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sexta-feira, 7 de junho de 2013

SUS: Homicídio Culposo ou Homicídio Doloso?

Após meses sem postagens achei um conteúdo bom para refletirmos sobre o SUS
Quero agradecer ao Jonas sua gentileza em compartilhar conosco seu artigo.


SUS: Homicídio Culposo ou Homicídio Doloso?
Por: Jonas Vieira da Costa
Página do autor: www.paralerepensar.com.br/jonasvieira

Qual é o quadro do Sistema Único de Saúde hoje? Está em estado terminal? Por que esse caos da saúde pública?Perguntas simples e com respostas simples também. É claro que não é a falta de recursos, muito pelo contrário, o que não falta para esse mega país são recursos para aplicar em todo e qualquer setor, mas se temos recursos, qual é o problema então? O mau gerenciamento dos recursos, fruto dos altos tributos pagos pela sociedade.
Em se tratando da saúde é latente a falta de respeito com o povo e também o mau uso da arrecadação. Recurso mal gerido na saúde é sinônimo de falta de leitos, falta de remédios, pacientes nos corredores, espera de consultas que podem demorar anos, carência de profissionais nas diversas áreas da saúde e lamentavelmente a grande conseqüência da falta de seriedade com os recursos deste país na área da saúde é de sofrimento e de morte. Com certeza a hecatombe na saúde provoca muitos danos. Quem é o culpado? Quem é o culpado pelo sofrimento destes e também pela morte, visto que muitas mortes poderiam e podem ser evitadas, bastando mais comprometimento das autoridades. A sociedade brasileira paga uma carga tributária faraônica e recebe migalhas em troca. Já passou da hora de investir maciçamente na medicina preventiva, essa prevenção significa esperança para amenizar o grande sofrimento do povo. A medicina preventiva tem um custo menor que a medicina curativa, ela por si só não resolve o problema da saúde pública do país, porém é possível economizar em recursos e oferecer à sociedade uma saúde digna dos altos impostos que paga. É inconcebível para um país de grande extensão territorial que está entre as 10 melhores economias do mundo com um elevado PIB agir com desrespeito e descaso com o povo. Levando em conta os aspectos econômicos o Brasil vai muito bem, o risco Brasil, grau que mede o perigo de investimentos de outros países no Brasil está em queda, o Brasil é visto com bons olhos pelos investidores estrangeiros, mas isso não basta, mais do que diminuir o risco Brasil temos que diminuir o risco de morte do povo do Brasil, voltar os olhos para os filhos desta nação se faz mais que necessário.
Que tal uma injeção de coragem, ânimo e ousadia para estes que administram os recursos desse país? Basta de humilhação, basta de corrupção nos meios governamentais, basta de desvios de recursos públicos. Queremos o fim dos poucos que se deleitam no banquete do poder, enquanto a grande maioria agoniza a espera de dias melhores.
O povo brasileiro, não quer muito, só quer aquilo que lhe é de direito, além de direito da sociedade, essa sociedade paga e muito bem para ter acesso a melhores serviços na saúde. Basta de parcos recursos. Uma verdade é clara e ela não quer se calar, com ou sem intenção o SUS está ceifando vidas. Quando vai chegar o crepúsculo deste sofrimento? Que este sofrimento chegue ao fim, para diminuir não só a lista dos pontos negativos que permeiam a saúde pública do país, mas que acima de tudo diminua outra lista. A lista de óbito do povo desta nação.

Jonas Costa é Professor na empresa SEED - Secretaria de Estado da Educação do Paraná.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Porque devem ser testadas as pessoas com mais de 45 anos?



Uma análise realizada pelo governo dos Estados Unidos encontrou que a maioria das pessoas infectadas com o vírus da hepatite C se encontra na faixa de idade entre 45 e 64 anos (grupo chamado de geração "baby boomer"), independente de qualquer grupo até agora considerado de maior prevalência, comprovando que muitas desses indivíduos irão desenvolver doença hepática avançada nos próximos anos.   

Uma das recomendações derivadas desse estudo é que ao se realizar campanhas de alerta incentivando o diagnostico não mais se fale em grupos de risco. Isso porque aproximadamente 50% dos infectados não se encaixam em nenhum dos grupos de risco até agora recomendados a realizar a testagem e, porque 82% dos infectados de qualquer grupo de risco, ou não, se encontram na faixa de idade acima dos 45 anos. É óbvio que aqueles que pensavam epidemiologicamente em grupos de risco tinham uma percepção errada daquilo que poderiam ser os grupos de maior prevalência.   Após a divulgação das novas normativas para as campanhas anunciadas pelo CDC - Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos diversos estudos estão sendo realizados. No Congresso DDW-2012 foi apresentado um interessante trabalho. Com o nome de "Current and Future Disease Progression of HCV-Infected Patients Among Different Age Cohorts" os autores mostram que o CDC está correto na sua recomendação. Vamos a seguir comentar o artigo apresentado.   Reference: 1. US Department of Health and Human Services. Combating the silent epidemic of viral hepatitis: action plan for the prevention, care, and treatment of viral hepatitis. Washington, DC: US Department of Health and Human Services; 2011.  2 - Additional information about National Hepatitis Testing is available at http://www.cdc.gov/hepatitis    

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As complicações que estão aparecendo em pessoas com mais de 45 anos infectadas com hepatite C   Nos Estados Unidos a prevalência estimada de pacientes que apresentam o anticorpo da hepatite C é de 3,6 milhões. Até o momento 1,1 milhões de infectados já foram diagnosticados, representando 30% do total estimado.   Em 2008, 198.000 infectados já apresentavam doença em estagio avançado, com cirrose, câncer de fígado ou a necessidade de um transplante de fígado. Para o ano de 2015 é estimado que aproximadamente 304.000 infectados já se encontrem com a doença em estagio avançado, um aumento de mais de 50% em sete anos.   Mas o número considera somente pacientes já diagnosticados e que se encontram no sistema de saúde dos Estados Unidos. Entre os infectados que ainda não foram diagnosticados é estimado que outras 299.000 pessoas chegarão ao estagio da cirrose, câncer de fígado ou a necessidade de um transplante de fígado no ano de 2015.   Assim, o número de infectados em estado considerado grave para o ano 2015 chega ao alarmante total de 600.000 indivíduos, o triplo dos casos graves atendidos no ano de 2008.   O estudo está baseado em dados do atendimento no sistema público de saúde e no sistema privado dos planes de saúde. A estimativa para o ano de 2015 em função dos dados estatísticos de 2008 foi realizada seguindo a historia natural de progressão da doença conforme o envelhecimento do infectado, com estimativas totalmente aceitas cientificamente em centenas de publicações.   Dos 1,1 milhões diagnosticados com hepatite C, 16,1% se encontravam no momento do diagnostico na faixa entre 16 e 44 anos, 38,8% entre 45 e 54 anos de idade, 36,4% entre 55 e 64 anos de idade e, 8,6% tinham mais de 65 anos de idade.   A proporção desses infectados que no período de três anos evoluiu para uma doença avançada, isto é, cirrose, câncer ou a necessidade de um transplante, foi de 9,1% na faixa de idade entre 16 e 44 anos, de 17,1% na faixa entre 45 até 54 anos de idade, de 22,4% na faixa entre 55 até 64 anos e de 19,3% naqueles com mais de 65 anos de idade.   Concluem os pesquisadores que caso não sejam efetuadas campanhas de diagnósticos em indivíduos com mais de 45 anos de idade os custos para o sistema de saúde para atender as complicações da hepatite C, triplicarão nos próximos quatro ou cinco anos.   

COMENTÁRIOS Carlos Varaldo:   É alarmante saber que estamos frente a uma "bomba viral" que já começou a explodir, não somente nos Estados Unidos. Em Brasil e outros países a situação é exatamente a mesma.   Ignorar a urgência de diagnosticar as pessoas com mais de 45 anos de idade, não somente por ser essa faixa onde se encontram 82% dos infectados, mas principalmente porque são os infectados que apresentam um maior dano hepático e por tanto necessitam tratamento imediato é insistir em um erro que resultará na perda da saúde e na morte de centena de milhares de infectados.   Querer insistir em divulgar que os indivíduos que devem ser testados são somente os antigos grupos de risco será propaganda enganosa, escondendo da população quem realmente necessita de cuidados médicos de forma urgente. Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:  Current and Future Disease Progression of HCV-Infected Patients Among Different Age Cohorts - DDW-2012 - Martin Zalesak, Ann Kwong, - Abstract Sa1084

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo
http://hepato.com/port_novaentrada.html
 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Campanha Hepatites Virais 2012

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=75gM_bXQI_o

Devemos agradecer ao Ednei Mainardes o spot com voz. Linda voz Ed!!!! E enorme coração!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dia 19 maio 2012 - Dia Internacional de Luta Contra a Hepatite C

Conhecendo a Hepatite C


Entre três e quatro milhões de brasileiros podem estar infectados com o vírus da hepatite C!

