Páginas

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cientistas desvendam código genético do vírus da hepatite E

Uma equipe internacional de cientistas desvendou a estrutura atômica da camada de proteínas que protege os indivíduos contra o vírus da hepatite E. Através dessa descoberta, os cientistas esperam parar o vírus da hepatite, impedindo que ele se ligue às células humanas e inicie seu processo infeccioso. A descoberta foi publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences.
Depois de dois anos de estudos e de calcular a posição de 500 mil átomos que formam a carapaça do vírus da hepatite E, os pesquisadores criaram um modelo 3-D em computador que permitiu aos pesquisadores identificar os pontos na capa do vírus que ele utiliza para se ligar às células e produzir a infecção.
Dra. Eloíza Quintela, gastroenterologista e hepatologista especialista no Tratamento de Doenças do Fígado no Hospital Albert Einstein (SP), acredita que as pesquisas atuais em busca de inibidores competitivos que interrompam o processo de ligação e impeçam que o vírus se ligue aos receptores celulares estão no caminho certo. “Em breve teremos uma vacina eficaz como a da hepatite A”, sugere.
Dra. Maria Lucia Pedroso, gastroenterologista da área de Concentração em Hepatologia do Hospital das Clínicas de Curitiba, espera que o desenvolvimento de medidas mais eficazes para o controle da transmissão desta infecção, como a criação de antivirais e principalmente de uma vacina; resultem dessa pesquisa. “Esperamos que os resultados da pesquisa possam levar a medidas de melhor controle da doença para os pacientes” diz.

Hepatite E

O vírus que causa a hepatite E é bem pequeno e foi descrito em vários casos de hepatite no México, Ásia e África. No Brasil já foram encontrados alguns casos no norte e nordeste do país.
Essa doença acomete preferencialmente jovens adultos. Os sintomas da hepatite E podem ser semelhantes a outros tipos de hepatite viral (icterícia, falta de apetite, cansaço, dor abdominal) ou ser assintomática. A Hepatite E costuma evoluir para cura espontânea. Alguns poucos casos podem evoluir para formas graves, fulminantes, em especial em mulheres no terceiro trimestre de gravidez.
O vírus da hepatite E tem um período de incubação bem curto e provavelmente é adquirido através da água.

Sintomas da Hepatite E

Os sintomas típicos da hepatite E, entre os jovens e os adultos, dos 15 aos 40 anos, são a icterícia (que pode manter-se durante várias semanas), falta de apetite, náuseas, vômitos, febre, dores abdominais, aumento do volume do fígado e mal-estar geral. As crianças geralmente não apresentam quaisquer sintomas.

Diagnóstico da Hepatite E

A doença da hepatite E é diagnosticada quando se detectam anticorpos IgM anti-VHE, após análises bioquímicas às enzimas hepáticas. É durante o período de incubação e no início da fase aguda que o número de vírus no organismo atinge o seu máximo, acontecendo o mesmo com a quantidade que é libertada nas fezes; nesta altura é possível encontrar os antígenos virais nas células do fígado e concluir, que a pessoa está infectada.

Transmissão da Hepatite E

Tal como a hepatite A, o vírus da hepatite E propaga-se através da água e alimentos contaminados por matérias fecais, sendo mais rara a transmissão de pessoa a pessoa. Não há registros de transmissão da hepatite E por via sexual ou através do sangue.

Prevenção da Hepatite E

As medidas de prevenção incluem cuidados de higiene redobrados quando se viaja para zonas onde a doença da hepatite E é comum. Não se deve consumir água e gelo que possam provir de locais contaminados, sendo melhor optar por beber água engarrafada e selada. As frutas e os vegetais só devem ser consumidos depois de cozinhados e desaconselha-se a ingestão de marisco cru.
O cloro é o elemento químico que tem sido utilizado com sucesso na desinfecção das águas públicas nas zonas onde se registraram epidemias. Os desinfetantes à base de iodo também já provaram ser capazes de destruir o vírus.

Tratamento

A hepatite E, como doença viral, não deve ser tratada com antibióticos. As infecções são, em geral, limitadas e, normalmente, não é necessária hospitalização, exceto em caso de hepatite fulminante (falência aguda do fígado em 48 horas).
O tratamento é feito somente para aliviar os sintomas. Costuma haver regressão dos mesmos após duas a seis semanas. “Não havendo evolução para hepatite crônica, os pacientes se curam e adquirem proteção para toda vida” esclarece Dra. Maria Lucia Pedroso.

*Dra. Eloíza Quintela é gastroenterologista e hepatologista especialista no Tratamento de Doenças do Fígado no Hospital Albert Einstein (SP), Cirurgiã de Transplantes de Fígado – Membro da Sociedade Brasileira de Hepatologia e Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos-ABTO.
Consultório I: Hospital Israelita Albert Einstein Av. Albert Einstein, 627, Morumbi – Prédio Manoel Tabacow Hidal – 13º Andar, Sala 1317 Cep: 05652-9000 Tel: (0xx11) 3747-3018 PABX: (11) 3747-3547
Consultório II: Ibirapuera
Av. República Do Líbano, 2123 -São Paulo
Cep: 04501-003 Tel : (11) 5052-1087  Fax: (11) 5056-0931
Mais informações: (11) 3747-3018 ou (11) 5052-1087 ou pelo site: www.doencasdofigado.com.br