Amigos do blog, leiam a coluna de hoje do jornalista Carlos Brickmann:
Diz a Bíblia: “Não fique inerte perante o sangue do próximo”. O Talmud, compilação das leis judaicas e de suas interpretações, diz que quem salva uma vida salva a Humanidade. No Brasil, um laboratório está sendo processado por uma agência federal pelo crime de colaborar, de graça, para salvar uma vida.
A história inacreditável do processo da Vigilância Sanitária de São Paulo contra o Laboratório Baldacci, também de São Paulo, começou há três anos. Victor, filho recém-nascido de Bianca Calumby, tem uma doença rara: para viver, precisa de um caríssimo aminoácido, a citrulina, que lhe permite aceitar alimentação.
O Laboratório Baldacci, procurado, doou três quilos do aminoácido, que garantiram a vida de Victor até o início deste ano. O Baldacci doou então mais dois quilos – tudo documentado, com pedido médico, doação formal.
A Vigilância Sanitária, alegando que o Baldacci tinha autorização para usar o aminoácido como matéria-prima, mas não para doá-lo, autuou o laboratório. “Nunca pensei que pudéssemos ser punidos por querer socorrer uma criança”, diz, com toda a razão, Ronaldo Abbud, diretor do Laboratório Baldacci. A mãe de Victor completa: “É questão de formalismo cego. Sem o remédio, o garoto teria morrido”.
O laboratório fala pouco sobre o caso: pode sofrer retaliações e talvez até perder o certificado de boas práticas farmacêuticas, o que o tiraria fora do mercado. Mas o Baldacci pretende continuar (gratuitamente) cumprindo sua missão: ajudando a salvar vidas. Já a Vigilância refere cuidar dos formulários e não de vidas.
As dúvidas, as dúvidas
Caso a Vigilância Sanitária tenha êxito e impeça o Laboratório Baldacci de doar a substância que permite a sobrevivência de Victor, que acontecerá?
1 – Abre-se então um rigoroso inquérito caso o menino morra?
2 – O Governo passa a fornecer o remédio que já disse que não tem?
3 – A família do menino que se vire, que a Vigilância não tem nada com isso?
Carlos Brickmann aqui
A vigilância Sanitária de São Paulo é apenas reflexo do que á a nossa sociedade egoísta como um todo. Toda o nosso sistema leis parte de pressupostos egoístas. Isto é pretende proteger o indivíduo e os seus direitos engessando todo o sistema empregador. Enquanto não houver citação clara em lei que uma lei não pode ir contra a ciência, não pode tronar lei "achismos", não pode querer fechar as empresas (e seus empregos) para punir empresários (puna-se diretamente o empresário e não seus empregados), nós jamais iremos fazer que haja real justiça e bom senso. Este erro com o laboratório Baldacci é apenas mais uma consequência do estado de egoísmo em nossas leis. Um país que não respeita as leis naturais em suas leis não merece ter um povo com justiça, pois, quem aceita este estado de coisas somos nós mesmo.
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