A hepatite C é causada por um vírus que ataca o fígado de forma lenta e silenciosa, inicialmente sem sintomas físicos para o portador. O vírus pode danificar o fígado da pessoa contaminada, ocasinando, a cirrose e o câncer do fígado. A evolução do dano no fígado é diferente para cada individuo podendo levar entre 30 a 40 anos, quando 1 de cada 4 infectados evolui para cirrose e câncer. O portador de Hepatite C que desconhece estar infectado aparentemente leva uma vida normal, pois a doença na maioria dos casos não apresenta sintomas, senão ao fadiga intensa. Sua vida deve ser uma vida normal e os riscos de contágio na vida social, familiar ou no trabalho são extremamente pequenos quando tomadas algumas precauções. Mas silenciosamente pode estar perdendo o seu fígado.

A maior fonte dde contaminação aconteceu no passado com as transfusões sanguíneas, possibilidade hoje muito reduzida pelos testes de sangue realizados nos hemocentros. Porém atendimentos de saúde, dentistas e  estéticos devem sguir as normas de biossegurança.
O compartilhamento de seringa e agulhas de injeção por uso médico também é coisa do passado, já que hoje se emprega material descartável. Atualmente, os maiores fatores de risco de contaminações são o compartilhamento de utensílios empregados para uso de drogas injetáveis, que representa dois terços das novas infecções e acidentes perfuro  cortantes, inclusive com instrumentos de manicure ou pedicure.

A prevenção é o melhor remédios!

A prevenção é importante, porém é muito importante detectar os milhões de infectados existentes e evitar que evoluam para danos irreversíveis na sua saúde.
É muito importante que você realize os exames específicos de todas hepatites virais antes que seja tarde, todas as pessoas acima de 30 anos devem realizar seus exames.
O teste de detectação, chamado ANTI-HCV é simples, barato, não é traumático(praticamente não dói). É  coberto pelo seu plano de saúde e também são gratuitos e ofertados pelo SUS nos CTAs de sua cidade.
Na próxima consulta médica, converse com seu médico sobre as hepatites e peça seus exames.
Caso o resultado seja positivo, procure assistência médica especializada(hepatologistas ou gastroenterologistas) ou hospitais referência do SUS.
Se o resultado for positico para não acelerar a progressão da destruição do fígado você deve evitar totalmente a ingestão de bebidas alcoólicas e procurar receber as vacinas para previnir as hepatites A e B.

Como evitar o contágio com a Hepatite C?

Infectar-se com o vírus da hepatite C é muito difícil, pois ele somente é transmitido através do sangue contaminado penetrando em um ferimento de outra pessoa.
Já foi comprovado que a hepatite C não é transmissível de mãe para filho(gestantes), inclusive a mãe pode amamentar  e também não é transmissível sexualmente, salvo casos de sexo violento onde pode ocorrer sangramentos de ambos ou em casos de um dos parceiros ter feridas ou uma DST facilitando o sangramento.

Um abraço, um beijo, são sempre bem vindos para quem está doente, não tenha medo de contaminar-se

Ainda não existe vacina contra a hepatite C.

A melhor vacina é a prevenção e os cuidados gerais.

Hepatite C: Chega de mortes!


quarta-feira, 2 de maio de 2012

 A verdade sobre a Saúde no Brasil


Estamos em época pós-eleitoral. As promessas para agradar a 45% da população que manifestou a sua preocupação são mirabolantes, inconsistentes, falsas em sua maioria.

Não será construindo hospitais, utilizando a tecnologia atual para diagnóstico e terapêutica, ou revisando o sistema SUS, ou ampliando o atendimento pela Medicina Suplementar, ou ainda apenas aumentando orçamentos que a solução para a Saúde será encontrada.


O que é preciso é criar um novo modelo de assistência médica.

Este modelo terá que incluir a participação da população que basicamente será responsável pela sua execução, desde a utilização adequada do sistema, seu controle de qualidade e participação nos custos, segundo as possibilidades individuais, uma medida que nenhum político tem a coragem de admitir.

Na verdade quem é o único interessado na sua saúde, claramente o indivíduo, ninguém mais. A simples mudança de formas de pagamento não resolverá o problema: free for service, captação, por desempenho, AIH reformulada, poupança saúde, etc.. O problema começa nas escolas: profissionais malformados, falta de vagas para residência médica, direção vocacional insatisfatória.

A saúde é o bem maior do cidadão, sem ela não há qualidade de vida. Prevenir é a melhor forma de tratar as doenças, a prevenção das doenças cardíacas, das decorrentes da obesidade, das consequências do diabete, e tantas outras são decisivas. Com a longevidade não há projeto de saúde, com o aumento da idade populacional os custos serão insustentáveis.

Para o barateamento dos custos da saúde, os profissionais da área terão que ser remunerados segundo a sua capacidade para que seus honorários sejam justos, para que não se procure complementação via participação financeira, seja em materiais de alto custo, seja na solicitação de exames, para que a decisão de uma intervenção ou tratamento seja o de interesse exclusivo dos pacientes.

Construir novos hospitais, sobretudo os públicos, é ótimo para inaugurações, mas tem prazo certo de inviabilidade e neste caso o sistema salarial impede a contratação de profissionais experientes, qualificados. Dizer que os postos de saúde nos próximos governos serão resolutivos é falácia pura. Preencher os hospitais com equipamentos de alta tecnologia será nada resolutivo, pois faltarão os profissionais.

Se medidas, como as enunciadas, não forem entendidas, devemos esperar a próxima eleição que novas soluções serão propostas.

Certamente que algumas propostas existem, como emenda 29, paralisada no Congresso, que se efetivada aumentará o orçamento, mas que sozinha não alterará o sistema, embora necessária.   As coisas são simples: economizar para remunerar melhor os profissionais e entidades prestadoras de serviço, controle de utilização e de qualidade pelos próprios pacientes e mudança de cultura dos profissionais, com a sua seleção desde os bancos universitários. Medicina é isso, é vocação para uma profissão em quem se defende o bem máximo, a saúde.

Dr. Marcial Carlos Ribeiro

Comendador da Ordem do Médico Nacional pela Presidência da República.

Instituidor da FUNEF.

Ex-Presidente da SBH.


Este artigo foi escrito em novembro de 2010, na eleição anterior. Mudou porque a aplicação da Emenda 29 foi aprovada, sem as implicações de que dela se esperava, e que não vai resolver o problema do financiamento do SUS. As coisas se repetem..., inclusive a corrupção graça...




http://www.hospitalsaovicente.com.br/viewpublish.aspx?Id=57&CodEmp=2

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Jovem Pan - Quais as formas de transmissão da Hepatite C - Parte 1





É possível viver muito tempo com a doença sem saber. Como identificá-la precocemente? 

 

 

 

Quais pessoas devem ficar mais atentas ao problema? 

 


A hepatite C é mais perigosa que os outros tipos de hepatite?

 

Está com dúvidas?

Assista mais videos com explicações no Canal Youtube Meglon. Para assistir basta clicar no texto em azul ou copiar e colar http://www.youtube.com/meglon2?gl=BR&hl=pt na guia do seu browser.
  
MegLon - Londrina - Paraná

Hepatite C Não é uma DST - Sociedade Brasileira de Hepatologia





Entrevistas para enquete referente à reportagem do Jornal Folha de São Paulo


Recentemente, o jornal Folha de São Paulo, maior veículo impresso do Brasil, publicou uma matéria intitulada “Hepatite C é ligada a jovens que fazem sexo com muitas pessoas”. A notícia informava que um estudo realizado pela USP - Universidade de São Paulo sugere que homens jovens e promíscuos são as vítimas preferenciais da Hepatite C. Esta noticia gerou especulações acerca da possibilidade da transmissão sexual do Vírus da Hepatite C ter sido subestimada ao longo dos anos dedicados ao estudo desta doença.

O assunto é controverso, mas existe farta documentação cientifica contrária à importância da transmissão sexual do Vírus C, exceto em situações peculiares.

Ademais, o tópico apresenta serias dificuldades para a sua avaliação científica. È necessário controlar nos estudos os fatores que chamamos, na linguagem da metodologia científica, de “confundimento.” No caso da Hepatite C, o vírus pode ser transmitido por diversas vias parenterais, ou seja, partilha de instrumentos perfuro-cortantes ou abrasivos, mesmo objetos de uso pessoal como tesoura de unhas e escova de dente. Não raro, indivíduos com comportamento sexual de risco, partilham estes instrumentos. Isso pode levar o investigador a falsamente aceitar a transmissão sexual se o estudo não tiver mecanismos para controlar estes “ fatores de confundimento”.

