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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Transplante de órgãos: responsabilidade de todos



Artigo publicado no Jornal Cinorreio Braziliense de 13 de setembro de 2010 como parte integrante da matéria "Apesar do aumento de doadores, espera por órgãos ainda é longa"

O transplante de órgãos e tecidos distingue-se das demais modalidades terapêuticas por ser a única cuja matéria-prima não pode ser comprada, pois, para salvar o paciente, faz-se necessário obter a doação de partes do corpo de um semelhante. A construção da cadeia de solidariedade, como o elo doador-receptor, no qual a partida de um possibilita o renascer de muitos é tarefa complexa, que requer uma intensa articulação entre aqueles que necessitam de transplantes, os profissionais que realizam esse procedimento, os poderes públicos que regulamentam esses atos e a sociedade, que precisa estar sensibilizada para atender ao apelo da doação.
A população, uma vez informada, responde bem a esse apelo. Após cada campanha ou mensagem positiva sobre doação, o país inteiro experimenta imensas ondas de solidariedade, que materializam a tese de Edgar Morin, de que "a espécie manifesta comportamentos solidários, de que nós temos um potencial de solidariedade, a questão é como fazer para despertá-lo", o que nos incita a conceber a solidariedade não apenas como um valor humanista, mas sobretudo como condição prática da sobrevivência de uma sociedade.
O Brasil alcançou, já no primeiro semestre de 2010, a marca de 10 doadores por milhão de habitantes, prevista para o fim do ano. Esse aumento, majoritariamente concentrado em alguns centros, deve-se a ações e iniciativas direcionadas para aumentar a eficiência na detecção e efetivação de doadores, somadas às atividades de capacitação, articulação e sensibilização desenvolvidas pela Associação Brasileira de Transplante de Órgão (ABTO). Decisão política de gestores, planejamento racional, educação e informação são, portanto, elementos infalíveis para uma política de transplantes eficiente.
Em um sistema de saúde descentralizado como o do Brasil, é de vital importância o engajamento dos governos estaduais para combater a desigualdade regional ainda tão gritante. O fosso existente entre os vários "Brasis do transplante" só será reduzido mediante o estabelecimento de metas a serem progressivamente alcançadas pelos gestores estaduais na captação de órgãos para transplantes, definidas a partir do patamar em que se encontram. A história dos direitos à saúde, não se fez num único lance. Essa responsabilidade política e ética é difícil de ser assumida e, exatamente por isso, é uma necessidade assumí-la. Juntos, governo e sociedade, podemos fazer muito.

Para registro
Autor: Henry de Holanda Campos

Identificados três casos no Brasil de nova doença também transmitida por mosquito da dengue.

Dois pacientes de São Paulo e um do Rio foram infectados pela febre chikungunya no exterior; governo aumenta vigilância

09 de dezembro de 2010 | 0h 00

O Ministério da Saúde determinou o aumento das ações de vigilância e prevenção da febre de chikungunya, uma doença que até agosto nunca havia sido registrada no País. Desde então, três casos foram confirmados.

Os pacientes contraíram a doença em viagens ao exterior. Dois são de São Paulo e um do Rio. Todos tiveram boa recuperação. Assim como a dengue, a febre de chikungunya é transmitida pelo Aedes aegypti contaminado por vírus. Há casos também de contaminação provocada pelo mosquito Aedes albopictus.

Não há registro de circulação do vírus da doença nas Américas. Mesmo assim, o Ministério da Saúde avalia ser importante reforçar a vigilância, sobretudo diante do fato de o País apresentar grande quantidade de criadouros do mosquito.

"Seria irresponsabilidade dizer que há risco zero de surto", afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. "Mas não há necessidade de alarme nem preocupações. Tivemos três casos importados, os pacientes tiveram boa evolução e as medidas de prevenção e controle foram aplicadas de maneira oportuna."

A doença provoca febre alta, dores de cabeça, mal-estar e dores nas articulações. Parte das pessoas infectadas desenvolve a forma crônica da doença, caracterizada por forte dores nas articulações, que duram entre seis meses a um ano. "Há casos de pacientes que não conseguem escrever", conta Giovanini. Menos de 1% dos pacientes morre (mais informações nesta página).

Desde outubro, o ministério se reúne com sociedades de várias especialidades médicas para discutir o assunto. Dentro das próximas semanas, um material informativo sobre o diagnóstico e o tratamento da doença será encaminhado para médicos e profissionais de saúde.

