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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pesquisador identifica proteínas que podem diagnosticar câncer de tireoide

Karina Toledo
 
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificaram um conjunto de proteínas que pode ajudar no diagnóstico do câncer de tireoide. A ideia é criar um exame capaz de diferenciar com precisão os nódulos benignos dos malignos, evitando intervenções cirúrgicas desnecessárias. Os testes clínicos começam em janeiro.

Até a década passada, quando a apalpação era a principal forma de detectar nódulos na tireoide, as anomalias eram verificadas em 7% dos adultos. À medida que o exame de ultrassom se tornou comum, nódulos pequenos passaram a ser identificados em mais de 60% dos pacientes.

O desafio hoje é identificar quais lesões são, de fato, perigosas. O método mais usado atualmente é a punção aspirativa por agulha fina (Paaf), que consiste na retirada de células da região para análise no microscópio. O problema é que em 30% dos casos o resultado desse exame é inconclusivo e os pacientes precisam ser submetidos à cirurgia para confirmação do diagnóstico.

"Apenas de 5% a 10% dos casos submetidos à cirurgia têm resultado de tumor maligno. A maioria das intervenções é desnecessária, só onera o sistema de saúde", diz a geneticista Janete Cerutti, principal autora do estudo.

Em parceria com a John Hopkins University Medical School, dos EUA, Janete descobriu que a existência ou não de determinadas proteínas no material obtido da biópsia cirúrgica estava associada à presença de tumores malignos. Em testes feitos entre 2002 e 2010, mais de mil possíveis bio-marcadores foram identificados. Os melhores candidatos foram testados em 300 amostras, que representam os diferentes grupos de tumores benignos e malignos de tireoide.

O desenvolvimento do exame passou por várias etapas. A mais recente, publicada no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, apresenta o conjunto de proteínas que, segundo os autores, poderiam determinar com 97% de precisão a presença de um tumor maligno.

Os testes clínicos para o desenvolvimento de um exame pré-cirúrgico serão feitos com amostras coletadas de pacientes do Hospital São Paulo. Além de identificar o câncer, o exame pode indicar a sua agressividade.

Medo. O exame pré-cirúrgico poderia ter evitado a retirada da tireoide da paisagista Valziria Peloia, de 54 anos. Há seis anos, exames de rotina indicaram dois nódulos e a punção de um deles foi inconclusiva. Por causa do histórico familiar, ela optou pela extração da tireoide. Análises após a operação mostraram que os dois nódulos eram benignos. "Tinha perdido um irmão por causa de um câncer. Não quis conviver com a dúvida."

Segundo a endocrinologista Laura Ward, apenas 20% dos pacientes submetidos a cirurgias realmente precisariam ser operados. "Quando há dúvida, costuma-se extrair a tireoide inteira. A reposição hormonal e a cicatriz são iguais, mas o risco de a lesão espalhar, se for maligna, é maior quando se tira apenas a metade que contém o nódulo." Há lesões benignas que podem ter indicação cirúrgica.


SAIBA MAIS

A tireoide

É a maior glândula do corpo humano e produz hormônios que regulam o funcionamento de todas as células.

Hipertireoidismo
Quando os hormônios são produzidos em excesso ocorre uma aceleração do metabolismo, podendo ocorrer agitação, diarreia, taquicardia, perda de peso, sudorese aumentada e irregularidade menstrual.

Hipotireoidismo
Quando os hormônios são produzidos em quantidade insuficiente são comuns sintomas como cansaço, intestino preso, ganho de peso, depressão, dor muscular e nas articulações, unhas finas e quebradiças e enfraquecimento do cabelo.

CâncerA incidência de nódulos malignos na tireoide quintuplicou nas últimas décadas. A melhora no diagnóstico, o envelhecimento da população e o excesso de iodo no sal podem ser causas. 

http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,mobile,658546.htm

VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia

 
A moderna epidemiologia brasileira caracteriza-se pela dupla inserção na abordagem do processo saúde-doença. De um lado, como produtora de conhecimentos originais e, de outro, firmemente compromissada com o sistema de saúde, como subsidiária às atividades da prestação de serviços em saúde. Esta propriedade da disciplina, de desenvolvimento relativamente recente frente a história das ciências em saúde, está consolidada, podendo ser visualizada no impressionante crescimento na produção acadêmica e pela sua crescente utilização nos serviços de saúde.

As características de sua construção pelos epidemiólogos brasileiros permitem identificar, na medida de sua nucleação no campo da Saúde Coletiva, o claro compromisso com a transformação da situação de saúde da população brasileira. Nele se reconhece a participação de profissionais dos serviços de saúde e do contingente acadêmico, promovendo a interação entre a pesquisa, realizada tanto no meio universitário quanto nos serviços de saúde, e a prática cotidiana no atendimento à população.

Esta oitava versão do Congresso Brasileiro de Epidemiologia traz como tema central o debate sobre a Epidemiologia e seu papel na definição de políticas públicas, articulado que está ao conjunto das demais disciplinas do campo da Saúde Coletiva. Oferece, igualmente, a oportunidade para atualizar e rever as contribuições da disciplina para os distintos temas em saúde que interessam à da sociedade brasileira.
São Paulo e sua comunidade sentem-se privilegiados por acolher o Congresso de Epidemiologia, organizado e promovido pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – ABRASCO. Estamos certos de que os participantes encontrarão espaço para aprofundar seus interesses técnico-científicos, bem como sentir e desfrutar os prazeres dessa que é a Paulicéia Desvairada e observar, no dizer do compositor, a “deselegância discreta de suas meninas” e porque não de seus meninos também.
 link do congresso.

VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia

A Comissão de Epidemiologia da ABRASCO.