Além disso, deve-se ter o máximo cuidado quando incluímos na amostra usuários de drogas intravenosas. Ademais, quando a amostra é pequena (poucos pacientes incluídos no estudo) como é o caso do estudo que levou a esta controversa conclusão.

Esta é uma população particularmente difícil de estudar, não só pela dificuldade de informações seguras, assim como pela abundancia de fatores de confundimento.

Reconhecendo ser este um tema de importância, a SBH ouviu expertos em Hepatite C do Brasil e do exterior, todos com reconhecida experiência no assunto, pois são formadores de opinião e trabalham em centros de referencia para Hepatite C.

Para tanto, solicitamos os serviços da assessoria de comunicação da Texto&Cia. Esta, por sua vez, teve total independência para entrevistar expertos em Hepatologia, todos especialistas formadores de opinião.

A Entrevista aconteceu durante o Evento da SBH “Hepatologia do Milênio” em Salvador, de 14 a 17 de Julho de 2010. Todos os entrevistados foram convidados do evento para proferir conferencias, participar de mesas redondas e discutir casos clínicos complexos.

A Sociedade Brasileira de Hepatologia tem por objetivo contribuir para esclarecer a população, mormente os mais de 2.000.000 de brasileiros portadores de Hepatite C e aos seus familiares.

Este é um papel social das sociedades de especialidades médicas e também da imprensa.


Raymundo Paraná
Presidente da SBH
Professor Livre-Docente de Hepatologia Clinica da UFBA
Chefe do Serviço de Gastro-Hepatologia do Hospital Universitário da UFBA


Entrevistas

P- Qual é a sua opinião a respeito deste assunto?


Fábio Marinho do Rêgo Barros – Diretor da SBH – Sociedade Brasileira de Hepatologia e Hepatologista do Hospital Português de Pernambuco


Acho que é muito arriscado você usar um meio de comunicação como a Folha de São Paulo para divulgar uma informação que a princípio soa um tanto quanto alarmante. Primeiramente, o texto começa com um erro crasso que é a informação de que a hepatite C é uma doença incurável, quando na verdade nós sabemos que com os métodos atuais nós podemos curar efetivamente cerca de 50% das pessoas. A questão da transmissão sexual ou outras vias como se investigou no artigo não me parece muito convincente. Em vários estudos publicados em rigorosas revistas não existem indicadores de que casais monogâmicos se infectam mutuamente, quando um é positivo e o outro negativo. Normalmente você tem outras vias de contaminação que não a via sexual. Além disso, via sexual “convencional” não pode ser confundida com outras práticas sexuais como, por exemplo, sexo anal mais selvagem onde pudessem ocorrer pequenas lacerações. Neste caso poderia ter algum contato com o vírus, mas seria uma transmissão que se aproximaria mais da parenteral pelo contato como o sangue e não pelo sexo em si.

Então, basicamente, é o contato com o sangue, como toda a via de transmissão da Hepatite C é: transfusão sanguínea, usuários de drogas, partilha de instrumentos cortantes, partilha de seringas, ou seja, meios que tenham o sangue como veículo de transmissão viral.


Edna Strauss – Hepatologista do INCOR, Universidade de São Paulo.


Inicialmente destaco que eu não gostei do enunciado. “Homens jovens e promíscuos teriam maior propensão a ter Hepatite C, a desenvolver, ou a pegar, ou serem contaminados com o vírus da Hepatite C”. A epidemiologia da Hepatite C é muito bem conhecida. A forma preferencial de contaminação da Hepatite C é a forma parenteral, ou seja, exposição a produtos do sangue levados por corte, por agulha, por seringa contendo material contaminado. A possibilidade de contaminação sexual, através da relação sexual, desde que não haja grosseiras escoriações com sangramento. Por isso, a relação homossexual traumática realmente pode levar a contaminação, não pela relação sexual propriamente dita, mas pelo trauma da relação, pela contaminação de ambas as partes. Isso pode acontecer. Isso já é muito conhecido, - mas não é a via mais importante de contaminação.

O indivíduo pode se contaminar de inúmeras maneiras. Precisamos definir o que é promiscuidade sexual. A promiscuidade pela Organização Mundial de Saúde significa que o indivíduo tem ou teve mais de dois parceiros sexuais em seis meses. Neste contexto, se a pessoa tem mais de dois parceiros em seis meses, pela Organização Mundial de Saúde, ele é conceituado como promíscuo sexualmente. Um indivíduo com este perfil pode ter maior possibilidade de adquirir também a Hepatite C, porém, cabe a pergunta, sobre a confirmação de que a Hepatite C seja uma doença sexualmente transmissível. Nós sabemos que a Hepatite B tem importante transmissão sexual, mas a hepatite C é bem diferente. O vírus da Hepatite B tem uma efetividade muito maior, mas a Hepatite C não. A Hepatite C tem uma menos estabilidade no meio ambiente, a contaminação é mais difícil mesmo no acidente por agulha. Resumindo, a probabilidade de contaminação pelo sexo não é nula, isso nós sempre colocamos para os nossos pacientes, ela não é nula, mas ela é muito pequena, o que faz com que não se possa dizer que esta Hepatite é de transmissão sexual.

Existem formas diversas de contaminação da Hepatite C. Por conta disso, sempre que vejo um paciente com Hepatite C solicito o exame ao parceiro. Não porque eu ache que o sexo transmita a doença, mas porque a convivência diária entre os dois faz com que outras formas de contaminação aconteçam, por exemplo partilha de escova de dente, alicates de unha, ECT. Já tive um caso assim na minha clínica: o marido estava infectado, quando pedimos da esposa ela também estava infectada. Aí eu busquei os meios de contaminação e ela disse “Ah doutora, ele fazia a barba e depois eu pegava a gilete e me depilava com a mesma gilete”, portanto um material cortante que foi compartilhado. Assim como alicates de manicure, assim como uma agulha, uma tesoura, qualquer coisa que possa um ter usado e o outro ter usado também e com isso transmitir o vírus. Então o meio familiar, a convivência dos cônjuges pode realmente fazer com que haja uma transmissão do vírus, o que não quer necessariamente dizer que seja sexual. E no caso dessa pesquisa onde a maior parte das pessoas tinha uma atividade sexual muito intensa, seria necessário esclarecer mais detalhadamente quais são os outros hábitos dessas pessoas promíscuas. Sem isso não é possível excluir todos os outros fatores para confirmar que foi o sexo, realmente, o responsável pela contaminação.


Gilmar Amorim – Gastroenterologista, Docente do Departamento de Medicina Integrada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Membro do grupo de expertos em Medicina Baseada em Evidencia da SBH.


Venho oferecer algum esclarecimento sobre essa questão que foi fortemente veiculada na mídia escrita e que de alguma forma deve estar causando algum transtorno emocional às pessoas que tem Hepatite C. Primeiro ponto: eu quero deixar claro que concordo plenamente com a nota publicada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia. Perfeita a nota, ela esclarece que a Hepatite C não pode ser considerada uma doença sexualmente transmissível à luz dos conhecimentos atuais. E ponto final sobre o assunto.

Essa opinião é também de todas as sociedades de Hepatologia, no mundo inteiro. Ainda sustenta esta opinião o CDC (Centers for Disease Control) norte americano. A forma preponderante de transmissão é através do sangue contaminado. Então a nota da Sociedade ela é perfeita nesse sentido e ela ainda diz mais: que os trabalhos que lidam com esse assunto podem ter fatores complicadores à sua análise, ou seja, a metodologia inadequada. E aí se pode chegar a conclusões inadequadas. O assunto é muito delicado, pois pode resultar em preocupações para as pessoas, para os que estão enfermos, para os seus familiares, para o médico assistente e para todos aqueles lidam com o enfermo. Então eu concordo ainda mais com o que a nota da SBH quando diz que o sexo seguro é uma recomendação de universal e deve ser praticado por todos, independente da suspeita do parceiro ter ou não Hepatite C, sobretudo se esse parceiro não é fixo. Perfeita essa nota, eu não acrescentaria nada mais a isso aí, pois eu estou totalmente de acordo. E quero me inscrever dentre os que manifestaram descontentamento com essa informação de que a Hepatite C pode ser transmitida por via sexual, ou o conceito de alta conectividade com a via sexual de transmissão, conforme foi publicado.


Moisés Diago – Hepatologista, Universidade de Valencia, Espanha


Infelizmente não li este artigo, mas reluto em acreditar que esteja certo. Teria que interpretá-lo, pois pode haver mais fatores que tenham levado erradamente a esta conclusão. Na Minha opinião (é uma opinião geral, não só minha), é que o vírus da Hepatite C não é um vírus de transmissão sexual. Este é um vírus de transmissão por via sanguínea, por punções, não através de mucosas, ou seja, requer que haja ulcerações na mucosa para que possa ser transmitido.