"Embora a doença apresente uma baixa mortalidade, ela preocupa por sua rápida capacidade de se alastrar e provocar surtos. Além disso, o tratamento pode ser dispendioso e demorado em parte dos pacientes", justificou Giovanini.

O ministério não sabe qual seria o impacto financeiro de um eventual surto no País. "A doença precisa ser melhor estudada. Há pouca precisão sobre dados."
Histórico. O primeiro foco da doença foi registrado na Tanzânia, na década de 1950. A partir de 2004, vários registros de surtos foram identificados, sobretudo na África e no Sudoeste Asiático. Um surto também foi confirmado na Itália.

"Nosso esforço é não deixar a doença se alastrar. Identificar rapidamente eventuais casos importados, isolá-los e tomar as medidas de prevenção." Para isso, o ministério usará a estrutura já existente para dengue.

Os casos confirmados no Brasil já foram notificados para a Organização Mundial da Saúde. Dois deles (um homem de 41 anos do Rio e outro de 55 anos, de São Paulo), apresentaram os sintomas depois de uma viagem para Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.

De acordo com Giovanini, a mulher é a única que ainda apresenta dores nas articulações e está sendo medicada.

A DOENÇA

O que é: Transmitida por um vírus, a doença provoca inicialmente febre alta, dor de cabeça, mal-estar e dores nas articulações dos pés e mãos. Parte dos pacientes pode desenvolver a forma crônica, em que as dores nas articulações duram até um ano. Mortalidade menor que 1%.
Forma de transmissão: Semelhante à da dengue, por meio da picada de mosquito transmissor contaminado. Dois mosquitos fazem parte da cadeia: o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. Não há transmissão de uma pessoa para outra.

Origem: O vírus é encontrado na África e Sudoeste Asiático. A primeira epidemia ocorreu na Tanzânia, entre 1952 e 1953.

Nome: O nome da doença tem origem num dos idiomas oficiais da Tanzânia, o swahili.

É uma referência à aparência curvada dos pacientes atendidos no sistema de saúde.

Ciclo da doença: Sintomas clínicos aparecem de dois a quatro dias após a picada do mosquito transmissor. Eles surgem de forma repentina e duram de sete a dez dias. A confirmação é feita por exame laboratorial.
Tratamento: Feito com paracetamol, para reduzir as dores e o desconforto. Quando necessário, pacientes podem receber também anti-inflamatórios.

Estadao

Nota do Blog:

Para doentes do figado o uso do Paracetamol é extremamente perigoso, essa é medicação hepatotóxica e há relatos de casos de paciente sem doenças no figado, que entraram em hepatite fulminante com o uso inadivertido do paracetamol.

Todo cuidado é pouco, melhor previnir do que remediar, verifiquem sua residencia, cada cidadão tem a obrigação de colaborar para que essa doença, não se torne uma epidemia.

Logo postarei dicas de prevenção.

Telma Alcazar






Secretário da Saúde fala sobre doação de órgãos a funcionários da Repar

08/12/2010 15:59
Para Registro

O secretário da Saúde, Carlos Moreira Júnior, falou nesta quarta-feira (8) sobre a importância da doação de órgãos e tecidos a mais de 100 funcionários da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. O convite partiu da comissão de saúde da Repar, onde trabalham mais de 15 mil pessoas.

“Muita gente ainda tem dúvidas quanto à segurança da doação de órgãos. Por isso, falar sobre o tema é um trabalho fundamental para mim, para que a informação correta seja difundida”, afirmou.

O Governo do Paraná lançou recentemente campanha para estimular a doação de órgãos, com o tema “Sou doador, com muito orgulho e muito amor”, que remete à canção “Sou brasileiro”. “Convocamos os três grandes times de futebol do Paraná e suas torcidas organizadas para participarem da campanha, e todos prontamente aceitaram”, lembrou o secretário.

O Governo também está implantando Organização de Procura de Órgãos em seis cidades do Paraná, que garantirão que a doação seja feita com segurança. É o Estado que regula a doação de órgãos, através das centrais estaduais e da central nacional de transplantes. “Tanto a retirada do órgão quanto o transplante são feitos pelo Sistema Único de Saúde”, explicou Moreira.

