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quinta-feira, 29 de julho de 2010

28 de julho, dia Mundial da hepatite?

Este texto não deve ser considerado como uma critica ao dia 28 de julho instituído pela OMS como dia mundial da hepatite o qual foi aceito por alguns países, não todos, mas serve como uma explicação do ponto de vista dos infectados e até como um desabafo, em especial daqueles infectados com a hepatite C.

Desde o ano 2000 que os ativistas que lutam para divulgar e alertar sobre as hepatites instituíram o dia 19 de maio como o dia mundial das hepatites, evento ao qual mais de 600 ONGs e associações de pacientes se envolvem por meios próprios em atividades em quase 70 países.  Alguns estados e países até já decretaram oficialmente, por lei, o dia 19 de maio como o dia da hepatite.

Estranhamente durante a Assembléia da Organização Mundial da Saúde, para agradar a China, os ministros presentes decidiram mudar a data para o dia 28 de julho.  Curioso que o ministério da saúde do Brasil que fez a proposição do dia 19 de maio, assim como também a World Hepatitis Alliance, aceitaram calados e sem contra-argumentar a nova data.  Devemos destacar que teve países que não aceitaram o 28 de julho, por isso a resolução da OMS deixa de livre escolha qualquer outra data aos países membros. 

Mas porque a passividade sobre a mudança da data?  Podemos considerar duas hipóteses em especial:

1 – Que a resolução da OMS não estabelece metas, datas ou a aplicação de recursos por parte dos estados, estabelecendo no item 8 que isso seja feito se for necessário, o que é muito bom para os países que não desejem se envolver seriamente para enfrentar o problema;

2 – A resolução excluiu os infectados com hepatite C de qualquer ação imediata.  A força do lobby dos grupos de HIV/AIDS conseguiu se impor e desviar o foco das ações para os co infectados com hepatite e HIV/AIDS.  O item 2 e claro e direto ao colocar textualmente que: a que apóiem ou possibilitem sistemas integrados e custo eficazes de prevenção, controle e tratamento das hepatites virais, tendo em conta sua relação com co-infecções associadas como o HIV.

Fica explicito que os infectados com hepatite C e AIDS terão direito a tudo o relativo a cuidados e tratamentos, já os infectados somente com a hepatite C ficarão como doentes de segunda classe.

Ainda, ontem, dia 28 de julho, foi observado que a maioria das informações divulgadas sobre prevenção da hepatite C informava que a melhor forma para evitar a hepatite C, é o uso da camisinha ao praticar o ato sexual.  Tais gestores da saúde consideram ser a hepatite C uma doença de transmissão sexual, tal qual a hpatite B, desconhecendo ou discordando de todos os conceitos científicos que asseguram ser a transmissão sexual uma forma rara de acontecer na hepatite C.

O que se consegue com uma informação que simplesmente desinforma e deseduca?  Que a população, se não se considerar estar em um grupo promiscuo estará acreditando que não se encontra em um grupo de risco e, dessa forma, não achara necessário realizar o teste de detecção. Para o governo quanto menos souberem que estão doentes melhor, pois estará economizando em tratamentos e medicamentos e, ainda, como os infectados estarão morrendo mais jovens estarão num futuro próximo economizando no pagamento de aposentadorias.

Afortunadamente a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) junto com a Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) deu inicio a uma campanha para alertar sobre a necessidade de realizar o teste, já que é uma doença silenciosa, sem sintomas.  Destacamos que algumas poucas prefeituras realizam nesta semana ações de diagnostico. A SBH e as prefeituras merecem nosso aplauso.

Estou totalmente deprimido ao observar que o movimento da AIDS conseguiu colocar as hepatites sob seus cuidados e passou a ditar os rumos, mas eles merecem, pois são mais ativos, conhecedores e lutadores que os poucos grupos existentes nas hepatites.

Lamento pelos infectados somente com as hepatites, em especial a hepatite C que nada tem a ver com AIDS ou hepatite B é deveria possuir um departamento próprio dentro da gestão da saúde.

Segue ao final a resolução da OMS, com grifos nossos em destaque.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

63.ª ASSEMBLÉIA MUNDIAL DA SAÚDE
 WHA63.18
Item 11.12 da ordem do dia 21 de maio de 2010

Hepatite Viral

A 63.ª Assembléia Mundial da Saúde,

Tendo examinado o relatório sobre hepatite viral; (Documento A63/15)

Tendo em consideração que ao redor de 2000 milhões de pessoas se infectaram com o vírus da hepatite B e que 350 milhões de pessoas padecem a forma crônica da doença;

Considerando que a hepatite C não ainda não pode ser prevenida mediante vacinação e que em aproximadamente 80% dos casos essa infecção se torna crônica;

Considerando a gravidade das hepatites virais como um problema de saúde pública mundial e a necessidade de sensibilizar aos governos, a todas as partes e às populações para que adotem medidas de promoção da saúde, e de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença;

Expressando sua preocupação pela falta de progressos em matéria de prevenção e controle das hepatites virais nos países em desenvolvimento, especialmente na África subsaariana, devido à falta de acesso a tratamentos e atenção acessíveis e apropriados, assim como de um enfoque integrado da prevenção e as medidas de controle da doença;

Considerando a necessidade de abordar com uma perspectiva global todas as formas de hepatite viral, dando especial atenção às hepatites B e C, que são as que apresentam maiores taxas de morbilidade;

Recordando que uma das vias de transmissão dos vírus das hepatites B e C é a parenteral e que a Assembléia da Saúde, em sua resolução WHA28.72 sobre a utilização e o fornecimento de sangue e produtos sangüíneos humanos recomendou o estabelecimento de serviços públicos nacionais de doação de sangue, e na resolução WHA58.13 acordou instituir o Dia Mundial do Doador de Sangue, e que em ambas as resoluções a Assembléia da Saúde reconheceu a necessidade de que as pessoas que recebem sangue tenham acesso a sangre segura;

Reafirmando a resolução WHA45.17 sobre imunização e qualidade das vacinas, que recomenda aos Estados Membros a incluir as vacinas contra a hepatite B nos programas nacionais de imunização;

Considerando a necessidade de reduzir as taxas de mortalidade por câncer hepático, e o fato de que as hepatites virais causam 78% dos casos de câncer hepático primário;

Considerando os vínculos de colaboração existentes entre as medidas de prevenção e controle das hepatites virais e as de enfermidades infecciosas como o HIV e outras doenças de transmissão sexual ou sangüínea;

Reconhecendo a necessidade de reduzir a incidência para prevenir e controlar as hepatites virais, de facilitar o acesso a um diagnóstico correto e de pôr em marcha programas de tratamento em todas as regiões;

Reconhecendo deste modo a necessidade de universalizar as práticas de injeção seguras que promove a Rede Mundial OMS em pró da Segurança das Injeções (SIGN),