No ano de 1996 publiquei um estudo na Espanha feito em familiares de pacientes com Hepatite C e também com seus parceiros sexuais e nos contatantes familiares. Minha conclusão foi a de que a via de contato familiar não transmite o vírus. Já que nos parceiros sexuais tinham um aumento de prevalência, mas quando analisamos os genótipos (Tipo Genético do Vírus), a metade era diferente, ou seja, cada membro do casal possuía um tipo de vírus diferente, portanto haviam contraído separadamente a infecção. Eles não haviam transmitido um para o outro. Isso em casais que eram casais heterossexuais estáveis.

Também nos filhos, não havia transmissão, mesmo entre os filhos de mães sero-positivas.

Sabemos sim que é possível existir a transmissão sexual, mas é uma probabilidade muito baixa, de apenas 2 ou 3%. Há muitos trabalhos que tratam de possíveis transmissões sexuais, mas muitos deles foram realizados em clínicas de doenças de transmissão sexual, onde atendem a pacientes, mulheres ou homens com doenças sexualmente transmissíveis, ou seja, mulheres que tem ulcerações na vagina. Então isso é um fator que tem que ser desmascarado, porque possivelmente uma mucosa da vagina que está com ulceração pode transmitir o vírus, o mesmo com o pênis do homem, pode ocorrer essa via. Este não é o conceito clássico de transmissão sexual. Mas com uma mucosa intacta não deve existir a transmissão.

Qual seria a explicação para o resultado desse estudo da USP? Eu creio que as pessoas que chegam a ter 50 parceiros sexuais têm muitas outras condutas de risco. Não todos, mas dessas 50 pessoas com quem o indivíduo teve relações sexuais em um ano temos, com certeza, algumas pessoas com DSTs e vírus C. Então temos que controlar este fator. Eu acredito que este seja um fator importante. Há também outras condutas a que essa conduta se associa. Mas pode haver hábitos que não estão claros, mas que poderiam explicar esse resultado. Portanto de um estudo assim não se pode concluir, quando há outros tantos estudos que dizem que o vírus da Hepatite C não é um vírus de transmissão sexual. Não podemos concluir que a transmissão sexual é um fator importante. Sim que pode acontecer em determinados comportamentos. Mas a recomendação de todas as sociedades é que não é necessário utilizar preservativos nas relações estáveis com um paciente portadores do vírus C, haja vista que depois de 20, 30 anos de convivência não há transmissão. Portanto, possivelmente esse fator que embasa esse estudo é mais um fator de conjunção de outros fatores que se associam à conduta daqueles indivíduos que variam parceiros sexuais. Todas as sociedades recomendam que nos casos de grande número de trocas de parceiros seja utilizado o preservativo. Mas acho que isso não há relação com o vírus C, pois há outras doenças são de transmissão sexual como a Hepatite B e a AIDS. É claro que numa gama de 50 parceiros deve haver pessoas com alguns outros problemas como uma ulceração na vagina ou algum comportamento de risco como o compartilhamento de seringas, objetos de uso pessoal, etc. Creio que aí esteja a confusão.


Christian Trepo – Hepatologista, Hospital Hotel Dieu, Universidade Claude Bernard, Lyon-França


Eu acho que deve haver uma confusão nesse estudo, pois o que é sabido é que usualmente a Hepatite C não é transmitida pelo sexo, especialmente entre casais. Agora o que foi recentemente descoberto é que homens que fazem sexo com homens são responsáveis por uma epidemia de hepatite C aguda. Mas isto não foi descrito para casais heterossexuais. Então o que realmente faz diferença é a preferência sexual.



Cláudio Figueiredo Mendes – Hepatologista, Chefe do Serviço de Hepatologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro


Sobre o estudo que foi divulgado pela imprensa em São Paulo, mencionando a possível transmissão, ou quase que confirmando a transmissão a fácil sexual do vírus da Hepatite C, existem, obviamente, vários questionamentos a respeito das conclusões. O que nós temos até hoje é que a transmissão do vírus da Hepatite C é principalmente por via parenteral, ou seja, contaminação através de sangue. A contaminação sexual seria uma via secundária, mas muito pouco importante.

A chance de transmissão através da via sexual é muito pequena mesmo. Parece que esse estudo teve vários erros na sua concepção. Eu não o conheço na integra, então não posso criticá-lo metodologicamente, mas, de qualquer forma, parece que esse estudo tem algumas contaminações e alguns vieses que podem ter prejudicado a avaliação final dos autores, envolvendo o uso de drogas e outros comportamentos de risco. É muito difícil você determinar exatamente se foi a via sexual a responsável pela disseminação do vírus da Hepatite C nesse caso.


Heiner Wedemeyer – Hepatologista, Docente do Departamento de Gastroenterologia, Hepatologia e Endocrinologia da Hannover Medical School na Alemanha. Presidente da EASL (Associação Européia para o Estudo do Fígado)


Primeiramente, esses dados são muito importantes, pois precisamos identificar fatores de risco para variadas vias de transmissão da Hepatite C. O que esse estudo mostra é que pessoas com certos perfis podem ter maiores probabilidades de serem infectadas com o vírus da Hepatite C. Mas não é verdade que a Hepatite C seja transmitida pela relação sexual. Este assunto tem que ser tratado com muito cuidado, pois se você não tiver fatores de risco adicionais, a probabilidade de transmitir a hepatite C por relação sexual é muito baixa. Nós conhecemos milhares de pessoas que são casadas e mantém relações sexuais por mais de 30 anos e não transmitiram Hepatite C aos seus parceiros. Entretanto a descoberta de que homens jovens com freqüente troca de parceiros têm uma probabilidade maior de transmitir Hepatite C sugere que eles possam ter também outros comportamentos que estão levando a um risco maior de infecção. E isso tem que ser investigado mais profundamente.

Deve ressaltar que se o paciente, além disso tudo, for imunossuprimido, ou tiver o vírus do HIV, aí a relação sexual é um fator de risco elevado para a transmissão. Isto está documentado, mas a transmissão sexual clássica entre indivíduos com integridade do sistema imunológico é de menor importância. Isso foi mostrado também na Europa, onde observamos um surto de Hepatite C entre homens portadores do vírus HIV. Estes podem transmitir o vírus da Hepatite C através de relação sexual.


Edson Roberto Parise – Hepatologista, Professor adjunto da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo e Presidente da Associação Paulista para Estudo do Fígado.


O estudo eu não conheço em detalhes, mas a forma como foi divulgada a notícia é extremamente preocupante. Isso porque ela induz a que se creia que os pacientes que tem Hepatite C são normalmente indivíduos promíscuos, o que é uma inverdade total. A maior parte desses pacientes teve a sua infecção ou através de transfusão sanguínea ou através do uso de seringas/agulhas contaminadas. A promiscuidade é baixíssima entre todos os nossos pacientes, e o que estranha nesse estudo é que ele contraria todos os achados de todos os grupos no Brasil. Foi o único trabalho, com uma casuística muito pequena - deve-se frisar isso - que se dispôs a ter conclusões extremamente apressadas e, a meu ver, extremamente errôneas.

Eu não posso dizer que no estudo isso não existiu, porque nós não temos acesso aos dados, mas é muito intrigante que isso contrarie todas as casuísticas muito mais amplas que já foram realizadas no Brasil e no mundo a esse respeito. Foram estudos robustos, publicados em revistas de reconhecido rigor metodológico, tinham amostra de pacientes muito maiores do que a do estudo em questão. Portanto, é difícil aceitar uma conclusão tão contundente de um único estudo que não tem estes predicados que acabei de citar.

Repórter - Esses estudos, tanto do Brasil como do mundo, não indicam a Hepatite C como DST?

Edson Parise – Tanto é que nem nós, os médicos que cuidamos dos pacientes com Hepatite C, e nem mesmo os organismos de saúde Norte-Americanos indicam o uso de preservativo para parceiros sexuais estáveis de pacientes com Hepatite C. Então esse artigo está na contramão do mundo e é uma pena que se dê a ele uma dimensão como a que foi dada, dentro de um veículo tão importante quanto a Folha de São Paulo.


Paulo Roberto Abraão Ferreira – Infectologista da UNIFESP - São Paulo


Realmente a possibilidade de transmissão sexual da Hepatite C tem sido cada vez mais valorizada, particularmente dentre pacientes que são portadores do HIV e que tem práticas homossexuais, ou seja, indivíduos homossexuais masculinos. De forma que, provavelmente, pelos dados da literatura, aqueles pacientes que praticam sexo, particularmente sexo anal, com algum grau de traumatismo nessa cópula, podem desenvolver lacerações e, consequentemente, sangramento local durante o ato sexual e então facilitar a transmissão sexual do vírus da Hepatite C.