A doação só poderá ocorrer a partir da comprovação da morte cerebral, para qual há um rigoroso protocolo de confirmação. “A abordagem das famílias deve ser feita respeitando-se a ética médica. Estamos capacitando profissionais que, além de procurar possíveis doadores, ainda irão sanar as dúvidas dos familiares”, disse.

O secretário enfatizou que, mesmo que a pessoa manifeste a vontade doar órgãos em vida, a decisão final é da família. “Sempre é respeitada a vontade da família. Sabemos da importância da doação, e por isso precisamos sensibilizar e esclarecer a todos, até porque nunca se sabe quando alguém, por fatalidade, vai perder um ente querido”, afirmou Moreira.


http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=60816&tit=Secretario-da-Saude-fala-sobre-doacao-de-orgaos-a-funcionarios-da-Repar&ordem=300000

É mais seguro não retirar a cutícula

Publicado em 01/12/2010 | Carlos Coelho

Você faz parte do amplo universo de pessoas que na hora de dar uma aparada nas unhas arranca sem dó toda a cutícula? Então cuidado: você está abrindo caminho para uma infinidade de micro-organismos que podem cedo ou tarde te incomodar. Embora os médicos concordem que raramente aconteça uma infecção mais séria – como por hepatite ou pelo vírus da aids –, abrir mão desta pele pode ser a causa de incômodas inflamações e do enfraquecimento da unha.

O infectologista e professor da Universidade Positivo Moacir Pires Ramos explica que a cutícula está lá com uma função – que não é atrapalhar a beleza das mãos: “Ela é como um vedante entre a unha e a pele. Se a pessoa a elimina, deixa um vão livre para sujeiras e para que corpos estranhos possam entrar e fazer a festa”, diz. Entre esses invasores estão a levedura Candida albicans, que causa micoses de unha e pele, e até o vírus HIV, em casos mais extremos e bem mais raros.

Mas o caso mais comum no dia a dia e que certamente já foi sentido pela maioria dos detratores da pele, é a paroníquia, segundo o infectologista. “Essa é aquela famosa inflamação em volta da unha que se configura como um machucadinho com sangue, às vezes até com pus. Fica dolorido por dias e, quando não tratada, com a limpeza constante, pode evoluir para uma inflamação bem mais intensa”, explica. Pode acontecer pela infecção por micro-organismo ou por uma lesão causada na hora de arrancar a cutícula.
O risco é maior ainda para quem trabalha com saúde e com limpeza, alerta Ramos. “Quando a pessoa vive em contato com um ambiente de alto risco de infecção, como os médicos e enfermeiros, não se deve retirar a cutícula em nenhuma hipótese. Pessoas que sempre lavam roupa ou louça à mão também devem repensar a atitude.”

Para garantir a beleza das mãos, mas também a saúde, uma solução é apenas empurrar a pele. “Escondê-la é menos arriscado, embora o ideal ainda seja não mexer na proteção. Retirar a cutícula toda é deixar as mãos muito expostas ao risco.”

Cuidado nos salões

O dermatologista Alexandre Barbero, da clínica que recebe seu nome, alerta ainda para os riscos nos salões de beleza. “O cliente deve ter certeza de que a manicure está usando um material limpo, senão pode sair de lá infectado”, diz. Para isso, ele aconselha levar seu próprio kit de unha. “Pode-se ter alicate, tesoura e lixa próprios e pedir para que a profissional os utilize. Se preferir usar os do salão, o cliente deve ter certeza de que os materiais foram deixados em álcool 70% por pelo menos meio minuto”, diz.

http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1073047&tit=-mais-seguro-nao-retirar-a-cuticula

A nova inimiga dos pulmões

Klaus Rabe, pneumologista, pesquisador e professor universitário. Especialista em DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)
Publicado em 01/12/2010 | Carlos Coelho

A menos que você já tenha tido contado com a doença, provavelmente não ouviu falar na sigla DPOC. Significando Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, essa sopa de letrinhas ainda é uma ilustre desconhecida para a maioria dos brasileiros. Mas logo deixará de ser. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a doença – que engloba algumas moléstias respiratórias, como bronquite crônica e enfisema pulmonar – será a terceira que mais matará no mundo até 2030.
A explicação para tal fato é simples: a DPOC é causada principalmente pelo tabagismo e poluição, fenômenos que crescem vertiginosamente no mundo. Hoje, ela faz mais de 250 vítimas por hora no planeta. No Brasil, são 33 mil mortes por ano.
O problema faz parte da pauta do Congresso Brasi­leiro de Pneu­­­­­mologia e Tisio­logia, em Cu­­­­­ritiba, que contou com uma das maiores autoridades mundiais no assunto: o médico e professor universitário holandês Klaus Rabe. À convite da empresa farmacêutica Nycomed, palestrou a profissionais brasileiros e da América Latina. Confira a entrevista exclusiva que ele deu à Gazeta do Povo:

Como uma pessoa pode saber que tem DPOC e não uma outra doença respiratória – como a asma – antes de realizar os exames?