1. RESOLVE que em 28 de julho, ou a data que cada Estado Membro decida, seja designado Dia Mundial contra a Hepatite, como oportunidade para educar a respeito e obter que se compreenda melhor o problema de saúde pública mundial que supõem as hepatites virais, assim como para estimular o fortalecimento das medidas preventivas e de controle dessas enfermidades nos Estados Membros;

2. RECOMENDA aos Estados Membros:

1) a que implementem sistemas de vigilância epidemiológica ou melhorem os existentes e reforcem a capacidade de laboratório, quando proceder, a fim de obter informação confiável para orientar as medidas de prevenção e controle;

2) a que apóiem ou possibilitem sistemas integrados e custo eficazes de prevenção, controle e tratamento das hepatites virais, tendo em conta sua relação com co-infecções associadas como o HIV, mediante a colaboração multi setorial entre as instituições sanitárias e educativas, organizações não governamentais e a sociedade civil, incluídas medidas para reforçar a segurança e qualidade e a regulação dos produtos sangüíneos;

3) a que incorporem em seu contexto específico as políticas, estratégias e instrumentos recomendados pela OMS com o fim de definir e aplicar medidas preventivas e diagnósticas e brindar assistência à população afetada pelas hepatites virais, e em particular às populações de imigrantes e vulneráveis;

4) a que fortaleçam os sistemas nacionais de saúde para abordar eficazmente a prevenção e o controle das hepatites virais mediante medidas de promoção da saúde e vigilância nacional, incluídos instrumentos para a prevenção, o diagnóstico, e o tratamento das hepatites virais, a vacinação, a informação, a comunicação e a segurança das injeções;

5) a que ofereçam estratégias de vacinação, medidas de controle das infecções e médios para garantir a segurança das injeções para os profissionais da saúde;

6) a que usem recursos nacionais e internacionais, já sejam humanos ou econômicos, para respaldar o fortalecimento dos sistemas de saúde a fim de oferecer às populações locais as intervenções mais custo eficazes e acessíveis adaptadas à situação epidemiológica local;

7) a que considerem, conforme seja necessário, mecanismos legislativos nacionais para o uso das flexibilidades mencionadas no Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio com o fim de fomentar o acesso a produtos farmacêuticos específicos; (O Conselho Geral da OMC, em sua decisão de 30 de agosto de 2003 sobre a Aplicação do parágrafo 6 da Declaração de Doha relativa ao Acordo sobre os ADPIC e a Saúde Pública decidiu que «por "produto farmacêutico" entende-se qualquer produto patenteado, ou produto manufaturado mediante um processo patenteado, do setor farmacêutico necessário para fazer frente aos problemas de saúde pública reconhecidos no parágrafo 1 da Declaração. Fica entendido que estariam incluídos os ingredientes ativos necessários para sua fabricação e os equipamentos de diagnóstico necessários para sua utilização)


8) a que considerem, se for necessário, a possibilidade de usar todos os meios administrativos e legais ao alcance para promover o acesso a tecnologias de prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais;

9) a que desenvolvam e ponham em marcha instrumentos de vigilância e avaliação com o fim de avaliar os progressos para a redução da carga das hepatites virais e de orientar estratégias apoiadas em dados probatórios para as decisões de política relacionadas com as atividades preventivas, diagnósticas e terapêuticas;

10) a que promovam a celebração do Dia Mundial contra a Hepatite em 28 de julho de cada ano, ou na data em que cada Estado Membro decida;

11) a que fomentem a completa segurança das injeções em todos os níveis dos sistemas nacionais de saúde;

3. SOLICITA à Diretora Geral:

1) que, em colaboração com os Estados Membros, estabeleça as diretrizes, estratégias, objetivos sujeitos a prazos e instrumentos para a vigilância, a prevenção e o controle das hepatites virais;

2) que brinde o apoio necessário para o desenvolvimento da investigação científica relacionada com a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais;

3) que melhore a avaliação do impacto econômico mundial e regional e estime a carga das hepatites virais;

4) que apóie, quando corresponder, aos Estados Membros com recursos limitados na realização de atividades para comemorar o Dia Mundial contra a Hepatite;

5) que convide às organizações internacionais, às instituições financeiras e a outros associados a apoiar e a atribuir de forma eqüitativa, eficiente e idônea recursos para o fortalecimento dos sistemas de vigilância, os programas de prevenção e controle, a capacidade diagnóstica e de laboratório, e o tratamento das hepatites virais nos países em desenvolvimento;

6) que reforce a Rede Mundial OMS em pró da Segurança das Injeções;

7) que colabore com outras organizações do sistema das Nações Unidas, associados, organizações internacionais e outros interessados pertinentes para potencializar o acesso a tratamentos acessíveis nos países em desenvolvimento;

8) que informe a 65.ª Assembléia Mundial da Saúde, por meio do Conselho Executivo, sobre a aplicação da presente resolução.

Oitava sessão plenária, 21 de maio de 2010

                                                                            A63/VR/8



terça-feira, 27 de julho de 2010

Dia Nacional de Luta contra as Hepatites Virais

Hoje dia 28 de Julho foi escolhido pelo Ministério da Saúde como o Dia da Luta contra as Hepatites Virais em detrimento ao dia já eleito pelos grupos de apoios mais antigos.

Para os Grupos de Apoio aos Potadores de Hepatites Virais não existe uma data em si, porque a prevenção, tratamentos e atenção aos portadores de Hepatites devem ser feitos todos os dias, porém trocar uma data já estabelecida e trabalhada com muito suor pelos grupos é como renegar o trabalho feito pelos grupos que iniciaram a luta, e no mínimo falta de respeito a aqueles que dedicaram suas vidas em busca dos direitos dos portadores.

Deixamos nosso protesto em relação a troca de datas e esperamos que o PNHV juntamente com o MNHV façam o seu melhor nessa data, pois nós deixaremos essa data passar como um dia normal em nossas vidas em agradecimento e respeito a aqueles que realmente estão interessados no melhor para os portadores.

Nós simplesmente lamentamos a atitude do Ministro Temporão, do PNHV e principalmente do MNHV, que  é composto por ONGs que se dizem representantes dos doentes, mas tentam de todas as formas apagar a história de conquistas dos direitos dos portadores de hepatites virais. Se a cada gtroca de overno tentarem mudar a data, não haverá mais formas de unificarmos a luta mundial, e isso demonstra claramente que não existe um barco só nesse oceano, e sim vários barcos a deriva.


Quando somos livres, devemos pesar as consequencias de uma atitude em detrimento a milhares de portadores brasileiros e por isso, nós do grupo MegLon decidimos desta forma.

Deixamos nossos sinceros agradecimentos a aqueles que iniciaram a luta e conquistaram os direitos até agora garantidos a nós portadores de hepatites virais. E para quem não entende nossa atitude, isso se chama lealdade e respeito! Se eu tive acesso as medicações para meu tratamento ou se outros tiveram acesso ao transplante de figado foi porque esses grupos estavam antes de nós lutando pelos meus direitos.