Existem vários relatos em trabalhos científicos mostrando surtos de Hepatite C dentre portadores do HIV e pacientes que são homossexuais, com prática de sexo anal. Existe sempre, da nossa parte, uma preocupação também porque não raro nós observamos na nossa prática clínica e também em dados relatados pela literatura, casos de infecção aguda em indivíduos que não são portadores do vírus HIV, algumas vezes em casais heterossexuais onde o(a) parceiro(a) adquire Hepatite C após contato com o namorado ou marido infectado por Hepatite C em casos agudos. Então, de fato essa possibilidade de transmissão sexual da Hepatite C pode existir, mas não é a principal forma de transmissão. Não deve ser também negligenciada. A orientação de sexo seguro e uso de preservativos é universal, com todos os cuidados que se recomenda, tanto para evitar a infecção pelo vírus HIV, como para evitar a infecção pelo vírus da Hepatite B.


Victorino Spinelli – Hepatologista da UFPE, ex-presidente da SBH

Há uma série de falhas e inverdades, e também há falta de base sobre o que está sendo afirmado. Em relação à transmissão sexual do vírus da Hepatite C, isso é uma possibilidade, mas de menor importância, exceto em grupos com comportamento de risco peculiar. Inclusive há estudos publicados que indicam um risco de uma pessoa adquirir o vírus da Hepatite C se o parceiro for contaminado. Nem sempre a transmissão se deu pelo sexo neste caso, pois existem outras vias de transmissão que são difíceis de avaliar.

Isso tem sido observado tanto em parceiros monogâmicos como também em multiplicidade de parceiros. Eu não conheço nenhum estudo que tenha relacionado isso especificamente com a multiplicidade de parceiros. Qualquer doença sexualmente transmissível aumenta a incidência quando também se aumenta o numero de parceiros. Em relação à Hepatite C, eu desconheço estudos com números contundentes em favor da transmissão sexual. que é muito baixa. Na minha experiência pessoal, eu já tentei avaliar isso em esposas de doadores de sangue e a presença do anticorpo nessas esposas foi muito baixo Outra experiência, não é um estudo científico, mas é resultado da minha observação em prática medica: Alguns anos atrás, de 500 pacientes tratados, boa parte deles casados, de relação supostamente monogâmica, apenas 5 pessoas, ou coincidências, não quero julgar que foi transmissão sexual, mas coincidências, nas quais esposas e maridos eram HCV positivo. Quando isso acontece, você ainda não pode afirmar que foi transmissão sexual porque, por exemplo, a mulher usa o barbeador do marido para depilação e essa é uma via sabida de transmissão. Além de mais, uma série de outros contatos nos quais o sangue de um pode entrar em contato com o do outro.

Vamos avaliar o genótipo 1a ou o genótipo 1b. O genótipo 1 é o mais freqüente em São Paulo. Cerca de 60% a 70% das infecções pelo vírus C em São Paulo são genótipo 1. Não é de espantar que haja essa coincidência entre genótipos nos indivíduos, o que não necessariamente significa que seja o mesmo vírus. Portanto, este aspecto não serve para embasar a conclusão de transmissão sexual, exceto se houver o sequenciamento de genoma viral para comprovar que são o mesmo vírus. Já em Pernambuco, entre 50% e 60%. No Rio Grande do Sul, o número é um pouco menor. Quando se fala em subtipos a e b, não parece lógico aquilo que a pesquisa aponta. Os autores dizem que os indivíduos com comportamento promíscuo têm o genótipo 1a e os que contaminaram com transfusão de sangue tenha o 1b. Não sei em que se baseia essa afirmação!!!

Mas o que vale ressaltar a luz do que conhecemos de estudos bem conduzidos é que prevalência da transmissão sexual da Hepatite C é baixíssima, com um parceiro ou com múltiplos. Já o risco de contaminação da Hepatite B por via sexual existe sim e a camisinha e a vacinação podem auxiliar na prevenção do contágio.

Fonte: Sociedade Brasileira de Hepatologia

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Boas Festas

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Comentários e posicionamentos das ONGs sobre o informativo da SBH relativo aos inibidores de proteases

Comentários e posicionamentos das ONGs sobre o informativo da SBH relativo aos inibidores de proteases

Após discussão as ONGs que lutam pelo infectados com hepatite C no Brasil em relação ao Informativo nº 7 da Sociedade Brasileira de Hepatologia – SBH -, no qual se solicitava aos associados sugestões e opiniões e, tomando conhecimento do mesmo, as ONGs se vêm na obrigação de também se manifestar sobre o texto do informativo, já que os pacientes são diretamente os maiores interessados no assunto, assim, fazendo uso da  VOZ DO PACIENTE seguem nossos comentários.

As ONGs representam os pacientes, os principais interessados em tudo aquilo que se relacione com uma maior possibilidade de cura, portanto, a VOZ DO PACIENTE deve ser ouvida. O paciente não é uma caixinha com vírus que pode ser tratada de qualquer forma, sem consultar o que ele deseja ou opina.  Por tal motivo sem poder ser considerada uma critica e sim um posicionamento, fazemos publica nossa VOZ nos diversos pontos do texto da SBH.
No ponto “A” está colocado pela SBH que os inibidores de proteases são “moderadamente efetivos” no retratamento.  Discordamos plenamente já que triplicar a atual possibilidade de cura com o retratamento passando de menos de 20% para até 60%, não pode ser considerado como “moderadamente efetivo”.

No ponto “B” está colocado pela SBH que o custo dessas medicações será elevadíssimo.  Será que o custo do medicamento é superior ao custo de uma vida?  O custo mensal do medicamento já aprovado não passa dos R$. 4.000,00 para o governo! Quanto custa a vida do paciente na visão da SBH?

No ponto “B” está colocado pela SBH que o “bom senso” recomenda o uso do “lead-in” na semana 4 do tratamento para saber se deve se continuar com a utilização do inibidor de proteases (Lead-In é a realização da carga viral na semana 4, que deve ser feita numa segunda-feira e ter o resultado em quatro dias). Cabem aqui três considerações para as quais não encontramos resposta:

1 - Será praticamente impossível no Brasil todo se conseguir o resultado da carga viral na mesma semana,

2 - Não existem ainda estudos científicos de consenso que recomendem isso quando utilizado o Telaprevir,

3 – Certamente o ministério não vai autorizar ‘’off  label’’ tal procedimento.

O “lead-in’ é importante para diminuir custos já que aproximadamente 15% dos pacientes devido à redução da carga viral na semana 4 não necessitarão utilizar os inibidores de proteases, mas o Brasil é muito maior que algumas cidades da região Sul/Sudeste, assim, se torna necessário pensar o Brasil como um todo, com suas dificuldades  e desigualdades regionais, onde a o resultado da carga viral será impossível de se conseguir em cinco dias.

No ponto “D” a SBH sugere que o tratamento com os inibidores de proteases seja realizado somente em hospitais de maior experiência e infra-estrutura (Centros de referencia).  Sabe a SBH quantos pacientes estão sendo tratados nesses centros e, também, fora dos centros com maior experiência e infra-estrutura?  Passaremos a ter pacientes de primeira classe atendidos nesses tais centros e de segunda classe, sem acesso ao tratamento quando atendidos em hospitais de menor porte? Médicos particulares estarão proibidos de tratar os pacientes nos seus consultórios?

No ponto “E” a SBH  sugere não incentivar os pacientes a solicitar o tratamento por meio de ações judiciais.  Não pode uma sociedade médica ignorar o direito pétreo constante na Constituição Federal que é o direito a saúde.

No ponto “F” está colocado pela SBH que os planos de saúde deveriam assumir os tratamentos, ponto esse em que concordamos plenamente. Mas é um tema cuja discussão levara anos devido a sua complexidade da legislação que regula a ANS e ao lobby das operadoras de saúde.

Cita o texto que a maioria dos pacientes é dependente de medicação paga pelo PODER PÚBLICO, definição de repudiamos, pois a medicação é paga com os impostos dos cidadãos brasileiros.  Nenhum favor é feito pelo Poder Público ao tratar um paciente. Todos os brasileiros são associados de um plano de saúde chamado SUS e todos são obrigados a contribuir para seu financiamento, como tal, todos, sem distinção de situação econômica possuem o mesmo direito no acesso ao SUS.

Uma sociedade medica deve se manter apolítica, nunca poderia assumir tal tipo de posicionamento.

Cita o texto que não deve se perder de vista que o número de pacientes é grande e os recursos limitados, assim serão necessários “escolher” quais pacientes deverão ser tratados primeiro. Será isso uma escolha de Sofia?