A DPOC é mais comum do que a asma em todo o mundo, inclusive no Brasil. É uma doença crônica dos pulmões, geralmente relacionada ao cigarro, mas que pode ser desenvolvida pela exposição à fumaça e à poluição. Diferen­temente da asma, ela ocorre depois de muitos anos– normalmente a partir dos 45. Ela aparece gradualmente. A pessoa nota que suas habilidades físicas se reduzem aos poucos. Percebe que atividades como subir uma escada ou realizar trabalhos domésticos não são fáceis como antes. O esforço causa uma dificuldade grande de respiração, e tosse.

A DPOC é muito recorrente. Mas por que ela ainda é tão desconhecida pela população?

É uma doença comum, mas subestimada. Se uma pessoa fuma 20 cigarros por dia, sabe que está sujeita a riscos. Quando percebe que está com dificuldades para respirar, costuma se autodiagnosticar. Ela pensa: “estou me sentindo assim porque fumo ou porque estou envelhecendo” e só vai ao médico quando realmente tem um sintoma mais agudo. É só aí que descobre que essa doença tem um nome. Acredito que a maioria dos casos de DPOC nem sequer passam pelo diagnóstico de um médico.

Especialistas apontam que, até 2030, a DPOC deverá ser a terceira doença que mais mata no mundo, atrás das cardiovasculares e do câncer. Qual é a explicação para este dado?

Ela está relacionada principalmente ao cigarro. Embora leve muitos anos para ser desenvolvida (cerca de 20 anos, segundo estudos) e as pessoas conheçam o risco de fumar, não observamos diminuição no número de fumantes. Existem áreas em que as pessoas fumam mais e áreas em que as pessoas fumam menos. Onde se fuma mais é onde acontecem mais casos. Acredito que, no futuro, as áreas onde as mulheres passaram a fumar com mais intensidade, como o sudeste da Ásia e a América do Sul, sejam as mais afetadas. Além disso, existe a exposição à fumaça e à poluição. Estima-se que 3 bilhões de pessoas usem carvão ou biomassa para cozinhar, que são altamente poluentes. Pessoas cozinham em casas mal ventiladas. Esse é um número que irá contribuir para o aumento das vítimas.

Esta doença é crônica, mas tem tratamento. Qual é a melhor forma de realizá-lo?

Uma vez descoberta a doença, o próximo passo é a medicação. Tem um grupo de medicamentos broncodilatadores que agem nas vias respiratórias dos paciente de forma a aumentar sua capacidade respiratória. Existem outras drogas anti-inflamatórias, que devem ser ministradas também, que agem na inflamação. Então é um tratamento de duas vias. Você aumenta as funções dos pulmões e tenta impedir as exacerbações (período mais crítico da doença, em que a capacidade respiratória é diminuída intensamente podendo levar à morte).

Apesar de ser uma doença de longa duração e altamente incapacitante, os pacientes podem voltar a ter uma qualidade de vida se­­me­­lhante a dos nãoafetados, realizando atividades normais? 

Com o tratamento os médicos tentam aumentar capacidade individual de várias formas, inclusive atuando sobre a autoestima. Temos observado que muitas vezes quando alguém descobre a doença, começa a agir de maneira mais confiante. Param de fumar, adotam uma vida mais saudável, se alimentam de forma mais adequada. Esse é o caminho ideal para o tratamento. Muita pessoas inicialmente chegam aos consultórios sem essa autoconfiança, e aí o médico precisa despertá-la. Quanto à qualidade de vida, essa é uma medida inexata. O meu conceito de qualidade é diferente do seu. Para cada paciente também pode variar. Mas posso dizer que, poder realizar pequenas tarefas do dia a dia, como subir uma escada ou ir às compras, representa qualidade de vida para muitos deles.