Ninguém jamais conseguirá reescrever a história.


Esperamos que a 17ª Regional de Saúde do Estado do Paraná esteja hoje no Calçadão de Londrina realizando o trabalho que fazíamos nos anos anteriores. Esperamos também podermos contar a vocês que o trabalho do PNHV e MBHV surtiu algum resultado em Londrina sem a nossa participação.

Devemos também citar que o erário publico destinado ao PNHV invariavelmente é gasto com encontros de ONGs e Festinhas do Programa Nacional, segue abaixo um dos convites feitos ao Ministro Temporão para mais uma festinha do trem da alegria das hepatites virais.




















Nós não temos muito a festejar, voce portador tem?


Telma Alcazar
Meglon

PERSPECTIVAS DE APLICAçãO DA GENôMICA NAS HEPATITES VIRAIS



Os recentes avanços na genética aplicada têm propiciado uma melhor compreensão sobre as interações fisiopatogênicas entre o meio ambiente, os agentes infecciosos e os seres humanos, de modo a individualizar o prognóstico de doenças complexas e personalizar o tratamento.
O estudo das variações genômicas e de suas conseqüências fenotípicas constitui a base das áreas do conhecimento conhecidas coletivamente como “OMICs”, que se refere ao estudo abrangente de um processo biológico em um determinado sistema, seja ela uma célula, um órgão ou um organismo.
A tecnologia genômica faz o mapeamento e análise da totalidade da sequênica de DNA (genoma), incluindo o estudo faz interações entre loci e alelos.
A tecnologia transcritômica faz a análise estrutural e funcional da totalidade das proteínas (proteoma) incluindo as moléculas de RNA mensageiro (mRNA), RNA ribossômico (rRNA), RNA RNA transportador (tRNA) e RNA não codificante (ncRNA).
O desenvolvimento das novas tecnologias “OMICs” têm propiciado a descrição de achados altamente significativos, com grande potencial de modificação da abordagem dos portadores de hepatites virais B e C.
Algumas das possíveis aplicações futuras destes novos conhecimentos são listados abaixo:
-Prevenção da evolução para cronicidade: nas infecções agudas pelos vírus HBV ou HCV, com a identificação dos pacientes com maior risco de evolução para infecção crônica, novas estratégias terapêuticas poderão ser usadas;
-Identificação não invasiva de fibrose hepática: o achado de padrões distintos de expressão gênica poderá orientar o desenvolvimento de novos marcadores séricos não invasivos de fibrose hepática significativa/avançada (interação com a Proteômica);
-Prevenção e tratamento da cirrose hepática e de suas complicações: o reconhecimento de assinaturas genéticas específicas poderá identificar os indivíduos com risco aumentado de evolução para cirrose hepática/carcinoma hepatocelular, os quais poderão ser beneficiados com tratamento/rastreamento mais precoce e intensivo. Da mesma forma, espera-se o desenvolvimento de métodos diagnósticos mais acurados para o rastreamento do carcinoma hepatocelular;
-Desenvolvimento de novos fármacos: o conhecimento dos mecanismos intrínsecos envolvidos na fibrogênese, na oncogênese e na resposta antiviral permitirá o desenvolvimento de novos fármacos antifibróticos, antineoplásicos e antivirais, com sítios de ação específicos que possivelmente resultarão em maior eficácia e menos efeitos colaterais;
-Tratamento antiviral personalizado (farmacogenômica):a definição de assinaturas genéticas preditivas de RVS (Resposta Viral Sustentada) e de não resposta à terapia antiviral permitirá a identificação de pacientes que necessitarão de esquemas terapêuticos mais ou menos intensos (doses dos fármacos; adaptação da duração da terapia; necessidade ou não de adição de agentes antivirais diretos, como o telaprevir e boceprevir).
 
Fonte:  Portal das Hepatites
Carvalho-Filho, R.J. Aplicações da Genômica na Abordagem das Hepatites Virais.Moderna Hepatologia.2010;36(1):23-7.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Professor da UnB critica a formação de doutores no Brasil - Professor Dr Marcelo Hermes

Professor da UnB critica a formação de doutores no Brasil 

Para Marcelo Hermes, do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília, daqui a quinze anos o país não terá capacidade de fazer ciência de ponta "porque toda a geração se aposentou e os atuais não foram formados adequadamente"
 No último dia 10, os consultores do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, apresentou um estudo que concluiu, dentre outros, uma taxa média de 11,9% de crescimento ao ano do número de doutores no país. Para falar da expansão da pós-graduação no Brasil, a ADUNB entrevistou o professor do Departamento de Biologia Celular, Marcelo Hermes. Confira a seguir:

 - O estudo do CGEE mostrou que entre 1996 e 2008 o número de doutores titulados no Brasil cresceu 278%. O que o senhor acha da expansão da pós-graduação no país?

 A minha visão é contrária à expansão da pós-graduação, especialmente do doutorado. A maioria das pessoas acreditam que o crescimento no Brasil - e na UnB também - é positivo. A taxa de aumento, alguns anos atrás, chegou a variar entre 10% e 20%, um crescimento chinês. E todo mundo comemora isso, exceto alguns poucos. Eu acho que é um crescimento exagerado. Aliás, responder isso agora ficou mais fácil, desde que o país entrou no chamado super aquecimento. Esse crescimento de 9% ao ano o qual o país não suporta, já que não temos estrutura física para tanto bussines. E a mesma coisa acontece na pós.

 - Como é essa comparação?

 Para se ter pós-graduação são necessárias quatro coisas: os alunos, que querem fazer pós; os professores, que vão orientar e dar aula; os cursos e, claro, dinheiro. Dinheiro não tem sido o problema. Então o que acontece? Você tem um crescimento muito grande tanto no número de cursos, de alunos e de orientadores. Um olhar desatento, pensa "que bom!". Não. Muito pelo contrário. O país está andando para trás com esse crescimento exagerado da pós. Primeiro porque os professores têm uma capacidade finita de orientar. Antigamente, cada professor orientava cinco, hoje está orientando dez alunos. E isso causa uma queda da qualidade. Obviamente, você não consegue dedicar suficiente tempo para orientar esses alunos. Para formar doutores é preciso um trabalho artesanal. Eles têm que ser treinados, pois podem se transformar em orientadores no futuro. Além disso, nem todos têm capacidade de ser orientadores. Tem muita gente que não tem a formação técnica e a capacidade de orientar. E nem todo mundo tem a qualificação necessária para ser orientador de doutorado. E com esse crescimento exagerado, a pós está pegando vários professores que não têm a menor capacidade de orientar, mesmo que não queiram, porque vão pegar uns pontos a mais, vão ter uma promoção. Outro problema é a existência de alunos que não deveriam estar fazendo doutorado, porque não tem capacidade para isso.

