Desde que tivemos a necessidade e idéia de nos unirmos para reivindicarmos nossos direitos legais aqui em Londrina e no Paraná, nunca recebemos um centavo em doação, venda de produtos ou colaboração. Jamais participamos de projetos de "estimulo" oferecidos pelos governos nas esferas federal, estaduais e municipais.
Para fazermos um teste, pois já conhecíamos a realidade dos grupos de hepatites, colocamos o botão Doar em nosso blog, com a finalidade de captarmos o que pudéssemos para continuarmos nossos trabalhos de divulgação aqui no Paraná. E até hoje, dia 21/12/2010, as portas do Natal, tempo em que todos deveriam estar preocupados com o próximo ou senão pelo menos com sua própria saúde, nunca recebemos um doação sequer.
Quando saímos as ruas, doentes e cansados, nos expomos a diversas situações de risco para nós, E saímos na busca de ajudar o próximo a não se infectar como nós fomos infectados. Quando elaboramos uma denuncia, estamos tentando evitar que outros passem pelo sofrimento que passamos. Quando deixamos nossos lares e família preocupados com nossa saúde, porque estamos nos colocando em risco, fazemos por amor ao próximo e se isso fere qualquer principio político ou ideológico, nos desculpem, nós sabemos o real valor da palavra amor: “Ame ao próximo como a ti mesmo!”
E nós, assim como os Institutos do Cancer, como os Grupos de doentes Renais e outras patologias, que trabalhamos seriamente em favor dos doentes no Brasil, somos comparados as ONGS que servem para desvio de verbas e laranjas em maracutaias, por isso, muitos hospitais e entidades sérias acabam fechando suas portas e deixando de atender a população tão necessitada.
Reflitam se a generalização é realmente boa para os brasileiros, reflitam e pensem que um dia você pode precisar e encontrar as portas fechadas, do hospital ou a do grupo que te acolhe ou acolheria , por que não tivemos condições para trabalhar.
Telma Alcazar
MegLon
Tristeza!
A maioria dos grupos de pacientes não conseguem se sustentar
Um dos maiores grupos de apoio aos portadores de hepatites dos Estados Unidos, o “Latino Organization for Liver Awareness (L.O.L.A.)”, um grupo com 16 anos de existência que fornecia informações em Inglês e Espanhol está fechando as portas neste final do ano. A falta de contribuições financeiras por parte dos infectados e doações de empresas inviabilizaram a sua continuidade.
Muitos outros grupos estão em situação semelhante, conseguindo se manter somente pelo trabalho voluntário de seus coordenadores. Já estamos acostumados, inclusive aqui no Brasil, a presenciar que por falta de recursos a maioria dos grupos muito pouco conseguem realizar em favor da luta pelos infectados e, em muitos casos os voluntários perdem o estimulo para continuar, abandonando os grupos de apoio.
O Grupo Otimismo tem praticamente 30.000 associados. Para facilitar a forma de contribuição passou até aceitar contribuições pelo cartão de credito. Em quatro meses o total recebido pela nova facilidade foi de somente R$. 310,00, menos de R$. 77,00 a cada mês, totalizando, com as contribuições feitas por boleto bancário aproximadamente R$. 800,00 a cada mês. Alguém acha ser possível poder continuar o trabalho sem recursos?
Até quando continuarei a trabalhar pelas hepatites não sei. A cada dia estou mais decepcionado e desiludido com o desinteresse dos portadores em contribuir na luta pela defesa de seus interesses. Já decidi não colocar mais num centavo de meu bolso e quando o caixa ficar zerado estarei parando com o trabalho e passarei a cuidar da minha vida pessoal. Sem apoio não existe condição de continuar trabalhando.
Aproveitando a data, desejo a todos um Feliz Natal!
Carlos Varaldo