Finalmente é colocado que entre as atribuições da SBH está a de assessorar o governo e tem feito seu papel.  Em nenhum momento citam o que podem fazer pelos pacientes.

Alçando a VOZ DO PACIENTE as ONGs a seguir listadas colocam suas considerações lamentando o distanciamento da Sociedade Brasileira de Hepatologia em relação aos pacientes.  Parece que o juramento de Hipócrates feito por ocasião da formatura, quando afirmaram sempre fazer o melhor para curar o paciente foi esquecido. Ao insinuar de não recomendar o melhor para curar o paciente os médicos estão sendo colocados em situação moral e ética conflitante com o Juramento.

Não cabe a uma sociedade ou ao médico avaliar o custo de um medicamento.  Ele se necessário for para curar o paciente deverá o receitar, ficando o paciente responsável pelo acesso, seja vendendo sua casa para adquiri-lo ou se necessário for recorrer à justiça para que o direito constitucional seja cumprido.

Assinam, representando os pacientes e cidadãos brasileiros, as seguintes ONGs (em ordem alfabética por estado):



- BRASIL - REDLACVO+ - Rede Latino Americana e Caribenha de Ações Voluntárias no Combate ao HIV/AIDS – e-mail secretariogeral.redlacvo@gmail.com

- BRASIL – AMUCC - Associação Brasileira de Portadores de Câncer - Leoni Margarida Simm – e-mail  margaridasimm@amucc.com.br

- BRASIL - Federação Brasileira de Hemofilia - Tania Maria Onzi Pietrobelli – Presidente - Fone: 55 54 3224.1004 / 55 54 9999.4855 / 55 54 8402.0984 –e-mail-  hemofilia@terra.com.br

- BRASIL - Rede Nacional de Pessoas com Diabetes - Sergio Metzger - Coordenador Geral RNPD – e-mail sergiometzger@uol.com.br

- Brasil – AIGA – Aliança Independente dos Grupos de Apoio – e-mail  aiga@aigabrasil.com

- BRASIL - FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – advocacy@femama.org.br

- AP – Amapá - Associação dos Hemofílicos do Amapá – e-mail  oliveirafilho.claudionor@gmail.com -  tel.(96) 3225-4115 / 9915-3630

- BA - Salvador - ATX-BA - Associação de Pacientes Transplantados da Bahia - Márcia Fraga Maia Chaves - Tel/Fax: (71) 3264-1334 - 9125-8581 - e-mail: atxba@hotmail.com - Associada a AIGA

- CE - Fortaleza - ACEPHET - Associação Cearense dos Pacientes Hepàticos e Transplantados - José Wilet Ferreira Ibiapina - Tel.085 - 30828125 - 86247308 - 99430460- e-mail: acephet@oi.com.br

- CE - Fortaleza - ABC VIDA - Associação Cearense de Portadores de Hepatite C - Francisca Agrimeire Leite - Tel.: (85) 3226.5461 – (85) 8848.6798 - e-mail: abcvida.ce@bol.com.br - Associada a AIGA

- CE – Fortaleza – ASPRECE - Associação dos Pacientes Renais do Ceará  - Sebastião Sobreira – Tel. 85 - 85076731.

- CE – Fortaleza - Associação dos Hemofílicos do Estado do Ceará - e-mail: alexandrebezerra2011@hotmail.com.br  Fone: 85 87603132

- CE – Fortaleza – GARCE - Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Ceará – Marco Azevedo – e-mail  marco.t.azevedo@hotmail.com

- MA - São Luis - Grupo UNA-C - de Apoio a Portadores de Hepatite C - Rosangela Eleres Cortez Moreira - Tel.: (98)3227 6877 - 9152 1681 - e-mail: rosangelaeleres@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- MT – Cuiabá - Associação dos Hemofílicos e von Willebrand de Mato Grosso - Fone: (065) 3627-2933 - e-mail: ahevonmat@hotmail.com

- GO – Goiânia - ArtGay – Articulação Brasileira de Gays – e-mail articulacaobrasileiradegays@yahoo.com.br – Tel. (62) 9999 1818

- PA - Belém - APAF - Associação Paraense dos Amigos do Fígado - Benedito Ferreira de Almeida - Tel.: (91) 3751.3006 – 9148.6222 - e-mail: apaf13@yahoo.com.br  - Associada a AIGA

- PA – Belém – Grupo Ellos – Associação Pela Livre Orientação Sexual – Elson Lourinho e Roberta Castro – Te. (91) 3233.7953 0n 8132.2179 – e-mail  ellospara@hotmail.com

- PE – Recife - RNP+ PE - Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids - e-mail: rnp-pernabuco@yahoo.com.br - Telefone: (81) 99371290 - - Grupo Independente

- PR - Londrina - MegLon - Grupo Margarete Barella de Apoio aos Portadores de Hepatite de Londrina e Região - Telma Alcazar - Marly R. Alcazar  - Michel Alcazar Nakad  - e-mail: meglondrina@yahoo.com.br - Tel. (43) 3028-1884 – (43)  8831.3372

- RJ - Niterói - Grupo Gênesis de Apoio a Portadores de Hepatite de Niterói - Maria Cândida Pita - Maria Emília da Silveira Marinho -  ntgenesis@gmail.com - Tel.: (21) 9895.1814 - 8824.0884 - Associada a AIGA

- RJ - Petrópolis - SOS VIDA - Grupo Assistencial SOS VIDA - e-mail  sosvidapet@gmail.com

- RJ - Petrópolis - Grupo Hepato Certo de Apoio a Portadores de Hepatite C - Kycia Maria Rodrigues de Ó - Tel: (24) 2246.1450 – (24) 9997.5125 - e-mail: kiciamaria@uol.com.br - Associada a AIGA

- RJ - Rio de Janeiro - DOHE FÍGADO - Assoc dos Doentes e Transplantados Hepáticos/RJ - Tel. (21) 2577-6890 - dohefigado@ig.com.br - Margarida da Silva de Oliveira

- RJ - Rio de Janeiro - Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite - Carlos Varaldo - Paulo de Carvalho  - Tel. Rio de Janeiro (21) 4063.4567 - São Paulo (11) 3522.3154 - e-mail: hepato@hepato.com - Associada a AIGA

-  RJ - Rio de Janeiro - Núcleo Ação de Apoio e Defesa aos Direitos das Vitimas da Hepatite C - Luiz de Souza e Silva - Tel. (21) 8210.9926 - e-mail: luiz_esilva@yahoo.com.br

- RJ - Rio de Janeiro - ONG PRO-FÍGADO - Tel. (21) 9313-1035 - orgprofigado@bol.com.br - Carlos Roberto Cabral

- RJ - São Gonçalo - Grupo Amarantes de Apoio a Portadores de Hepatite C - Claudio da Silva Costa - Tel.: (21) 2712-6546 - 8635-0325 - e-mail: sg_amarantes@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- RN - Currais Novos -  APHECN - Associação dos Portadores de Hepatites e voluntárias de Currais Novos - José Almir Amaral do Rêgo - -Tel 84-3431-1203-84-32079480 -84-8832-2131. contato aphecn@hotmail.com - Associada ao MBHV

- RN – Mossoró - APHEMO – Associação de Pessoas com Hepatite Virais- Neide Barros da Silva - Valter Silveira - Fone 84- 9643-6189- aphemo2@yahoo.com.br e neidebarroscristo@yahoo.com.br
- RN – Mossoró - GAV + - Grupo Aprendendo Viver Positivamente - e-mail: gavmomossoro@yahoo.com.br - Telefone: (84) 3316-2278 - Grupo Independente

- RN - Natal-  GVC - Grupo Vencendo com Cristo de apoio as pessoas vivendo com hepatites virais, co-infecções e transplantes hepáticos - Neide Barros da Silva - e-mail gvcrn@yahoo.com.brr -  Telefone  84-8808-5336

- RS – Caxias do Sul - Associação dos Hemofílicos da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul - Fone 54 3221.4747 - e-mail: ahemors@terra.com.br

- RS – Marau – AMHEC - Associação Marauense de Hepatite C - Maria Raquel Ebone – e-mail - amhecmarau@yahoo.com.br

- SC - BLUMENAU - Grupo Hercules Transplantes - Coordenadoria de Doações e Transplantes de Fígado: Fernando Cezar Pereira dos Santos  - Olga Lúcia Viégas Marcondes - Tel.: (47) 8864.9880  - e-mail: astroblu08@gmail.com - Associada a AIGA
 
- SC - CHAPECÓ - Grupo Desbravador de Apoio aos Portadores de Hepatites Virais  - Nestor Oselame  - Gilberto Emilio Barella - Tel.: (49) 3323-9268 (res. à noite) - (49) 9919-1888 - e-mail: barella@epagri.sc.gov.br - hepatite@chapeco.sc.gov.br - Associada a AIGA