- O senhor acredita, então, que nem todo mundo está apto a fazer um doutorado?

Sim. É curioso que hoje já entendemos que nem todo mundo deve fazer graduação. O candidato à presidência José Serra, por exemplo, está fazendo campanha pelo ensino técnico. A ideia é: o que adianta sair com um diploma de administração se você não vai administrar uma empresa? O problema é o mesmo no doutorado. Sendo muito otimista, acredito que metade desses milhares de alunos de doutorado é composta pelos que eu chamo de "doutores mobral", o doutor analfabeto, que mal sabe ler um artigo científico, quanto mais escrever. O Brasil quer formar doutores, então vamos formar de verdade.

- Existe algum outro fator que contribua para a baixa qualidade na formação desses doutores?

Um fenômeno atual é o caso de pessoas que se formaram em faculdades particulares estarem ingressando na pós-graduação. São alunos mais fracos, isso é um fato. Mas estão entrando porque a pós está expandindo. Eu diria que 90% da produção de doutores vêm das faculdades públicas. E diria ainda que 90% dos que vêm das particulares são fracos. Essa produção vai crescer, depois vai estabilizar e lá para 2025 vai começar a cair, porque vai ser quando os atuais orientadores vão se aposentar. Pode até ser que a produção de teses continue a crescer infinitamente. Só que essa segunda geração de "doutores Mobral" vai produzir a tese e não publicar ciência, a menos que as revistas também baixem muito o nível.

- Não existe reprovação em pós-graduação?

Praticamente não tem. 99,9% das pessoas são aprovadas no mestrado. O orientador corrige a tese antes de entregar para banca e muitas vezes a própria banca também reescreve a tese. Então a tese acaba não sendo mais do aluno, não é mais personalizada.

- Qual o motivo para o investimento no crescimento da pós-graduação no Brasil?

Para ter produção de ciência deve existir mão de obra para fazer pesquisa. E quem é que faz a pesquisa? O pesquisador coordena; 80% das pesquisas são feitas por alunos de doutorado. São eles a mão de obra. A Capes entendeu que, ao expandir ao máximo o doutorado, maior a produção e quantidade de resultados. A cada ano aumenta o número de alunos formados doutores e a cada ano aumenta o número de trabalhos publicados. A própria Capes usa isso como propaganda para mostrar como é positivo esse aumento do doutorado no Brasil. Fazem questão de divulgar que o Brasil, a cada ano, eleva sua posição no ranking de países que produzem ciência, ocupando o 14º lugar. Mas isso é criminoso: você forma o doutor para produzir a média de dois artigos. E é isso o que ele vai fazer. Veja o custo do país para formar uma pessoa cujo objetivo é fazer dois artigos. E, muitas vezes, quem vai escrever é o orientador, pois ele não tem condição de fazer isso. Porque é tudo muito rápido, prazos restritos e tem que fazer funcionar. O crescimento da ciência e da pós-graduação brasileira é uma neoplasia, um tumor e um dia isso vai explodir.

- O senhor acha que essa situação se sustenta no futuro?

Seria sustentável se as pessoas vivessem para sempre. Mas as pessoas morrem, se aposentam. Essa política está completando 6, 7 anos. Começou na era FHC em que se estimulavam os pesquisadores a publicar. Na era Lula a pressão é para se publicar o máximo que puder. Então os estudantes que estão sendo formados agora e que estão sendo ultra pressionados não sabem fazer pesquisa direito. Está sendo uma formação a jato, massificada, e quero ver essas pessoas quando a minha geração morrer ou aposentar. Quero ver se eles vão dar conta do recado, porque eles não tiveram a formação necessária. E quero vê-los formando outros profissionais dentro dessa visão de mega-produção de baixa qualidade. A minha crítica não é à publicação. Sou "produtivista". Mas sou contra ao mega-produtivismo.

- O senhor acha que esse panorama é contornável?

O que está acontecendo no Brasil é uma farsa e uma fraude com dinheiro público. Se fosse algo que pudesse ser resolvido mudando a política, mas não é. Será um "dano irreparável". Eu diria hoje, sem problemas, que temos de 30 a 40 mil doutores "Mobral" no Brasil, disputando empregos. Qual o problema para o Brasil? Imaginamos o país daqui a quinze anos sem capacidade de fazer ciência de ponta porque toda a geração se aposentou e os atuais não foram formados adequadamente.

- Como o senhor acha que essa questão do crescimento da pós-graduação é vista pelos outros pesquisadores?

Eu fiz uma pesquisa, publicada em 2008 em uma revista canadense, em que entrevistei vários colegas pesquisadores, selecionados ao acaso, sobre o que eles achavam da pós-graduação brasileira em vários aspectos. A grande maioria, e eu comparei com alguns señiors latino americanos (mexicanos, argentinos e chilenos), critica esses problemas de regras muito ruins da pós-graduação, de overwork e má qualidade dos recém-doutores sendo formados. O doutor tem que ser qualificado. Na minha área (Ciências Biomédicas) ele tem que ser capaz de propor um projeto de pesquisa, de executar esse projeto de pesquisa, de montar uma equipe, de buscar verba para isso, de publicar em periódicos internacionais, de ser avaliador de outros artigos, de dar palestras. Eu e os pesquisadores que entrevistei acreditamos que a maioria que está sendo formada não tem mais essas qualificações. Algumas pessoas falam que a qualidade do ensino como um todo está caindo. Não gosto de analisar por esse viés, não sou sociólogo. As coisas são mais simples: a pressão é muito grande, não está havendo tempo de formar as pessoas. Por exemplo, tenho um amigo no campus da Unifesp, que é professor titular, que reprovou os 10 candidatos de um concurso para professor e todos tinham doutorado. Que "ótimos" doutores.

Professor Dr Marcelo Hermes Lima
Ciencias Brasil - Professor Marcelo Hermes Lima

Agradecemos ao Prof. Marcelo a sua boa vontade e disponibilidade, nosso muito obrigada Dr!!!!

Telma Alcazar
MegLon

IGNORÂNCIA A CAUSA BÁSICA DA MALDADE - EFEITO NA SOCIEDADE E NOS DOENTES

Boa Tarde a todos amigos do Meglon,
Eu estava em falta com a Soninha, pois havia prometido reproduzir os textos relacionados com o SUS do seu blog: http://wwwblogdasboasnovas.blogspot.com/ . Segue abaixo uma interpretação da Sônia sobre a ignorancia e falta de conhecimento sobre a visão das patologias infecto-contagiosas.
Acredito ser uma importante visão de quem dedicou sua vida aos atendimentos  dessas patologias e hoje é acometida pela Hepatite C.

