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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cirrose hepática - doença silenciosa ou não investigada na prática clinica no Brasil?

Uma proposta, análise e Reflexão em especial ao Ministério da Saúde do Brasil

Não quero falar de outros silêncio da cirrose hepática em outros países- não trabalhei por lá, porém posso imaginar dificuldades nesta área.. Sou Enfermeira Sanitarista, trabalhei no SUS durante 35 anos...Tive filhos no Amapá, numa época que nem se falava de Hepatite C, quanto mais de Cirrose Hepática, doença sempre sendo considerada evento de pessoas ligadas ao uso de alcoolismo.. Na prática da Saúde Pública rotineira mente vimos eventos como Hanseniase não serem diagnosticados no sistema em relação a situação neurológica, que se manteve invísivel anos, pois a suposição do diagnóstico sempre esteve mais centrado no aspecto dermatológico o evento ficou sendo sempre considerado diagnóstico muito mais baseado no aspecto dermatológico.

Com a Municipalização da Saúde, descentralização das ações, busca de suspeitos dermato-neurológicos, esta questão começou a ser reavaliada pelo Programa Nacional, e apoiado por normas da OMS, pois muitos pacientes tinham a a forma neurológica , e durante anos, não sendo valorizada ou pelo menos associada a questão da Hanseniase. Nos últimos 7 anos trabalhei com Hanseníase, e o nosso maior desafio foi capacitar e sensibiizar as Equipes de Saúde da Familia, que sinais e sintomas neurológicos numa área endêmica de Hanseniase podem sugerir Hanseníase e até que os suspeitos sejam realmente avaliados, devem ser encaminhados para descartar a doença.

Assim parece que acontece com a Cirrose Hepática. Nesta última semana, após o diagnóstico de portadora crônica de Hepatite C, provavelmente adquirida nas transfusões no periodo gestacional e pós-parto na década de 70, comecei a ler vários portais Temáticos e Cientificos sobre a Cirrose Hepática, já que esta parece ser é a maior complicação dos que tiveram ou terão Hepatite C - crônica se não percebidos precocemente.E novamente tudo silencioso demais ou um Sistema de Saúde realmente'silencioso " em colocar na prática clínica avaliações de muitos tipos de pacientes que estão mais sujeitos a terem a doença, como gestantes que tomaram transfusão no passado, portadores de alcoolismo., drogadição, ou ficou sendo "silenciosa", 'invisível" por parte do próprios sistema?.A gente conhece a correria das consultas ..olha-se o paciente de maneira pontual, não se faz uma anamnese com,p´leta na maioria das vezes, não se vê o paciente integralmente, sua vida, sua historia, sua origem cultural, geográfica., como era feita no passado, quando o clinico as vezes o único médico do Município perguntava muitas coisas, além do que conhecia bastante a população.

Hoje você vai num sistema seja do SUS, privado, conveniado, falo de uma queixa ou sintoma e olha que é dificl ligar aquela queixa com outra observação...
Se o paciente é informado e o médico é altamente sensivel e tem visão integral, provoca a busca de outras avaliaçõe.Como Enfermeira sempre lembrei nas consultas onde eu morava, se era era aérea endêmica de Chagas e Esquistossomíase.... Mas até como Enfermeira, me esqueci que tomei duas transfusões de sangue há 36 anos atrás. E alguém por acaso perguntou? Passei anos com caimbras, pequenos sangramentos na pele, trabalhei feito uma desvairada nos Programas de AIDS e Hepatites, onde percebemos uma grande preocupação com a Hepatite B, mas se é a C a causadora de tão grave dano, porque não se torna esta investigação dos prováveis sintomas numa prática clinica, inclusive na saúde do trabalhador de Saúde Pública..Afinal de contas caminhar para transplantes, é bom afinal de contas para quem? Bem quero então sugerir ao Ministério da Saúde, as Associações Médicas, que normatizem na investigação médica rotineira, durante o primeiro atendimento a saude de qualquer pessoas, não somente perguntas referentes a investigação de diabete , ou de hipertensão, mas incluam dados que possam sugerir que esta pessoa tem risco de fazer cirrose hepática ou esteja com Hepatite C- a famosa Hepatite silenciosa... Que o Ministério da Saúde também normatize dentro do Programa de Saúde do Trabalhador esta investigação, pois os documentos afirmam :doença de maior risco para gestantes transfusionadas, qualquer pessoa que tomou sangue antes de tal ano, usuários de drogas injetáveis e trabalhadores de Saúde .Devemos tornar esta investigação pelo menos não silenciosa...

Se estamos num país onde a Saúde Materna, ainda é muito frágil a nivel de Política Municipais de Saude em relação a investigação do passado de transfusão das gestantes(antes do aparecimento da AIDS- quando começou uma nova maneira de trabalho, inclusive proteção em vários procedimentos), onde o alcoolismo é o maior problema de Saúde Pública, embora não seja reconhecido como tal,onde o uso de drogas injetáveis é grande,a Vigilância e Investigação de pessoas e monitoramento clinico deveria ser assegurados, já que podem posteriormente fazer danos hepáticos severos, deveriam ser realmente valorizados, já que a Terceirização da Saúde - com Transplantes demanda muito custo e poderia ser minimizada. embora não seja classificado como tal.A mim neste momento , torno-me uma Voluntária como doente/profissional de saúde pública, educando a sociedade e promovendo a discussão a nivel de cidadania da saúde., nos espaços do SUS.

Hepatite C é uma doença que exige muitas outras condições para se manter uma melhor condição da situação hepática, pois em relação a uma alimentação menos agressiva ao fígado já lesado, poucos pacientes podem ter uma dieta diferenciada..Não está na hora de da´mais uporte aos pacientes de Hepatie C crônica, e não paenas os aspectos médicos.

Ontem falando com uma paciente arumo ao transplante, fiquei boquiaberta, quando me informou que numa atividade educativo publica, uma cidadã veio manifestar seu preconceito de que Mulher que tem Hepatite C; é prostituta( tudo errado, inadequado, abusivo preconceituoso, estigamitzante e altamente violador).

Durante anos trabalhei com doenças estigmatizantes como a AIDS e a Hanseniase, agora espero poder ajudar a cidadania em relação a este agravo.E a sociedade precisa ter mais conhecimento sobre tudo isto.

Sõnia Maria Góes Sha - enfermeira Sanitarista, Obstétrica aposentada há um ano e meio , mas atuando como voluntária a gora na área de Educação e Cidadania na Saúde.Meu -email é :sonia.pfeliz@gmail.com , a disposição de qualquer pessoa interessada em colaborar com esta visão...

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