Médico especialista em Doenças do Fígado (Hepatologia)
O título deste artigo é uma das perguntas mais freqüentes por parte dos meus pacientes na clínica diária. Geralmente digo que não faz mal, mas sempre inseguro por falta de informações científicas confiáveis, pois sei de outros efeitos colaterais que o café (coffea arabica) consumido em altas doses e muito quente provoca, principalmente no aparelho digestivo, tais como: câncer de esôfago, câncer de faringe, gastrite, úlcera gástrica e câncer de reto (parte final do intestino grosso). Tanto a gastrite como a úlcera gástrica, diagnosticadas em grandes bebedores de café (mais de oito xícaras por dia), ocorrem pelo aumento da secreção ácida (ácido clorídrico) do estômago, ação esta promovida pela cafeína. Altas doses de café podem provocar também nervosismo, insônia, aumento da pressão arterial e dos níveis do colesterol total.
O café que bebemos contém: cafeína, potássio, magnésio, cálcio, ferro, sódio, gorduras, açucares, sais minerais, substâncias antioxidantes e vitaminas do complexo B. As propriedades benéficas do café são inúmeras e as consideradas mais importantes seriam:
a) a melhora do humor;O café que bebemos contém: cafeína, potássio, magnésio, cálcio, ferro, sódio, gorduras, açucares, sais minerais, substâncias antioxidantes e vitaminas do complexo B. As propriedades benéficas do café são inúmeras e as consideradas mais importantes seriam:
b) estimula a memória,
c) melhora da atenção e concentração;
d) diminui a incidência de depressão;
e) aumenta a energia física sem causar dependência;
f) evita o consumo de álcool e drogas em jovens;
g) alivia as dores de cabeça.
Diversos trabalhos científicos revelam que o café teria propriedades medicinais comprovadas, tais como:
a) no controle do alcoolismo;
b) redução em 30% o aparecimento do diabetes tipo 2;
c) na diminuição do risco de contrair doença de Parkinson;
d) prevenção do câncer de colon (parte do intestino grosso);
e) risco menor (40%) de desenvolver pedras na vesícula biliar.
Os resultados obtidos nesses estudos científicos são muito discutidos e os próprios autores recomendam que as pessoas não tomem café exageradamente como forma de tratamento e prevenção.
Com relação ao fígado, o café faz bem ou mal? De acordo com dezenas de artigos médicos publicados recentemente (2001-2008), o café faz mais bem para o fígado do que mal. Escolhi entre tantos artigos, quatro estudos que considerei de alto padrão científico e que foram realizados em três países diferentes: Japão, Itália e Estados Unidos. No estudo realizado no Japão (agosto 2001), os resultados revelaram que em pacientes japoneses que consumiam mais de cinco xícaras de café por dia ocorria uma diminuição significativa das enzimas hepáticas (alanina aminotransferases-AST/ALT), que se encontravam previamente aumentadas pelo consumo de álcool.
Um estudo realizado na Itália (outubro 2001) revela que o consumo de quatro ou mais xícaras de café ao dia seria capaz de inibir o aparecimento da cirrose hepática em pacientes alcoólatras ou não. Segundo os autores, o café, em doses de quatro ou mais xícaras por dia, teria uma ação protetora ao fígado contra o álcool . Por favor, mesmo conhecedor destes resultados científicos, tome café e álcool moderadamente, já que tal “proteção ao fígado” não acontece com todo mundo e você pode ser uma exceção.
Um outro estudo concretizado também na Itália (abril 2005) é muito interessante e sugere que o consumo de café por mais de uma década (mais de três xícaras por dia) reduz o risco de um indivíduo desenvolver câncer primário de fígado, quando comparados com os não bebedores de café. Os resultados obtidos nesse estudo estão sendo questionados, por uma simples razão metodológica: os autores não informam sobre o consumo de tabaco entre os pacientes estudados, mesmo sabendo que o cigarro é uma das causas de câncer de fígado.
A pesquisa mais interessante foi realizada nos Estados Unidos (dezembro 2005) e sugere que o consumo de café e chá estaria associado à baixa incidência (números de casos novos) de doenças hepáticas crônicas, tendo como exemplo principal a cirrose hepática. Pacientes com hepatite crônica alcoólica ou de origem viral que fazem uso constante de café ou chá teriam uma evolução mais lenta para cirrose do que aqueles portadores de hepatite crônica sem hábito de tomar café. De acordo com os autores, duas xícaras de café ou chá por dia seriam suficientes para diminuir os problemas do fígado, inclusive internações hospitalares intercorrentes da doença crônica do fígado.
Finalizando este artigo sobre a relação fígado e o ato de beber café, fica patente ao leitor que o café tomado moderadamente só faria bem ao seu fígado, apesar de não sabermos qual ou quais os componentes de tal bebida que agiria protegendo seu fígado. Mas não esqueça que o café pode provocar outras doenças, inclusive câncer e é bom evitar ingerir café muito quente e mais do que cinco xícaras por dia.
Um estudo realizado na Itália (outubro 2001) revela que o consumo de quatro ou mais xícaras de café ao dia seria capaz de inibir o aparecimento da cirrose hepática em pacientes alcoólatras ou não. Segundo os autores, o café, em doses de quatro ou mais xícaras por dia, teria uma ação protetora ao fígado contra o álcool . Por favor, mesmo conhecedor destes resultados científicos, tome café e álcool moderadamente, já que tal “proteção ao fígado” não acontece com todo mundo e você pode ser uma exceção.
Um outro estudo concretizado também na Itália (abril 2005) é muito interessante e sugere que o consumo de café por mais de uma década (mais de três xícaras por dia) reduz o risco de um indivíduo desenvolver câncer primário de fígado, quando comparados com os não bebedores de café. Os resultados obtidos nesse estudo estão sendo questionados, por uma simples razão metodológica: os autores não informam sobre o consumo de tabaco entre os pacientes estudados, mesmo sabendo que o cigarro é uma das causas de câncer de fígado.
A pesquisa mais interessante foi realizada nos Estados Unidos (dezembro 2005) e sugere que o consumo de café e chá estaria associado à baixa incidência (números de casos novos) de doenças hepáticas crônicas, tendo como exemplo principal a cirrose hepática. Pacientes com hepatite crônica alcoólica ou de origem viral que fazem uso constante de café ou chá teriam uma evolução mais lenta para cirrose do que aqueles portadores de hepatite crônica sem hábito de tomar café. De acordo com os autores, duas xícaras de café ou chá por dia seriam suficientes para diminuir os problemas do fígado, inclusive internações hospitalares intercorrentes da doença crônica do fígado.
Finalizando este artigo sobre a relação fígado e o ato de beber café, fica patente ao leitor que o café tomado moderadamente só faria bem ao seu fígado, apesar de não sabermos qual ou quais os componentes de tal bebida que agiria protegendo seu fígado. Mas não esqueça que o café pode provocar outras doenças, inclusive câncer e é bom evitar ingerir café muito quente e mais do que cinco xícaras por dia.