IGNORÂNCIA A CAUSA BÁSICA DA MALDADE-EFEITO NA SOCIEDADE E NOS DOENTES


Hoje passei o dia inteiro, pensando, lendo e vendo de que maneira trabalhar a questão da ignorância, da falta de conhecimento da sociedade em relação a muitas coisas, que se continuarem a ser compreendidas com uma visão da Idade Média, ou até mesmo antes da mesma, continuaremos a sofrer, a sermos vítimas de absurdos, de preconceito e até de estigmas .Uma desta áreas onde a maldade pode ser ativada é na área da doenças transmissíveis.
Quando trabalhava no SUS em Programas ligado as Doenças infecto contagiosas, como AIDS, Hanseniase, Hepatites, sempre tínhamos a preocupação de desmistificar os conceitos estigmatizantes da doença, fruto da ignorância. produzido pela pouca informação cientifica sobre as causas e transmissões das mesmas, ainda apoiadas em origens falsas, dos tempos antigos.
Doenças infecto-contagiosas geram medo e afastamento por causa de falta de informação. Além do mais têm o poder de julgamento moral e conduta noa maneira da transmissão das doenças, sem sabermos  que muitas das doenças nem são taõ contagiosas(como a Hanseniase), nem todas são capazes de transmissão direta através de contato com objetos de uso pessoal ou via sexual direta(no caso a Hepatie C), mas não nos assustamos de que algumas doenças são altamente infectantes e nós nem sabemos, pois pessoas podem ser portadoras sadias na transmissão de algumas doenças como no caso das Meningites Meningocócicas.
O fato desta falta de conhecimento gera separatismo, e as pessoas com determinadas doenças, até se escondem(no caso a Hanseniase) ou vivem em grupos fechados-como nos casos das Hepatite C , B e AIDS.
Aliada a toda esta desinformação, hoje pessoas totalmente sem conhecimento, usam esta falta de conhecimento para assustar pessoas ou até atemoriza-las, como no caso do "Cafetão que ameaçou uma pessoa, dizendo que a Hepatite C poderia ser transmitida se fosse soprada algo na boca da mesma"( relato na Internet) e que gerou uma resposta do Grupo MEGlon, esclarecendo a população via internet.
Mas além disto, a sociedade manifesta-se inclusive de maneira diferente aos portadores de doenças infecciosas e não infecciosas em relação ao apoio, solidariedade, compaixão.
Quando uma pessoa tem Câncer todo mundo se solidariza...Se tem Alzeihmer todo muito lamenta bastante, não que esteja errado estas manifestações, mas não podemos ter comportamentos humanos solidários diferenciados.
Quando voce tem uma doença infecto-contagiosa, em especial agora falando da Hepati C, todo mundo já quer saber:e como voce pegou? O que esta pergunta na realidade pode estar embutindo dentro de si mesma?  Um pre´julgamento, já que a doença está sendo conhecida de maneira incorreta. mas mesmo que pessoas adquiram doenças, através de vias sexuais ou através de uso compartilhado de seringas,, quem somos nós para termos atitudes de desprezado ou supremacia em cima das mesmas.?
Doente, são doentes e merecem todo respeito , carinho e cuidados.
Ambulatórios de doenças infecto-contagiosas, infelizmente, são implantados nos finais dos corredores, e alí estão os coitados, os culpados, os irresponsáveis?
Afinal se muitas doenças acometem as pessoas, grande parte da responsabilidade corre por conta dos Sistemas de Saúde, sejam publico, conveniado ou particular que não investem de maneira mais pontual na informação...
Além do mais, quando as doenças novas, surgem e ameaçam a economia do pais , ou os exercitos do mundo, imediatamente medidas de controle, prevenção ,estudos, pesquisas, são desencadeadas, como pudemos  ver no inicio da AIDS que havia um medo de que a força de trabalho jovem pudesse morrer rapidamente e a economia  e os campos de batalha ficassem desprovidos  deste grupo...
A gripe suína, logo detectada, espalhando-se de maneira rápida através do avião, também assustou o mundo, pelo desconhecimento e sua alta mortalidade. e em tão pouco tempo, anti-virais foram descobertos e implantou-se um protocolo mundial.
Mas e as hepatites C? Encontram-se meio obstruídas, no meio das outras Hepatites,sem informações pontuais, sem garantia de  maior agilização do atendimento, sem uma atenção e olhar dos profissionais de Saúde nos atendimentos regulares de saúde na Atenção Básica de Saude..
Qual o motivo? Falta de conhecimento do impacto da  morbidade  entre os profissionais e  com certeza, ainda pouco  inserida como doença para investigação clinica  regular na Atenção Básica. e quando descoberta , já com danos hepáticos severos. Será que era porque não aparece em todos os grupos sociais?apenas nos  nos usuários de drogas, nos que já tinham AIDS?  Será que é proque muitos pacientes usam a clinica particular, e nem são notificados os casos? Devemos investigar esta fragilidade do program em todos os seus niveis:promoção, educação  notificação.
O maior entrave numa descoberta de casos de doenças transmissíveis é o temor e medo das pessoas em como a sociedade vai tratar os mesmos após o diagnóstico..E então não aparecem .Adoecem no anonimato.
Então hoje pensei que poderia escrever algo , com este sentimento não so pessoal mais de Sanitarista, embora aposentada....
Como ativista Bahá'i,. preocupada com o bem -estar de todos, e não apenas com uma parcela da população, em com o meu próprio , agora afetada pela doença há mais de 36 anos ,encontrei nos Escritos de Abd'ul-Bahá o seguinte  Texto:


  "A causa básica da maldade é a ignorância, razão pela qual temos de segurar firmemente as ferramentas da percepção e do conhecimento."

A ignorância em muitos campos tem gerado, racismo apartheid, mortes, guerras, desentendimento e violações.Na saúde com certeza, está causando mal-estar, discriminação, desatenção, separatismo, violando os direitos de viver e conviver de maneira igualitária.
E como Bahái, também quero expressar , meu sentimento, de que por falta de conhecimento do que é ser Bahái, também sofro discriminação e as vezes estranheza.
Precisamos realmente saber, tomar conhecimento correto sobre tudo, para afastarmos as nuvens do preconceito e da estranheza..

Sõnia-Londrina2010
http://wwwblogdasboasnovas.blogspot.com/

domingo, 25 de julho de 2010

Propostas dos candidatos ao governo para a saúde

Epoca de campanha politica lemos todos os tipos de promessas, mas infelizmente ao término do mandato politico as promessas não são cumpridas. Mas eu sou otimista e ainda tenho esperança de novos tempos para a Saúde Publica do Paraná, então resolvi postar as promessas politicas de cada candidato a Governador do nosso estado, para podermos cobrar as promessas feitas durante as campanhas. Poderemos acompanhar o mandato e exigir que as promessas não fiquem apenas no papel.

Lembramos que reproduzimos o texto abaixo exatamente como está na matéria do Jornal Paraná Online.

 

Propostas dos candidatos ao governo para a saúde

Roger Pereira 

Aos domingos, o Paraná Online publica propostas dos principais candidatos ao governo
Com gargalos que levam ao transporte de doentes para centros maiores, a Saúde é um dos principais problemas da administração pública. Nesta segunda edição da divulgação dos programas dos candidatos, confira o que eles propõem para o setor.

