximo o repositório do VHC em nossa Sociedade.

                                   Sr. Ministro, nossa Constituição, soberana, nos assegura o Direito à Saúde. Não tenha dúvidas de que usaremos tal prerrogativa quando necessário. O SUS nos assegura participação. Não tenha dúvidas de que vamos atuar em  defesa do nosso SUS e de nossas prerrogativas.

                                   Ministro Padilha, ouça-nos! Reflita! Converse com seus pares. Ouça as lideranças políticas que militam conosco! Certamente na composição do seu Ministério a recriação de um Programa Nacional de Hepatites Virais, dessa vez forte e atuante, posicionado em uma Secretaria mais operacional, atrevemo-nos a sugerir a Secretaria de Atenção à Saúde ou até inicialmente como função estratégica da Secretaria Executiva do Ministerio, sua gestão começará com um enorme acerto, não apenas técnico, mas humanista. 

                                   Estamos confiantes que o Sr. e a Presidente Dilma darão à questão das Hepatites Virais a devida relevância, retomando o que se perdeu com a atual equipe do Departamento de DST-Aids/”Hepatites”.

                                   Por tais fatos, solicitamos, com a urgência que o caso exige,  que V. Exa. se digne designar data próxima, para a realização de audiência,  na qual a sociedade civil, através das lideranças nacionais que representam os portadores de hepatites virais poderão discutir com V. Exa. a situação das Hepatites Virais em nosso país, com as ações até então desenvolvidas e traçar um programa estratégico para seu enfrentamento.

                                   Em nosso nome, dos nossos familiares, dos profissionais que conosco militam (e não dizem Amém ao dirigente de plantão) e zelam pela correção científica, e, acima de tudo, em nome das milhares de vítimas, nossos amigos, militantes ou que anonimamente morreram (até sem integrar as incompletas estatísticas...) em decorrência de hepatites virais e suas complicações, encerramos com a frase que elegemos símbolo da nossa luta,


Assinam por unidade da federação em ordem:

BA - Salvador - ATX-BA - Associação de Pacientes Transplantados da Bahia - Márcia Fraga Maia Chaves
BA - Salvador - Grupo Vontade de Viver - Romulo Corrêa Valença
BSB - Brasilia - Grupo C - Epaminondas Campos
CE - Fortaleza - ABC VIDA Associação Cearense de Portadores de Hepatite C - Francisca Agrimeire Leite
DF - Brasilia – Grupo C de Apoio ao Portador de Hepatite –  Epaminondas Campos
PA - Belém - APAF - Associação Paraense dos Amigos do Fígado - Benedito Ferreira de Almeida
PA - Belém - ARCT-PA - Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará - Cisalpina Cantão
PR - Londrina - MegLon - Grupo Margarete Barella de Apoio aos Portadores de Hepatite de Londrina e Região - Telma Alcazar
RJ - Niterói - Grupo Gênesis de Apoio a Portadores de Hepatite de Niterói - Maria Cândida Pita
RJ - Petrópolis - Grupo Hepato Certo de Apoio a Portadores de Hepatite C - Kycia Maria Rodrigues de Ó
RJ - Rio de Janeiro - Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite - Carlos Norberto Varaldo
RJ - Rio de Janeiro - Núcleo Ação de Apoio e Defesa aos Direitos das Vitimas da Hepatite C - Luiz de Souza e Silva
RJ - São Gonçalo - Grupo Amarantes de Apoio a Portadores de Hepatite C - Claudio da Silva Costa
RN - Currais Novos - APHECN - José Almir Amaral do Rêgo
RS - Bagé - GAPH BAGÉ - Luis Carlos Porcellis Paz
RS - Porto Alegre - Hepatchê Vida - Nádia Elizabeth Cardoso Barbosa
SC - Bumenau - Grupo Hércules - Doações e Transplantes de Fígado - Fernando Cezar Pereira dos Santos
SC - Chapecó - Grupo Desbravador/SC de Apoio aos Portadores de Hepatites Virais  - Gilberto Emilio Barella
SC - Florianópolis - Grupo Hércules de Apoio a Portadores de Hepatites Virais - Anna Maria Schmitt
SP - Araçatuba - Grupo ARAÇAVIDA de Araçatuba - Faustina Amorin da Silva
SP - Barretos - Grupo Direito de Viver de Apoio a Portadores de Hepatite C - Ubirajara Silva Martins
SP - Carapicuiba -  Grupo Unidos Venceremos de apoio ao portador de hepatite C - Micheline Woolf
SP - Limeira - ONG Revendo a Vida Grupo de Apoio a Portadores de Hepatites –  Marlene C. Marchioni
SP - Santos - Grupo Esperança de Apoio ao Portador de Hepatite C – Jeová Pessin Fragoso
SP - São José do Rio Preto - GADA Grupo de Apoio a Portadores co-infectados HCV e HIV - Júlio César Figueiredo Caetano (Conselheiro Nacional de Saúde)
SP - São Manuel - ONG C Tem que Saber C Tem que Curar de Apoio a Portadores de Hepatite C - Francisco Martucci