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domingo, 29 de maio de 2011

Liberação das drogas ou Criminalização?

 

Ontem ao assistir FHC falando sobre as drogas, fiquei pensando se ele realmente acredita na legalização ou se ele quer ganhar popularidade, já que o trafico e usuários de drogas no Brasil têm índices alarmantes.
Em primeiro lugar devo dizer que esse assunto deveria ser debatido sim, mas por médicos especialistas e não pela população leiga que se auto denomina formadores de opiniões. Só para começar, nenhum meio de comunicação no Brasil nos tempos atuais, faz divulgações gratuitas. Principalmente a Rede Globo, já começa por aí um fator importantíssimo a ser levado em consideração, se ha ou não interesse politiqueiro no tema ou é apenas o ótimo coração do FHC tentando ajudar a solucionar um problema seríssimo no Brasil.

O tema está diretamente relacionado a saúde da população e por isso, escrevo esse artigo. Acho uma tremenda irresponsabilidade da sociedade tentar "palpitar" com debates indutores e pautados por políticos, porque aqui trata-se de vidas humanas e não opiniões pessoais.

Em segundo lugar, perde-se o foco do debate quando usa-se como argumento o fracasso do governo no controle das drogas. Oras, se não podem contra eles, juntam-se a eles? Não, não devemos pensar desta forma, caso pensemos desta forma deveremos então nos unir com assassinos e rasgarmos também o código penal, junto com a Constituição. Deveríamos sim, estudar novas formas de combate e não usarmos argumentos fracos e ultrapassados.

Sabemos hoje que o alcoolismo é uma patologia, assim como o tabagismo. Muitos utilizam a comparação entre drogas licitas e ilícitas como argumento comparativo de exemplo de sucesso na legalização, mas esquecem que o tabaco não é psicotrópico, não afeta a vida do cidadão de forma devastadora como as drogas ilícitas. O que muitos se esquecem na hora de uma pesquisa é tentar saber porque há distinção entre as drogas que de qualquer forma fazem mal a saúde.
E alguém que é a favor da legalização, já parou para pensar que não é só a vida do viciado que é afetada pelo vicio em drogas alucinógenas? Famílias são dizimadas por existir apenas um familiar usuário de droga na família.

Segundo o estudo cientifico "Uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e fatores sociais associados"¹, vários fatores influenciam no uso das drogas.
Atualmente, a maior parte dos pesquisadores considera que o uso de drogas por estudantes não é causado por um único fator, mas por uma combinação de vários deles, tais como os genéticos, psicológicos, familiares, socioeconômicos e culturais ¹

Eu poderia citar diversos estudos científicos comprobatórios dos malefícios das drogas ilícitas e porque assim foram classificadas e criminalizadas. Cientificamente as drogas classificadas como ilícitas, assim foram classificadas, porque afetam o cérebro de forma agressiva, levando o usuário a esquizofrenia ou outras patologias psiquiátricas mais severas e sem controle. O lóbulo frontal é assim chamado por localizar-se na parte frontal do crânio. Ele parece ser particularmente importante por ser responsável pelos movimentos voluntários e também por ser o lóbulo mais significante para o estudo da personalidade e inteligência. Inteligência que também é responsável pelo poder de decisão do usuário, que é perdido junto com seus neurônios.

Poderíamos escrever páginas e páginas de motivos contra a legalização, e a favor da legalização? O que poderíamos escrever? Que um usuário não é traficante e sim um doente que precisa ser tratado? Sim, mas se facilitarmos o acesso ao vicio como poderíamos ajudá-lo com o Sistema de saúde (SUS) fragilizado, quase inoperante no Brasil?

Poderemos também usarmos exemplos de outros países que tentaram a legalização, mas se até a Holanda hoje já quer mudar o sistema da legalização das drogas, qual país poderemos usar de exemplo de sucesso? Colômbia? Venezuela? Faça-me o favor, seria mais fácil emparedarmos os usuários e fuzilá-los.

Concluindo, não podemos, nós seres pensantes, sequer cogitarmos a hipótese da legalização da drogas. Já foram diferenciadas as tipificações de crimes de usuários e traficantes justamente para diferenciar as penas cabíveis para cada caso.
Legalizando não estaremos diminuindo o trafico. O tabaco(cigarros), combustíveis, armas e outros produtos continuam atravessando as fronteiras do Brasil com a menor fiscalização possível. Fronteira com extensão territorial impossível de ser fiscalizada sem um planejamento sério e com fronteiras com países produtores e exportadores de drogas. Ah! Então esse é argumento para a descriminalização, se não podemos contra eles, que se dane a população, vamos deixar que o HIV, hepatites e outras drogas façam o "serviço" matando nossos jovens, isso sem contar com as overdoses. O plano de redução de danos já foi comprovado que não dá certo em país algum, daria certo logo aqui com o "magnífico" Sistema de Saúde operante no Brasil!? Enganem-se quem quiser, ou melhor, sejam pautados por politicagens de internet. É isso que os políticos querem, uma população ignorante, repetindo um monte de bobagens que 3 ou 4 criam em reuniões onde riem muito dos tolos que sairão repetindo as tolices, enquanto seus políticos enchem seus bolsos com o suor do nosso trabalho.

Só falta agora aparecer alguém dizendo que criarão ONGS para ajudar na implantação da legalização das drogas! Ha Ha Ha! Coloquem seus narizes de palhaços, e comprem a tenda porque o Circo está montado.

Obs: Muitos estudos médicos e cientificos foram utilizadas como referencias para a formação dessa opinião, e foram utilizados como base para o artigo, porém, são estudos e experiências vividas em congressos, encontros ao longos de anos e eu não conseguiria me lembrar de todas agora para citá-las

Em oportuno, alguém já parou para pensar porque um(a) psiquiatra/Psicologo fica em sites de relacionamento o dia todo ao invés de atender pacientes em seu consultório? Sugiro uma boa reflexão sobre esses tipos de perfis que se identifica como psicologos/psiquiatra...


Referencias:

1 - Uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e fatores sociais associados - Revista de Saúde Pública - Print version ISSN 0034-8910 - http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102004000200018
Meire SolderaI; Paulo DalgalarrondoI; Heleno Rodrigues Corrêa FilhoII; Cleide A M SilvaIII
IDepartamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp). Campinas, SP, Brasil
IIDepartamento de Medicina Preventiva e Social da FCM/Unicamp. Campinas, SP, Brasil
IIIComissão de Pesquisa da FCM/Unicamp. Campinas, SP, Brasil

2 - Drogas ilícitas e esquizofrenia em adolescentes. - http://adroga.casadia.org/esquizofrenia/equizofrenia_em_adolescentes.htm

 

Telma Alcazar 

MegLon