OSMAR DIAS - 12 - PDT


Promover a integração dos serviços nas regiões metropolitanas, de suma importância para trazer conforto à população. A grande mudança será redistribuir atribuições com base na complexidade das demandas regionais; fortalecer os planos e conselhos regionais da saúde e melhorar a distribuição do atendimento de média e alta complexidade.

Estabelecer uma rede integrada de hospitais universitários no Paraná, por entender que é mais barato investir nos HUs do que construir novos hospitais. Em recente visita ao Hospital Universitário de Maringá (HUM), que atende a uma demanda de 120 municípios, sendo 30 da sua região metropolitana, o candidato encontrou uma estrutura tecnicamente competente e preparada, mas que sofre com a falta de recursos para ampliar a sua capacidade de atender à grande demanda. E assim como acontece em Maringá, a falta de estrutura atinge também os hospitais universitários de Londrina, Cascavel e Curitiba.

Dividir competências. Cada unidade poderá se especializar em alguns tipos de tratamento, organizando a triagem de pacientes e desafogando as emergências. Além do mais, a rede pode reduzir custos na hora de comprar conjuntamente medicamentos e insumos, bem como na hora de captar investimentos.

Criar, nas aglomerações com mais de 50 mil habitantes, núcleos de saúde integral, centros de especialidades básicas, rede contratada e conveniada de referência para consultas e exames especializados e outras ações que permitam à população local e das cidades vizinhas atendimento sem a necessidades de deslocamentos para grandes cidades.

Valorização dos profissionais de saúde. Para que isso aconteça, promover a formação, atualização e especialização de profissionais de nível médio e superior; apoiar estudos, pesquisas e desenvolvimento de novos materiais, medicamentos, sistemas, equipamentos e inovações tecnológicas para a saúde; fortalecer os hospitais universitários com investimentos em pessoal, instalações físicas e insumos, para torná-los referências em suas regiões.

Reorganizar, dinamizar e dotar os vários sistemas, centrais, unidades e institutos de atendimento ao cidadão com informatização, integração, regulação e controle dos serviços da saúde, implantando um grande sistema estadual informatizado e integrado. É dessa forma que contribuiremos para a democratização e facilidade de acesso à saúde.


BETO RICHA - 45 - PSDB

Ampliar o repasse estadual para a Atenção Primária à Saúde, Unidades Básicas de Saúde e Equipes de Saúde da Família. Melhorar a qualificação dos profissionais com programas de educação permanente. Implantar o prontuário eletrônico. Organizar rede de segunda opinião e telemedicina para apoiar os médicos que atuam nos municípios.

Criar Centros Regionais de Atenção Especializada em todas as regiões de saúde, diminuindo os deslocamentos dos cidadãos. Investir em equipamentos para exames especializados. Ampliar o acesso a exames de imagem, com a central de laudos à distância.

Promover mutirão para cirurgias de hérnias, próstata, varizes, fimose, amígdalas, adenóide, histerectomia, entre outras. Programa Mãe Paranaense para garantir que a gestante tenha assistência ao pré-natal. Toda gestante, ao iniciar seu pré-natal, terá definida uma maternidade para atendê-la. A atenção se estenderá também aos recém nascidos, monitorando todas as crianças de risco até 1 ano de idade.

Rede de Atenção à Pessoa Idosa em todo o Estado. Apoiar os municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável. Promover a ação nas áreas de assistência social, cultura e esporte, lazer e atividade física.

Rede de Atenção às Urgências e Emergências. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) nas 22 regiões do Estado até 2014. Criar o Disque Urgência, para dar apoio às equipes municipais em qualquer situação de urgência no Estado. Ampliar o número de leitos de UTI adulto e neonatal. Apoiar hospitais públicos e filantrópicos, tornando-os especializados no atendimento ao trauma e emergências e às principais causas de morte (Acidente Vascular Cerebral e Infarto).

Integração de ações na área de segurança pública, educação e saúde na prevenção do uso e implantar os Centros de Atenção para Usuários de Drogas, com foco especial para os usuários de álcool e crack. Transformar o Hospital São Roque, em Piraquara, em Centro de Referência para o tratamento de usuários.

Promover a qualidade de vida das pessoas portadoras de deficiência com a Rede Estadual de Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência e ações de prevenção e atendimento. Melhorar o funcionamento do Hospital de Reabilitação do Paraná.

Cumprir a Emenda nº 29, o que irá ampliar os recursos do tesouro estadual, aplicando os 12% previstos na saúde.


PAULO SALAMUNI - 43 - PV

Ampliar a presença da rede estadual no tratamento de enfermidades de média e alta complexidade, aumentando o número de leitos e racionalizando o uso dos hospitais. Dotar nossos hospitais de vocações específicas, que permitam o atendimento, a otimização dos recursos e a ampliação do público atingido.

O governo estadual atuará com mais ênfase nas áreas do diagnóstico e do tratamento de enfermidades de média e alta complexidade. Desburocratizar a questão dos medicamentos extraordinários e excepcionais, de distribuição obrigatória e gratuita, hoje alvo de inúmeras ações judiciais Programa Médico da Família ou Hospital nas Comunidades: Assinar acordo de cooperação com as Instituições de Ensino Superior Estaduais e Federal para criar cursos de Residência Médica e Especialização em Enfermagem, com o objetivo de trabalho de campo, visitando residências pré-cadastradas de baixa renda, onde atuará como médico/enfermeiro de família.

Programa Mutirão da Saúde: O programa envolve a visita de equipes de médicos e enfermeiros a localidades carentes nas grandes cidades e nas cidades desprovidas de rede hospitalar de qualidade.



LUIZ BERGMANN - 50 - PSOL

A doença e o sofrimento das pessoas não podem ser tratados como mercadoria e fonte de lucro para planos de saúde, clínicas, laboratórios, hospitais particulares e especuladores. O PSOL defende o fortalecimento do SUS, para que todos tenham acesso à saúde pública, integral, gratuita e de qualidade. Para mudar essa realidade, apontamos quatro principais eixos de ação:

Prevenção. Investimentos com saneamento básico, condições saudáveis e humanas de trabalho e de moradia, campanhas de prevenção e alimentação agroecológica.

Gestão e financiamento. A política dos governos tem sido hipócrita. Corta verbas para a saúde e enxuga o quadro de servidores, provocando a crise no sistema. Em seguida, privatiza serviços de saúde. O PSOL não admite a transferência da gestão para as mãos do setor privado. O SUS representa uma conquista dos movimentos sociais. É necessária a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29.

Modelo de Atenção. Acabar com as filas para atendimento e exames. Contratar servidores em número suficiente, com jornada de 30 horas semanais. Criar serviços especializados para as vítimas de acidente de trabalho. Desenvolver políticas para a mulher, o idoso, a saúde mental, os agravos provocados pela violência, a compra de medicamentos.