- SC - Florianópolis - Grupo Hercules de Apoio a Portadores de Hepatites Virais - Coordenadoria de Hepatites Virais: Anna Maria Gomes Haensel Schmitt - Tel.: (48) 9977.7187 – (48) 9959-7417 - e-mail: gru_hercules@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- SC - Joinville - GRUPO SALVHE Solidariedade e Apoio na Lutas  contra as Hepatites Virais - Jussara de Fátima da Silveira Morais - Sandra Mara Scherpinski - Fone: (47) 3028-7310/9144-5690  - grupo@gruposalvhe.org.br - sandrapinski@hotmail.com

SP – Americana - Grupo Perseverança de Apoio a Transplantados e Portadores de hepatites - Jorge Cristovão Greve Telefone 19 - 37138918 - e-mail perseverandogrupo@yahoo.com.br – Associado do MBHV

- SP - Araçatuba - Grupo ARAÇAVIDA de Araçatuba - Faustina Amorin da Silva - Célia Regina Carvalho Tavares  - Tel. (18) 8113-6611 – (18) 81145212 / - (18) 3623-5988 - e-mail: famorin@ig.com.br - Associada a AIGA

- SP - Barretos - Grupo Direito de Viver de Apoio a Portadores de Hepatite C - Ubirajara Silva Martins - Tel.: (17) 3043-3312 – (17) 8113-5765 - e-mail: direitodviver@hotmail.com  - direitoviver@ig.com.br - Associada a AIGA
 
- SP – Campinas - Associação dos Hemofílicos de Campinas e Região – e-mail: magnire@yahoo.com.br  ou  ahcampinas@gmail.com

- SP - Carapicuíba -  Grupo Unidos Venceremos de apoio ao portador de hepatite C - Micheline Woolf -  Tel: (11) 4169-7114 - 7640-4433 - unidos.venceremos@terra.com.br  - Grupo Independente

- SP - Guarujá - Grupo Hepatos Guarujá - Ong de Apoio a portadores de Hepatites Virais - Odemir Batista da Silva - Tel:. ( 13 ) 3017-7602- e-mail: grupohepatosguaruja@yahoo.com.br - – Associada do MBHV

- SP – Limeira - Revendo a Vida Grupo de Apoio a portadores de Hepatites - Marlene Marchioni e Solange Dantas Ferrari - revendoavida@yahoo.com.br

- SP - Santos - Grupo Esperança de Apoio ao Portador de Hepatite C – Jeová Pessin Fragoso - Tel.: (13) 3221-2336 – 3222.5724 - ramal 243 e-mail  grupoesperanca@hotmail.com     grupoesperanca@grupoesperanca.org.br 

- SP - São José do Rio Preto – ARTTs - Associação Rio Pretense de Travestis e Transexuais e Simpatizantes - e-mail: arttsriopreto@terra.com.br - Telefone: (17) 3231-2596 - - Grupo Independente

-SP - São José do Rio Preto - GADA Grupo de Amparo ao Doente de AIDS e Hepatites Virais - Júlio César Figueiredo Caetano - Tel.: (17) 3235-1889 e (17) 3234-6296 - e-mail: gada@terra.com.br - Associada a AIGA

- SP - São Paulo – ABPH - Associação Brasileira de Portadores de Hepatite -: Humberto Silva - Alexandre Ferreira  - Tel.: (11) 3170-3285 - e-mail: contato@abphepatite.org.br  - Associada a AIGA

SP – São Paulo - AGIST - Associação de Apoio aos Portadores de GIST, TNE e Tumores Raros – Lucas André Fernandes Soler – Tel. 3101-1110 – e-mail  contato@agist.com.br

- SP - São Paulo – Espaço Girassol – Lucas André Fernandes Soler - Telefone/Fax: (11) 3101-1110 – e-mail  lucas@espacogirassol.org.br

- SP- São Paulo - GRUPASP- Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo - Guiomar Monaco - Tel: ( 11) 5574-6438 / 5574-5996 - e-mail: grupasp@superig.com.br - grupasp@grupasp.org.br

- SP – Mauá - G.R.I.V. -Grupo Renascer de Incentivo a vida – Tel. (11) 3425-9257 e e-mail secretariamaua@espacosaude.org.br

- SP – São Paulo - Instituto Informe Câncer - Ana Luiza de A. Prado - Tel 11 3086 2896 - iza.a.prado@gmail.com

- SP – São Paulo – Instituto Oncoguia - Tiago Farina Matos - tiagomatos@oncoguia.org.br - Tel: (+ 55 11) 3053-6917

- SP - São Manuel - ONG C Tem que Saber C Tem que Curar de Apoio a Portadores de Hepatite C - Francisco Martucci - José Sylvio de Moura Campos  - Tel.: (14) 3841.1031 –  (14)  9671.2424 - e-mail: contato@ctemquesaber.com.br - Associada a AIGA


Para conhecimento:


O documento acima é fruto da solicitação de sugestões e contribuições em relação ao informativo nº 7 da Sociedade Brasileira de Hepatologia – SBH.

A sociedade civil, pelas ONGs e federações abaixo listadas, assinam este documento como posicionamento em defesa dos pacientes que elas representam esperando abrir o dialogo em tudo aquilo que se refere à saúde pública e privada.  Em todo consenso, protocolo, novos medicamentos e incorporação de tecnologia em saúde a VOZ DO PACIENTE  deve ser ouvida, pois são os pacientes os maiores interessados.

A constante capacitação em advocacy, em controle social e, em incorporação de tecnologias em saúde, conjuntamente a facilidade de acesso a informação e a formação de redes de discussão, empoderam o movimento social, o qual deixa de ser um ator passivo em tudo o referente a acesso a saúde, passando a ser democraticamente um ator ativo na discussão.

Este documento não pode ser considerado uma critica as proposições da SBH e sim uma contribuição para abertura do dialogo. O documento não foi elaborado por uma instituição ou federação e sim pelo conjunto de diversas patologias, atuando em rede para defesa da saúde dos brasileiros, seja qual for a doença ou a nova tecnologia, representando a VOZ DO PACIENTE.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatitehepato@hepato.com
 


Nota do Blog MegLon:


Concordamos com tudo que foi escrito e debatido entre os grupos.


Só lamentamos e desconfiamos de grupos que dizem serem a favor do paciente mas não lhe dá a chance de tratamento. Quem prescreve medicação são os médicos e não nós, mas quem deveria lutar pelos direitos somos nós. O que voces irão responder quando um paciente precisar de medicação e não tiver nem o direito a o tratamento? Sinto muito, mas quem se comporta desta forma ou está cooptado ou é covarde, de qualquer forma é um avestruz.


Nós deixamos bem claro que quem prescreve a medicação são os médicos e quem decide fazer ou não o tratamento é o paciente e pela Constituição, todos devem ter direito ao tratamento e decidirem se querem ou não. O tratamento é uma escolha pessoal e não coletiva, porém, precisamos no minimo ter o direito a ele, e essa é a finalidade desse documento.


Alguns médicos da Sociedade Brasileira de Hepatologia precisam ler a Constituição Federal, para entender que paciente é igual em qualquer parte do Brasil. E todos tem o mesmo direto.


Assinamos e apoiamos o posicionamento acima e eu deixo a pergunta:

Se voce descobrir ter uma patologia grave, voce quer ter  seu direito  preservado de escolher fazer ou não o tratamento?

Telma Alcazar
MegLon





Posicionamento da Sociedade Brasieira de Hepatologia


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO - AIGA
Aliança Brasileira pelos Direitos Humanos e o Controle Social nas Hepatites
Registro ONG n° 055986/2009
www.aigabrasil.org     -     aiga@aigabrasil.org


Exmº Senhor
Dr. Dirceu Greco
MD Diretor do Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais

Exmº Senhor
Dr. Eduardo Barbosa
MD Vice Diretor do Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais

Com Cópia:
Exmº Senhor
Dr. Alexandre Padilha
MD Ministro da Saúde


REF.: PETIÇÃO AMARELA PELAS HEPATITES



Prezado Dr. Dirceu Greco,

Obrigado por ter respondido de forma rápida os três itens da PETIÇÃO AMARELA PELAS HEPATITES, fato que as ONGs associadas da AIGA agradecem e admiram.

Em relação ao Item 1, aceitamos de bom grado o comprometimento oficial de que os medicamentos para hepatites serão incorporados na lista de estratégicos em 2012. Em diversas apresentações entendemos que seria logo no inicio do ano, mas compreendemos que deve existir toda uma logística a ser elaborada, o que justifica a necessidade de um prazo maior.