http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1073049&tit=A-nova-inimiga-dos-pulmoes


Hidratação de dentro para fora

Publicado em 01/12/2010 | Rafaela Bortolin
 
Se a intenção é se preparar para o verão investindo em cremes hidratantes, xampus e condicionadores que prometem milagres, é bom saber que não há nada melhor do que vários copos de água ao longo do dia para ficar com a saúde – e o visual – em dia

Ela não tem gosto, cheiro ou cor, mas é um santo remédio para manter o corpo saudável – e bonito – durante o verão. Se basta o calor chegar para você investir em cremes hidratantes que prometem milagres, xampus com fórmulas mirabolantes e condicionadores importados da última moda, é bom saber: não tem receita melhor para manter a pele hidratada, os cabelos brilhantes e sedosos, a digestão funcionando direito, o organismo cheio de energia e evitar aqueles “tratamentos de choque” após o verão que simplesmente beber água na medida certa ao longo do dia.

“A hidratação acontece de dentro para fora, com a ingestão de líquidos e alimentação equilibrada; e de fora para dentro, com cremes e produtos cosméticos. As duas se complementam para deixar o corpo trabalhando de forma equilibrada”, explica a nutricionista clínica Marilize Tamanini.
O médico fisiologista do Hospital Santa Cruz, Rodrigo Camargo, explica que a hidratação é importante para o organismo porque, ao longo do dia, naturalmente as pessoas perdem líquidos. “Em dias quentes essa perda é maior, então para trabalhar melhor, o corpo precisa liberar calor para regular a temperatura, então a pessoa sua mais, o que a faz eliminar água e sais minerais com maior intensidade pela pele. Em contrapartida, o organismo pede mais água para suprir essa falta e manter o metabolismo dentro da normalidade.”
Se essa água não é reposta, a pessoa pode ficar desidratada, o que gera alguns problemas. “Sem a quantidade de água e sais minerais equilibrada, há um prejuízo metabólico, e a pessoa tem tonturas, câibras, diminuição da performance física, menor disposição, dificuldades de concentração e mais chances de sofrer lesões musculares”, explica Camargo.
Para quem está pensando em perder aqueles quilinhos extras para o verão, a boa notícia é que beber água, além de facilitar a eliminação de resíduos a partir das fezes e urina, também ajuda a emagrecer. “Uma boa hidratação promove uma remoção mais fácil da gordura, então vale a pena combinar a ingestão de líquido com refeições que incluam alimentos ricos em água, como as verduras, legumes e frutas frescas e in natura, em todas as refeições”, garante Marilize.
A médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Marcella Garcez Duarte, explica que, para manter a hidratação do corpo em dia, também é imprescindível evitar o sódio. “Como ele facilita a retenção de líquidos, é bom fugir de refeições muito condimentadas e produtos industrializados que têm entre seus conservantes o sódio.”

Vilões

Parece sabedoria da vovó, mas não há nada melhor que um bom copo de água bem gelada para matar a sede. E, se outras bebidas não hidratam o corpo, também podem ser vilãs da boa saúde.
Os refrigerantes comuns, por exemplo, têm muito açúcar e os lights e diets são ricos em sódio. Em ambos os casos, essas substâncias intoxicam as células, que exigem mais água para trabalhar, criando um círculo vicioso: quanto mais refrigerante a pessoa toma, mais sente sede. Isso sem contar que eles são campeões em calorias. “Ou seja: em grande quantidade, podem fazer com que a pessoa rapidamente ganhe uns quilos indesejados”, diz Neila Maria de Souza Wendling, nutricionista do Conselho de Nutricionistas do Paraná.
Da mesma forma, bebidas alcoólicas, como a tradicional cervejinha na beira da praia, podem causar problemas. “O álcool têm ação diurética, então ao invés de o corpo ganhar líquido com a ingestão de uma lata de cerveja, ele perde porque o álcool ‘rouba’ água das células”, comenta Marilize.
Para evitar esse problema, o ideal para quem não abre mão de tomar refrigerantes ou álcool nas férias é maneirar no consumo e intercalar com a ingestão de uma boa quantidade de água. “Não adianta tomar dois litros de refrigerante por dia e achar que cumpriu aquela cota ideal defendida pelos nutricionistas. Só a água é capaz de hidratar”, diz Marcella.