Participação e Controle Social. O controle social deve ser reforçado, como garantia de prestação de bons serviços e de impedir as fraudes.

 
Reproduzimos o texto publicado no jornal Paraná Online:
http://www.parana-online.com.br/editoria/politica/news/463867/?noticia=PROPOSTAS+DOS+CANDIDATOS+AO+GOVERNO+PARA+A+SAUDE

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Brincar de Viver

Hoje deixo a letra da musica  Brincar de Viver do Guilherme Arantes para alegrar a todos os amigos do Meglon.
Brincar de Viver
Composição: Guilherme Arantes


Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
E redescobrir seu lugar
Pra retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não
Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não
E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho
Como eu sou feliz, eu quero ver feliz
Quem andar comigo, vem
Lá  lá  lá  lá  lá...
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não.
Lá  lá  lá  lá  lá...

Linda noite para todos voces.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Interferon Peguilado para todos os Genótipos em SC - Grupo Hercules - SC

Hoje é dia de alegria para muitos portadores de Hepatites Virais, o Grupo Hercules de Santa Catarina conseguiu ganhar um processo judicial que abre jurisprudencia para todos pacientes com Hepatite C, o processo está descrito abaixo para quem quiser utilizá-los em seus processos dos pedidos das medicações.
Até que seja reformulada a nova Portaria do Protocolo Clinico de Tratamento da Hepatite C, poderemos utilizar essa jurisprudencia para a liberação em outros estados dentro das condições abaixo descritas.

PS: Escrevi rapidamente porque hoje é dia de reunião aqui no MegLon, e não poderiamos deixar passar em branco.

Nossos sinceros parabéns ao Grupo Hercules! Segue abaixo o informativo do Grupo Hercules.



Caros amigos,

Em audiência hoje com o Juiz Federal Dr. Hildo Nicolau Peron da 2a Vara Federal SC foram definidos os consensos da Ação Civil Pública do Grupo Hércules representado pela Dra Cláudia Boeira (adv do Hércules na época da ACP):

Nº 2004.72.00.014406-0 (SC)
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/acompanhamento/resultado_pesquisa.php?txtValor=2004.72.00.014406-0&selOrigem=SC&chkMostrarBaixados=&selForma=NU&hdnRefId=&txtPalavraGerada=&PHPSESSID=3a7ebbd168ecf2337069fa8905a50840#


A liberação dos medicamentos (Interferon e Ribavirina) para tratamento de Hepatite C, Genótipos 2 e 3 é facultada a todos os pacientes residentes em Santa Catarina,
sendo os procedimentos semelhantes aos que se referiam apenas ao Genótipo 1.


Dentre os consensos estão:
- Não há vínculo à marca comercial, dosagem por embalagem, Laboratório fabricante, etc
- Os medicamentos serão enviados aos Polos de Aplicação ou Postos de Atendimentos (Saúde Básica) dos Municípios.
- Haverá capacitação dos funcionários envolvidos.
- outros


Assim que for publicado o consenso no site acima enviaremos maiores detalhes.
Agradecemos ao Dr. Hildo Nicolau Peron, Anna M. Gomes Haensel e a Cláudia Boeira por esta enorme vitória,
que agrega qualidade e celeridade nos inícios dos tratamentos destes colegas.

Grande abraço a todos,
Fernando Cezar Pereira dos Santos                              Gilberto Antonio Scussiato
Presidente                                                                  Secretário Geral

Anna Maria Gomes Haensel                                          Olga LV Marcondes
Coord. Hepatites Virais                                                Coord. Doações e TX

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Hércules - Doações e Transplantes de Fígado
Grupo Hércules de Apoio a Portadores de Hepatites em SC
UP Estadual / Up Mun. Florianópolis
E-mail: astroblu08@gmail.com
http://twitter.com/grupohercules
http://grupohercules.blogspot.com
Informações:  (48) 9938-8336
                     (47) 8864-9880
                     (47) 9936-7477
                     (49) 9963-0630
FLORIANOPOLIS - BLUMENAU / SC

sábado, 17 de julho de 2010

Sabe que se um cafetão cuspir na sua boca, você pode pegar Hepatite!

Lendo as mensagens no Twitter, me deparei com diversas trocas de recados com a mensagem:

sabe que se um cafetão cuspir na sua boca, você pode pegar Hepatite!

Isso não é verdade e  a principio fiquei espantada com a falta de informação  e  ao mesmo tempo indignada com a forma leviana que divulgam informações importantissimas para a saúde publica do país. Analisando com mais atenção percebi que é uma espécie de brincadeira, brincadeira aliás ,muito sem graça e irresponsável. Pois, é uma forma de divulgarmos a discriminação das hepatites virais.

Então decidi que o melhor a fazer é tentar ensinar a população. Segue abaixo um texto do Dr Stefano Gonçalves Jorge, médico da Unicamp de Campinas.

Telma Alcazar - Meglon
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O que é Hepatite

Chamamos de hepatite toda inflamação no fígado, independente da sua causa. Com a inflamação, são destruídas células do fígado (hepatócitos e outras), com diversas conseqüências ao organismo. As hepatites podem ser causadas por vírus hepatotróficos (principalmente A, B, C, D e E), álcool, medicamentos ou outras substâncias tóxicas doenças metabólicas e do sistema imunológico.

Os vírus A, B, C, D e E da hepatite são vírus completamente distintos, cada um causando hepatite com características diferentes, não a mesma com graus progressivos de gravidade.

As hepatites virais são adquiridas principalmente pelo contato com fezes contaminadas (geralmente através de água e alimentos) ou com sangue (diretamente, como nas transfusões e relação sexual, ou indiretamente, compartilhando agulhas ou utilizando instrumentos cirúrgicos, odontológicos, de manicure ou de tatuagem não esterilizados).

Se a doença for de início abrupto, geralmente causada por uma infecção, chamamos de hepatite aguda, onde há destruição intensa de células do fígado, podendo levar a febre, icterícia (“amarelão” na pele e olhos), náuseas, desconforto abdominal e falta de apetite.

A icterícia (“amarelão”), náuseas, febre e desconforto no abdome são os mais característicos da hepatite aguda sintomática, devendo ser avaliados por um médico. Em adultos e, especialmente, em gestantes e portadores de outras doenças do fígado, o risco de complicações é mais alto.

A maioria das hepatites agudas, no entanto, é mais leve e pode causar apenas um mal estar e febre baixa, resolvendo-se em poucos dias e a pessoa acometida nem chega a descobrir que teve uma hepatite. Alguns casos, felizmente raros, podem levar a todos os sintomas acima e ainda ao aparecimento de sonolência, confusão mental e sangramentos com facilidade, o que caracterizam uma hepatite aguda grave com falência do fígado e devem ser submetidos a tratamento intensivo, com a possibilidade de precisar de transplante do fígado.