Em relação ao Item 3, colocamos na PETIÇÃO que não possuímos condições para sugerir formas de solucionar as diferenças abismais que existem no acesso ao tratamento nos diversos estados do Brasil.  Ficamos satisfeitos em saber dos esforços do ministério para encontrar soluções.

Já em relação ao número de tratamentos constantes na resposta ficamos surpresos ao ler que o número de tratamentos para a hepatite C considerando apenas o período entre 2009 e setembro de 2011 teve um aumento de 44% (apesar de que solicitamos por Oficio no inicio do mês os dados da hepatite C do terceiro trimestre, medicamentos distribuídos em junho, ainda não se encontram disponíveis pra analise na página do Departamento), mas analisando o consumo de medicamentos no SUS, os 44% estão corretos em relação ao tratamento das hepatites B e C em conjunto, devido ao aumento extraordinário no tratamento da hepatite B, mas em relação à hepatite C o aumento do consumo de medicamentos é de aproximadamente 12% para o período. 

É um avanço, mas muito aquém da necessidade que o número de infectados necessita como resposta.

Já na resposta ao Item 2, referente as notificações, não consideramos serem as vigilâncias epidemiológicas municipais as responsáveis pela não notificação.  Elas podem ser culpadas por não fecharem a notificação no prazo de seis meses e por isso os números serem menores, mas a origem do problema de falta de notificações é que as notificações não são abertas por quem diagnostica.

Se o ministério realizar uma pesquisa estará comprovando e conhecendo onde se encontra o gargalo.  O fluxo necessário e burocrático é demorado, daí a não abertura da ficha pelo responsável pelo diagnostico, tanto do anti-HCV como do HCV-RNA.

Recebemos o Boletim Epidemiológico gentilmente enviado pelo Departamento, onde se comprova que os casos de hepatite C notificados são muito menores que o de pacientes que receberam tratamento. Conforme a série histórica até 2009, último ano disponível e, considerando que somente 50% dos casos de hepatite C necessitam tratamento por possuírem um grau de fibrose F2 ou superior conforme estipula a Portaria, resulta fácil calcular que dos 60.908 casos notificados até 1999, aproximadamente 30.000 deveriam ter recebido tratamento, mas no mesmo período aproximadamente 70.000 tratamentos foram realizados somente no SUS, se acrescentarmos os tratamentos particulares chegaremos à conclusão que 60% dos pacientes em tratamento não se encontram notificados.

O levantamento feito pelo Ministério Público Federal no estado do Paraná após denuncia de uma ONG também encontrou que 60% dos pacientes em tratamento não estavam notificados. A falta da notificação nas estatísticas oficiais resulta numa grave falha para o efetivo controle da hepatite C.  É um preceito universal que saúde pública se faz para atender demanda. Não existindo a doença ao não existir o correto número de notificações impossibilita desenhar estratégias corretas de ação contra a epidemia, resultando em ações e recursos financeiros muito aquém daquilo que seria necessário.

Quando criticamos o SINAN é porque ele não foi idealizado para notificar hepatites.  Insistir na utilização da mesma rotina que para tal foi desenhado para atender outras patologias será insistir na repetição do mesmo erro.  Reafirmamos ser necessária uma nova metodologia para a correta notificação dos casos de hepatites.

Finalizando, agradecemos novamente a atenção e estamos a disposição para trabalhar juntos colaborando em tudo aquilo que for preciso para melhorar a atenção que as hepatites merecem do governo.

Brasil, 27 de outubro de 2011



Carlos Norberto Varaldo
Presidente da AIGA – ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO

Assinam a presente resposta os grupos de pacientes e afetados pelas hepatites virais associadas da AIGA – ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO. 


- BA - Salvador - ATX-BA - Associação de Pacientes Transplantados da Bahia - Márcia Fraga Maia Chaves - Tel/Fax: (71) 3264-1334 - 9125-8581 - e-mail: atxba@hotmail.com - Página Web: www.atxbahia.com.br  - Blogger: www.atxbahia.blogspot.com 

- CE - Fortaleza - ABC VIDA Associação Cearense de Portadores de Hepatite C - Francisca Agrimeire Leite - Tel.: (85) 3226.5461 – (85) 8848.6798 - e-mail: abcvida.ce@bol.com.br

- MA - São Luis - Grupo UNA-C - de Apoio a Portadores de Hepatite C - Rosangela Eleres Cortez Moreira - Tel.: (98)3227 6877 - 9152 1681 - e-mail: rosangelaeleres@yahoo.com.br

- PA - Belém - APAF - Associação Paraense dos Amigos do Fígado - Benedito Ferreira de Almeida - Tel.: (91) 3751.3006 – 9148.6222 - e-mail: apaf13@yahoo.com.br

- PR - Londrina - MegLon - Grupo Margarete Barella de Apoio aos Portadores de Hepatite de Londrina e Região - Telma Alcazar - Marly R. Alcazar  - Michel Alcazar Nakad  - e-mail: meglondrina@yahoo.com.br - Tel. (43) 3028-1884 – (43)  8831.3372

- RJ - Niterói - Grupo Gênesis de Apoio a Portadores de Hepatite de Niterói - Maria Cândida Pita - Maria Emília da Silveira Marinho -  ntgenesis@gmail.com - Tel.: (21) 9895.1814 - 8824.0884 

- RJ - Petrópolis - Grupo Hepato Certo de Apoio a Portadores de Hepatite C - Kycia Maria Rodrigues de Ó - Tel: (24) 2246.1450 – (24) 9997.5125 - e-mail: kiciamaria@uol.com.br

-  RJ - Rio de Janeiro - Núcleo Ação de Apoio e Defesa aos Direitos das Vitimas da Hepatite C - Luiz de Souza e Silva - Tel. (21) 8210.9926 - e-mail: contato@nucleoacao.org.br

- RJ - Rio de Janeiro - Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite - Carlos Varaldo - Paulo de Carvalho  - Tel. Rio de Janeiro (21) 4063.4567 - São Paulo (11) 3522.3154 (das 11.00 às 15.00 horas) - e-mail: hepato@hepato.com - Página Web: www.hepato.com

- RJ - São Gonçalo - Grupo Amarantes de Apoio a Portadores de Hepatite C - Claudio da Silva Costa - Tel.: (21) 2712-6546 - 8635-0325 - e-mail: sg_amarantes@yahoo.com.br - Página Web: hepatitesg.blogspot.com 

- SC - BLUMENAU - Grupo Hercules - Coordenadoria de Doações e Transplantes de Fígado: Fernando Cezar Pereira dos Santos  - Olga Lúcia Viégas Marcondes - Tel.: (47) 8864.9880  - e-mail: astroblu08@gmail.com

- SC - CHAPECÓ - Grupo Desbravador/SC de Apoio aos Portadores de Hepatites Virais  - Nestor Oselame  - Gilberto Emilio Barella - Tel.: (49) 3323-9268 (res. à noite) - (49) 9919-1888 - e-mail: barella@epagri.sc.gov.br - hepatite@chapeco.sc.gov.br

- SC - Florianópolis - Grupo Hercules de Apoio a Portadores de Hepatites Virais - Coordenadoria de Hepatites Virais: Anna Maria Gomes Haensel Schmitt - Tel.: (48) 9977.7187 – (48) 9959-7417 - e-mail: gru_hercules@yahoo.com.br

- SP - Araçatuba - Grupo ARAÇAVIDA de Araçatuba - Faustina Amorin da Silva - Célia Regina Carvalho Tavares  - Tel. (18) 8113-6611 – (18) 81145212 / - (18) 3623-5988 - e-mail: famorin@ig.com.br

- SP - Barretos - Grupo Direito de Viver de Apoio a Portadores de Hepatite C - Ubirajara Silva Martins - Tel.: (17) 3043-3312 – (17) 8113-5765 - e-mail: direitodviver@hotmail.com  - direitoviver@ig.com.br

-SP - São José do Rio Preto - GADA Grupo de Amparo ao Doente de AIDS e Hepatites Virais - Júlio César Figueiredo Caetano - Tel.: (17) 3235-1889 e (17) 3234-6296 - e-mail: gada@terra.com.br    

- SP - São Paulo - Associação Brasileira de Portadores de Hepatite -: Humberto Silva - Alexandre Ferreira  - Tel.: (11) 3170-3285 - e-mail: contato@abphepatite.org.br - Web: http://hepatite.org.br

- SP - São Manuel - ONG C Tem que Saber C Tem que Curar de Apoio a Portadores de Hepatite C - Francisco Martucci - José Sylvio de Moura Campos  - Tel.: (14) 3841.1031 –  (14)  9671.2424 - e-mail: contato@ctemquesaber.com.br - Página Web: www.ctemquesaber.com.br