Isotônicos

Usados geralmente por atletas, os isotônicos são excelentes para hidratar o corpo, já que sua composição consegue garantir a reposição de água e sais minerais perdidos durante a transpiração. Po­­rém, seu consumo regular exige cuidado. “Eles são indicados para pessoas que praticam esportes de alto rendimento ou que têm uma grande carga de treinos. Para outras pessoas, podem até fazer mal, pois repõem sais minerais que não foram gastos, o que é prejudicial para quem tem tendência a problemas renais”, explica Ma­­rilize.
Para quem quer garantir a hidratação, mas não consegue beber água, uma dica é investir na água de coco, um isotônico natural. “Ela é rica em antioxidantes e é mais equilibrada para quem não faz atividade física”, recomenda Neila Maria. Mas é preciso moderação: como ela é altamente calórica, é bom não passar de dois ou três copos por dia.

Opções

Entre os sucos, o melhor é optar pelos preparados com frutas naturais ou polpas, como abacaxi, morango, maracujá, melão e limão. “Sucos em pó e os prontos têm pouca fruta e muito açúcar, o que não mata a sede e ainda aumenta a ingestão de calorias, facilitando o aumento de peso”, diz Neila.
Por outro lado, vale a pena abusar da gelatina. “Formada por uma grande quantidade de água e servida gelada, ela não tem contra-indicações e é ideal para quem quer se hidratar sem abrir mão de comer um prato doce”, garante Marcella.

Longe do ressecamento

Muito sol, altas temperaturas e vários dias revezando entre banhos de mar, bronzeamento na beira da praia ou curtindo uma piscina com os amigos. Parece o verão dos sonhos, mas este cenário aparentemente perfeito pode comprometer a saúde da pele e dos cabelos.
O médico dermatologista e professor de dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Fernando Fagundes, explica que a hidratação é a proteção natural do corpo. “É como se a pele e os cabelos tivessem uma película de gordura que os impermeabiliza. Quan­­­do a pessoa pega sol em excesso ou em horário inadequado, fica horas na piscina ou em contato com a água do mar ou exagera nos banhos quentes e demorados, esta camada é retirada e acontece o ressecamento.”
Segundo a médica dermatologista e professora de dermatologia da UFPR, Fabiane Mulinari Brenner, no caso da água do mar, a culpa também está no sal. “Por ser salgada, ela ‘rouba’ líquidos da pele, o que a deixa desidratada. Combinado com a exposição solar que em excesso danifica as células cutâneas, provoca o aquecimento do corpo e consequente perda de líquidos, pode deixar a pessoa com um visual bem comprometido”, comenta Fabiane.

Cuidado com a higiene

As garrafinhas de água estão em todos os lugares, do trabalho à academia, mas você sabe higienizá-las corretamente? Segundo Neila Maria de Souza Wendling, nutricionista do Conselho de Nutricionistas do Paraná, o ideal é trocar a cada três dias a uma semana aquelas embalagens descartáveis e ficar de olho na limpeza das garrafinhas de plástico para academia.
“Nos dois casos, é preciso lavar uma vez por dia, todos os dias, com água e sabão, e redobrar os cuidados com a higienização do bico, onde está a maior concentração de impurezas. Além disso, garrafa de água é só para água, o que evita acúmulo de resíduos de outras bebidas”, diz.

Também é bom ter atenção com a qualidade. O ideal é tomar água filtrada ou mineral. No caso de optar pela mineral, fique atento para variar a marca escolhida. “Cada marca traz componentes do solo onde a fonte nasce, então preste atenção se não traz metais pesados e toxinas como níquel e arsênico. Periodicamente escolha outra marca para não consumir sempre os mesmos componentes e exija galões higienizados, que não estejam amassados e não apresentem resíduos”, explica Marcella Garcez Duarte, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Desidratação
Atenção redobrada

Se os adultos sofrem com os efeitos da desidratação durante o verão, entre as crianças e os idosos o problema é ainda maior. Para os pequenos, que geralmente não identificam bem a sensação de sede, o ideal é oferecer água ao longo do dia e favorecer uma dieta com alimentos ricos em líquidos, como frutas e legumes.
“Sucos naturais também são bem-vindos e a água de coco é um coringa”, explica Marcella Garcez Duarte, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Para os bebês com menos de 6 meses, o leite materno é capaz de garantir toda a hidratação.
No caso dos idosos, a situação é um pouco mais séria. “Com o passar dos anos, o organismo vai perdendo água naturalmente.
Com isso, eles tendem a sentir pouca sede, se esquecem de tomar água e ficam debilitados”, diz.