O quadro súbito de icterícia, acompanhada de sonolência, confusão mental e sangramentos caracteriza uma hepatite grave e deve ter avaliação médica de emergência.

Felizmente, a não ser em casos onde a destruição do fígado é maciça, assim que a causa da hepatite é eliminada o órgão utiliza a sua formidável capacidade de regeneração e há recuperação completa dos sintomas e do funcionamento do órgão em poucas semanas, com normalização dos exames laboratoriais em até 6 meses, na maioria das vezes sem a necessidade de qualquer tratamento.

A principal hepatite aguda sintomática no Brasil é a causada pelo vírus da hepatite A. Outras causas incluem a hepatite tóxica por medicamentos e álcool, a causada pelo vírus da hepatite B e menos freqüentemente pelos vírus da dengue e da febre amarela.

Algumas causas de hepatite aguda, no entanto, não são facilmente eliminadas do organismo, e persistem por mais de 6 meses. Isso ocorre não ocorre na hepatite A, mas ocorre em cerca de 5% das hepatites B, em 70 a 85% das hepatites C e em quase a totalidade das hepatites causadas pelo uso crônico de álcool, por doenças metabólicas como a esteato-hepatite não alcoólica, doença de Wilson, deficiência de alfa-1-antitripsina e hemocromatose e nas doenças auto-imunes, como a hepatite autoimune e cirrose biliar primária.

Na hepatite crônica, que é a persistência da inflamação por mais de 6 meses, a destruição das células do fígado é menos intensa e geralmente não causa sintomas, passando despercebida. No entanto, leva à formação de cicatrizes (fibrose) no interior do fígado, que vão aumentando em quantidade com o passar dos anos, até levar a deformação do órgão e comprometimento da sua função, o que chamamos de cirrose.

Profissionais da área da saúde, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise, pessoas com múltiplos parceiros sexuais, com outros fatores de risco e com antecedente de hepatite aguda sintomática (se não houve diagnóstico confirmado de hepatite A) devem realizar exames periódicos para investigação de hepatite.

Pela ausência de quaisquer sintomas na grande maioria dos casos de hepatite crônica, que por sua vez em sua grande maioria são precedidos de uma hepatite aguda assintomática, é comum que o diagnóstico da doença só ocorra tardiamente, no estágio de cirrose, quando as opções de tratamento são mais limitadas. Felizmente, a realização de exames de rotina, os exames pré-natais e a investigação de pessoas com maior risco para o surgimento de hepatite têm aumentado o diagnóstico precoce das hepatites crônicas, o que permite o tratamento adequado para impedir ou retardar a progressão da doença.

A prevenção da complicação das hepatites, especialmente a cirrose, está baseada na prevenção da infecção, através de medidas higiênico-sanitárias (saneamento básico, esterilização de materiais, utilização de preservativos, utilização de agulhas e seringas descartáveis e teste de sangue doado), vacinação (disponível contra as hepatites A e B), tratamento do alcoolismo e abuso do álcool e no diagnóstico precoce de pessoas com maior risco de adquirirem a infecção ou de desenvolverem doenças metabólicas (como obesos, diabéticos e pessoas com histórico de doença hepática não infecciosa e não alcoólica na família).

Stéfano Gonçalves Jorge 
www.hepcentro.com.br

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Hospital Santa Isabel promove Bazar com mercadorias apreendidas pela Receita Federal - Blumenau Santa Catarina

O Hospital Santa Isabel promove nos dias 22, 23 e 24 de julho o Bazar com mercadorias apreendidas pela Receita Federal no Ginásio de Esportes do Colégio Sagrada Família.
O Bazar inicia às 9 horas. Meia hora antes começa a distribuição das senhas. Será entregue uma senha por pessoa. Não será permitida a entrada com acompanhante nem a presença de menores de 13 anos no Bazar.
Estarão à venda brinquedos, eletrônicos, artigos de pesca, artigos de vestuário, perfumaria, mochilas, bolsas, equipamentos de som automotivos, ferramentas, artigos de decoração e utilidades domésticas. Somente será aceito pagamento em dinheiro e cada pessoa pode comprar no máximo R$ 700 em artigos.
Para comprar no Bazar é obrigatória a apresentação de CPF. As mercadorias estarão à disposição até acabar o estoque. Cada pessoa terá 20 minutos para efetuar as compras. Os produtos não serão testados e não será permitida troca e/ou substituição de mercadorias. O Bazar encerra às 19 horas.
O valor arrecadado na venda das mercadorias será utilizado na readequação da Recepção do Hospital Santa Isabel.
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Somos eternamente agradecidos ao Hospital Santa Isabel que acolhe nossos doentes hepaticos para o Transplante.
Telma Alcazar - MegLon

domingo, 11 de julho de 2010

Trabalhos da ONG C TEM QUE SABER C TEM QUE CURAR

Prezados:

Enviamos no anexo imagens dos eventos de Hepatite C das cidades de Valinhos (junho) e Igaratá que realizamos na quinta feira passada, dia 8 de julho, dentro de nosso projeto anual de ações efetivas pelos municípios do Estado de São Paulo.

As próximas ações desse tipo  serão realizadas nas cidades de Atibaia,no dia 16/07 ,sexta próxima, depois nos municípios de Artur Nogueira,Conchal,Engenheiro Coelho e Mogi Guaçu, em agosto, todos em parceria com a Rota das Bandeiras do Grupo Odebrecht.

Faz parte desse programa da ONG C TEM QUE SABER C TEM QUE CURAR palestras instrutivas, fornecimento de cartilhas, campanha de detecção precoce com a aplicação do teste rápido na população triada , treinamento aos profissionais da saúde da rede municipal e inclusão dos portadores descobertos ao tratamento ,quando necessário.

 Através dessa iniciativa ,no ano passado esse mesmo programa atendeu 36 municípios com a utilização de 21.600 testes e a inclusão de 367 pessoas infectadas ao tratamento. (Prevalência de 1.7%) Neste ano já realizamos 36 eventos  que empatam com os números do ano passado e ainda faremos mais 42 pelos municípios até o mês de dezembro.

O que mais chama a atenção é que os soro reagentes descobertos nessas campanhas jamais imaginam ter contraído a hepatite C. Portanto fica aqui a reflexão de que iniciativas mais efetivas por parte do Ministério da Saúde devem ser realizadas a fim de dar a chance do tratamento a portadores desavisados.

O Programa Industria Saudável, parceria nossa com a FIESP/SESI/SENAI começou a testagem da Hepatite C nas industrias da capital com a previsão de 160 mil testes por ano, dos quais vamos acompanhar todas as etapas.

Atenciosamente


Chico Martucci
ONG C TEM QUE SABER C TEM QUE CURAR
www.ctemquesaber.com.br
(14) 3841 11 72  (14) 9671 24 24