Água com sabor a mais
Quer se hidratar, mas não é muito fã de beber água? Veja algumas dicas para resolver o problema segundo as nutricionistas consultadas:
- Saborize a água com pedaços de canela em rama, gotas ou rodelas de limão ou laranja, sementes de maracujá, gergelim ou pedacinhos de frutas frescas.
- Escolha a fruta de sua preferência (como morango, kiwi ou manga) e pique-a até obter pedaços bem pequenos. Preencha metade do espaço de uma fôrma de gelo com esses pedaços e complete com água. Deixe congelar. Acrescente esses cubos de gelo para deixar o copo com um visual mais bonito e a água com um sabor leve e atrativo.
- Faça chás de ervas, como camomila, erva-doce, cidreira ou hortelã, e sirva-os gelados e sem açúcar. 

Dicas
Quer garantir que sua pele e seus cabelos fiquem mais hidratados nesse verão? Fique de olho em algumas sugestões dos especialistas para evitar o ressecamento:
- Diga não a banhos longos e com água quente e prefira banhos curtos e frios – ou, pelo menos, mornos. Também evite usar buchas e sabonetes esfoliantes.
- Sempre passe uma boa dose de creme hidratante após o banho. Se puder, reaplique o produto uma vez por dia, mas cuidado com o exagero: mais que isso, o efeito pode ser uma pele oleosa. Quanto à ordem de aplicação, primeiro passe o hidratante, depois o filtro solar e, por último, a maquiagem.
- Condicionadores e leave-ins com silicone são excelentes para se precaver contra os danos causados pelo sol. Aposte neles, principalmente nas pontas dos cabelos, e evite tratamentos químicos, como alisamentos e tinturas, às vésperas e durante o verão.
- Protetor solar sempre. Ele garante que sua pele sofrerá menos danos com o sol, preservando a hidratação natural e evitando o ressecamento. Sempre reaplique a cada duas ou três horas e opte pelos de fator de proteção (FPS) igual ou maior que 30.
- Evite tomar sol das 10 às 16 horas, prefira sempre ficar em sombras, use um boné ou chapéu para proteger a cabeça e use roupas adequadas, em cores claras e materiais que facilitem a transpiração.
- Pés e mãos são duas partes do corpo que ressecam bastante no verão, então merecem um creme hidratante específico. Prefira os que contêm ureia.

Água até de madrugada - Praticante de corrida de rua desde 1997, a técnica de saúde bucal Tatiane Freitas diz que, no dia a dia, toma bastante água, mas durante o verão sente que o consumo aumenta. “Estou sempre com uma garrafinha por perto”, comenta. A vontade é tanta que ela não deixa de tomar água nem de madrugada. “Antes de dormir, deixo uma garrafinha ao lado da cama. Assim, não fico com preguiça de levantar quando sinto sede. E, ao acordar, bebo um copo de água. Para quem pensa em praticar exercícios no verão, ela dá algumas dicas. “Costumo reforçar o uso de protetor solar, só vestir roupas frescas, optar por horários nos quais o sol está mais fraco, como o começo da manhã e o fim da tarde, e caprichar no consumo de frutas”, diz.”

http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1073060&tit=Hidratacao-de-dentro-para-fora



O Crime de Salvar uma Vida


Amigos do blog, leiam a coluna de hoje do jornalista Carlos Brickmann:

Diz a Bíblia: “Não fique inerte perante o sangue do próximo”. O Talmud, compilação das leis judaicas e de suas interpretações, diz que quem salva uma vida salva a Humanidade. No Brasil, um laboratório está sendo processado por uma agência federal pelo crime de colaborar, de graça, para salvar uma vida.

A história inacreditável do processo da Vigilância Sanitária de São Paulo contra o Laboratório Baldacci, também de São Paulo, começou há três anos. Victor, filho recém-nascido de Bianca Calumby, tem uma doença rara: para viver, precisa de um caríssimo aminoácido, a citrulina, que lhe permite aceitar alimentação. 

O Laboratório Baldacci, procurado, doou três quilos do aminoácido, que garantiram a vida de Victor até o início deste ano. O Baldacci doou então mais dois quilos – tudo documentado, com pedido médico, doação formal.

A Vigilância Sanitária, alegando que o Baldacci tinha autorização para usar o aminoácido como matéria-prima, mas não para doá-lo, autuou o laboratório. “Nunca pensei que pudéssemos ser punidos por querer socorrer uma criança”, diz, com toda a razão, Ronaldo Abbud, diretor do Laboratório Baldacci. A mãe de Victor completa: “É questão de formalismo cego. Sem o remédio, o garoto teria morrido”.

O laboratório fala pouco sobre o caso: pode sofrer retaliações e talvez até perder o certificado de boas práticas farmacêuticas, o que o tiraria fora do mercado. Mas o Baldacci pretende continuar (gratuitamente) cumprindo sua missão: ajudando a salvar vidas. Já a Vigilância refere cuidar dos formulários e não de vidas.
As dúvidas, as dúvidas

Caso a Vigilância Sanitária tenha êxito e impeça o Laboratório Baldacci de doar a substância que permite a sobrevivência de Victor, que acontecerá?
1 – Abre-se então um rigoroso inquérito caso o menino morra?
2 – O Governo passa a fornecer o remédio que já disse que não tem?
3 – A família do menino que se vire, que a Vigilância não tem nada com isso?

Carlos Brickmann aqui

Receita para moralizar a saúde e a medicina



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas regras para controlar a comercialização de antibióticos. A partir de agora, tais medicamentos só podem ser vendidos em farmácias e drogarias mediante a apresentação da receita de controle especial em duas vias. Ou seja, sem a prescrição de um profissional capacitado para tal, ninguém mais, ao menos teoricamente, compra antibióticos no Brasil.

Trata-se de uma postura firme, coerente e importante. Ao tornar mais rígidas as normas para a venda de antibióticos, enfrenta-se diretamente um grave problema de saúde pública: a automedicação. Essa assertiva é fácil de ser compreendida, uma vez que qualquer prescrição médica exige diagnóstico. Para isso, o único com competência legal, técnica e cientifica, é o profissional de medicina.

É imperativo que regras rígidas também sejam estendidas à maioria dos medicamentos em que a prescrição é imprescindível. No Brasil, principalmente em lugares mais afastados e em áreas de difícil acesso, prevalece a automedicação, ou a prescrição a por quem não tem competência para tal.
Essa prescrição (desculpe a necessária redundância) é o ponto final do atendimento médico. É o caminho para restabelecer a saúde do paciente o mais rapidamente possível, sem complicações imediatas e/ou tardias. 
Depreende-se, portanto, que a normativa da Anvisa compromete o Sistema Único de Saúde (SUS) a disponibilizar assistência rápida e eficaz aos cidadãos, com a realização de exames subsidiários em tempo hábil e não como ocorre atualmente, onde impera, muitas vezes, o descaso de gestores com a saúde.

Se a Anvisa demonstra preocupação e compromisso público, o mesmo infelizmente não se dá com as autoridades que deveriam se empenhar na resolutividade dos problemas médicos da população. A dengue, por exemplo, encontra nessa época momento propício para tornar-se uma epidemia, já que não está sendo enfrentada devidamente. Outra constatação alarmante: meses atrás, a campanha contra a gripe suína foi uma mera busca por holofotes para, no fundo, encobrir a ineficiência do Ministério da Saúde.

Parte do caos é reflexo direto da interferência incompetente no currículo médico de bacharéis em medicina que nada sabem, de fato, de medicina. Foram eles que lançaram o famoso jargão “formar médicos para o SUS”. Ora, isso não existe. Médico é médico, deve estar bem formado para atender tanto àqueles com menos recursos, que mais frequentemente procuram o sistema público, como aos mais abastados, que recorrem aos planos de saúde ou consultas particulares.

À semelhança da Anvisa, com coerência e atitude, deveriam esses senhores se preocupar com questões que podem qualificar a assistência. Por exemplo, plano de carreira para médicos e profissionais de saúde, políticas para fixar os médicos em regiões de difícil acesso, melhorar o Sistema Único de Saúde, parar de usar o residente como mão de obra barata, entre outras ações.

A classe médica luta pelo resgate do SUS, lamentavelmente sem ser ouvida. O que precisamos é que médicos competentes sejam chamados para opinar e organizar o Sistema Único de Saúde, e não deixá-lo na mão de tecnocratas cuja presença em cargos importantes só se dá por amizade ou confraria.


Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica